Ela não desiste porque ficou alienada no próprio medo de ser encontrada no próprio meio: a caverna.
Ela também enxerga além da natureza, qualquer coisa que poderia ter no nome de Deus.
Só volta à realidade depois que morrer, e para quem vive na realidade, vai esquecê-la.
"Está com os dias contados o exibicionismo do objeto de luxo para mostrar poder e exclusividade, a questão não é mais de impressionar o outro, mas de, como um artista, fazer sua opção subjetiva, e incluí-la no mundo. É aí que, em vez de repetir o mesmo, se dá a paradoxal repetição da diferença".
(não perca de ler o texto que fecha com esta reflexão, no Google)
As andorinhas vem, fazem verão, no outono
estão todas de ressaca, o inverno, o frio
uma cria coragem, se espreguiça, grita
para outra, acorda amor, a andorinha grita
cucuuuuuuu, tava dormindo? sua besta e
sozinha não faz verão, grita, grita, grita, grita
todas acordam, se espreguiçam, frio e fome
voam, todas, fazerem verões? não se atrasaram?
e o que será de nós sem as quatro estações?
então fica tu, marmota, o que posso fazer?
eu não tenho asas? chafurda na véia, no colo
da natureza, voa, eu sei voar, eu sei voar, grilo
a marmota voa, a marmota voa, quanta mentira
disse a véia, sem piscar, entra no quarto, pronto
olha aí a verdade, marmota na minha cama, trêbada
logo acorda pra temer, anda anda vai trabalhar
Bem que fui avisado pelo Luciano, que não se deve filosofar no deserto. Sermão da montanha são águas passadas.
O que se tornou uma questão de provar que este tempo não é tão agourento como pensam os românticos.
Essas águas atuais não são assim um açougue das almas, fumaça do espírito, nem a trapaça do milagre.
Tanto o milagre de existir, quanto a luz do espírito e o coração jamais estiveram enganados, sabem seus limites.
Quando tudo se resumia em fazer as escolhas certas, hoje em dia basta fazer nenhuma escolha.
Tudo bem, isso é tão engraçado, e enfim a perfeição se fez real. Ou a repetição de sempre.
E porque não sumiu os problemas de viver, tanto materiais quanto do luxo sagrado, encontramos, de volta, a natureza.
Então estão de volta as cores, os sons, temperaturas, aromas e contatos; e o vento vai vestir uniforme, e nos trazer uma só informação: está tudo tão bem dos quatro lados de cada estação; o meu, o seu, o nosso e dos outros.
Lados obscuros, por exemplo: alguém, ninguém, eu, voce, etc., são águas passadas.