terça-feira, 17 de março de 2009

Cazuza, Gonzaguinha, Betinho, etc., tentaram evitar a vitória das indiferenças

"Vê se ao menos me engole
mas não me mastigue assim"

Não queria parecer antipático nem
quero parecer antipático, quando não espero o senhor entender
"minha metralhadora de mágoas"

Se ninguem quer, eu tambem não quero ser o "cara" dentro de um escafandro
(não se irrite sempre, assisti uma parte do filme
The Diving Belland The Butterfly)
só imaginando as borboletas, voce me entende como irrita a imaginação

Eu leio seus poemas, tento parecer voce, dizendo para mim
e voce vivendo em meu mundo submerso

Todo esforço resulta em vão quando ao final só vejo alguem com intenções

E torço para voce escapar de mim, conseguir ser voce de sempre
e me perguntar, perguntas tolas, como eu mesmo faria
porque sabemos que só os tolos surpreendem uma honorífica sabedoria

Podemos viver sem intenções? Por que uma única intenção para tudo e todos? Isso existe?

As borboletas se atraem e os caras se traem, bobagem
próximo da idade do galo, acredito ser mais velho que voce, e tambem que não há velhos
mas somente autos e alheios julgamentos

A grande cagada de Kant foi criar um juizo prático depois da razão pura

Aceitamos ficar de fora da verdade, e o mais importante de tudo, felicidade
(tal postulado sempre existiu, não estou postulando agora, não perca a cabeça
nem vai gastar dinheiro à toa para recordar o que voce é) virou um truque, mentira
porque já não informa sentimento, e esconde bem os próprios desejos

E nós quase somamos mais um milhão de idéias sobre comunicação, e mais adiante
é da natureza humana, ficar cada vez mais ricos de idéias

Penso que seus amigos nos recusaram antes de evitar um forasteiro real e
apesar de especialistas em quase tudo, são ignorantes quanto as própria emoções

Creio que Camus disse algo, nunca o li, que o estrangeiro sempre vai querer o melhor
até deixar de ser o de fora, o de longe, o estranho que sempre acaba de chegar, um estranho

Então voce foi o único (confesso que temi) a apertar minha mão
e ela, voce sabe, me viu (fiquei muito feliz de ponta cabeça no escafandro)
e teve uma outra que não saiu da vidraça

"Sou forte, sou fraco e sou por acaso", em qualquer situação e me orgulho de precisar das pessoas bem mais do que de Deus ou modinhas intelectuais

Gostaria de terminar este requiem invertido e mal nutrido, lembrando tambem os outros dois "cariocas" que me fizeram a cabeça em tempo oportuno, Gonzaguinha e Betinho, este criou uma relação real entre amor e política, uma política com amor, e aquele mostrou a melhor maneira de deter toda forma de sofrimento, seja amoroso, social ou político, brigar pela liberdade

Os três não tinham pudor em declarar guerra o tempo todo contra tudo que... (que?)

Aquele abraço

2 comentários:

Luciano Fraga disse...

Sou fã também dos três, o velho Gonzaguinha,"tudo vai bem, tudo legal, cerveja, samba e amanhã seu Zé...", um sarcasmo só, intenções inquietantes, muito legal este texto meu caro, abraço.

Devir disse...

Magnamesmice

Meu Caro Amigo(aqui)
ou seu Piaui(aí)
escrevo à partir de mim
não sou somente uma passagem
das idéias sedimentadas
como placas tectônicas

O principal, a chatpreocupação
tambem não me interessaria
se isso não se tornasse uma zona
de subducção, rss e desconfio
que deveria mudar porque piores são
catástrofes silenciosas

Se voce não entendeu, é óbvio
quando ninguem aí vai entender
é realmente muito chato
ninguem sempre estragar tudo
e sei que eu poderia encarar
como simples ritual de aceitação