domingo, 28 de junho de 2009

Diga NÃO às Drogas


Vou começar de uma forma proposital, consciência livre, tentando resolver problemas triviais que possuem a fama de ser insolúveis, por motivos, na base do chutômetro, psicológicos e que fazem mal a saúde do corpo. Sou contra.


Este texto é ou seria para participar da Campanha Diga Não Às Drogas. A indução ocorreu durante uma visita zapeada ao espaço dos blogs. Sou à favor.


Minha mãe tem 80 anos. Agora a pouco, depois de assistir ao filme Quart4B, do Marcelo Galvão, fui até a cozinha para tomar o avant-terrible café, feito de manhã, e aproveitei para (tentar)contar a estória. Sou contra.

O filme conta uma situação inusitada, que passam algumas pessoas, pais de alunos de uma mesma sala de aula, são convocados para uma reunião, cujo motivo foi um faxineiro ter encontrado uma quantidade de maconha embaixo da carteira, mas não se sabe qual foi a criança responsável. Sou à favor.

Até aí minha mãe prestou atenção, quando descrevi o inusitado, ela interrompeu com um julgamento sumário; desculpável. Sou à favor.


É cruel, o filme, porque parece insuperável, semelhante às drogas. Sou à favor.


Acredito que não é necessário distinguir a legalidade, tal palavra tem sentidos paradoxais; é legal em um momento e ilegal noutro. O 'jeitinho brasileiro' tambem é um problema trivial. Atitude policialesca não se confunde com Justiça. Embora esta se confunda em 'foruns particulares'. Sou contra.


E seria exaustivo criar duas colunas, em uma relacionar o que não é droga, na outra o que é droga. Sei que há quem prefira assim, mas não vejo relevância alguma, além de uma posterior equiparação a outros relatórios, tipo o bem e o mal de determinada droga. Relatórios desse tipo adoçam cafés, chás, sucos, águas em mamadeiras para substituir o leite, etc. Sou contra.


Quando blogs elegem ou depõem presidentes de nações, talvez vai ficar difícil dizer que este espaço virtual seja uma droga benigna ou maligna. Sou à favor.


Ser à favor ou contra plantar bananas é um exemplo clássico do paradoxo da droga e da questão policial, onde a Justiça deve prevalecer. Sou à favor.


Justificar o gosto por uma droga condenada pelo bom senso, com o argumento tipo 'quem nunca deu seus peguinhas', não tomou seus golinhos etílicos, disse suas mentirinhas, 'mijou fora bacia', jamais olhou feio para placa de proibido, etc., é covardia intolerável. Sou contra.


Justificar sua indiferença por alguem que se perde em uma ou várias drogas ilícitas e lícitas, com a expressão 'paciência' é uma covardia tolerável. Sou contra.


Maconha, haxixe, cocaína, crack, ópio, heroína, ácidos sintéticos, em exemplos, são consideradas drogas ílicitas pela Ordem Pública, e lícitas por uma suposta Ordem Particular induzida pelas circunstâncias. Sou à favor.


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Fazer relatórios contra ou favor é exaustivo, para quem ler também, sempre parece que não servem para os própositos pertinentes. Portanto, sou à favor do trabalho e contra a canseira.


Não seja uma sombra

Foto: repare como as sombras são capazes de reações sentimentais, mas
será que também são capazes de sentimentos?

PRIMEIRO PASSO

#Relações entre léxico e terminologia.
#Terminologia definida como um léxico especializado.
#Não confundir palavras e coisas.


O léxico concerne às palavras independentemente das coisas.
Na terminologia às palavras estão ligadas às coisas.
Não se tratam das mesmas “palavras”, o objeto palavra pertinente ao léxico é totalmente distinto do objeto “palavra” que pertence à terminologia.
Léxico de uma língua é constituído pelo conjunto das palavras desta língua.
Mas as palavras da língua não são as palavras do discurso.
As palavras da língua não tem uma relação imediata com as coisas.
Não é uma relação imediata com nenhum ser concreto.
A palavra exprime somente um conjunto de propriedades e a questão é saber se existe no universo dos seres aos quais pertencem essas propriedades.
As palavras dizem as propriedades, não as substâncias, as qualidades não os objetos.


#Signo de uma propriedade = predicado
"Signo de um objeto = termo


Os termos não pertencem ao léxico, é o discurso que os constrói.
Para designar os objetos o discurso necessita não só do léxico, mas também da sintaxe.
Unidade mínima do discurso a qual possibilita significar um objeto é o sintagma nominal.

#Casa (palavra do léxico)
#Uma casa (objeto concreto) = sintagma nominal

A lógica do léxico não é a lógica do discurso.
O lugar da terminologia é ao lado do discurso.
A lógica clássica associa extensão e compreensão, as quais estão em relação inversa.
Para falar de extensão é necessário considerar um referencial, um universo constituído de objetos pertencentes ou não a extensão considerada.
O léxico significa independente de qualquer universo, os elementos do léxico não tem extensão só intensão.
A lógica extensional do discurso se opõe a lógica intensional do léxico.
Como o discurso se constrói com as palavras do léxico deve se levar em conta a maneira onde se articulam dentro desta construção as duas lógicas opostas.

#“Casa” = palavra do léxico (predicado que marca a lógica intensional)Não supõe nenhum universo determinado
#“A casa de Paulo” = sintagma nominal, discurso (termo cujo valor está no universo dado, marca a lógica extensional)

A palavra léxico tem um significado, ela não tem uma referência; ela exprime um conjunto de propriedades, independente de qualquer objeto que esteja situado em qualquer universo.
A palavra “cavalo” pertence ao léxico do português, não remete a nenhum cavalo, real ou imaginário, mas ao conceito “cavalo”.
Cavalo não coincide com horse.
Os léxicos são intraduzíveis.

A terminologia é constituída por etiquetas de classes de objetos dentro de um universo dado.
Cavalo é um elemento da terminologia no interior do universo Animais domésticos e designa uma classe particular de animais, a classe que corresponde à etiqueta horse do inglês.
O léxico considera as palavras, a terminologia considera as coisas.
Não existe equivalência entre a palavra de um léxico de uma língua e a palavra de um léxico em outra língua.
Na terminologia a mesma classe de objetos de um universo dado pode ter uma etiqueta dentro de uma língua e uma etiqueta dentro de outra língua; a tradução é baseada em uma sinonímia referencial.
Se 2 termos tem a mesma extensão dentro de um universo dado nós podemos os considerar como equivalentes e traduzi-los um pelo outro.
Dentro de uma perspectiva cognitiva os objetos e a classe de objetos se opõe pelos traços da substancia.
O significado de uma palavra dada não é constituído da totalidade de traços de substâncias associadas ao objeto que a palavra designa, mas é o resultado de uma escolha coletiva, ligada à história da língua e à sua estrutura.

Cada língua faz sua escolha:
No Togo a palavra que designa lièvre (lebre) significa “rusé” (manhosa) em francês o sema /rusé/ não faz parte do significado de lièvre .
São os traços de substancias que são pertinente na terminologia e não os semas.
Cada terminologia estabelece a escolha dos traços de substâncias em função do ponto de vista próprio da disciplina.
Ex. o significado lexical de lobo contem o sema /maldoso/ o que a terminologia da Etologia animal não considera como traço de substância pertinente.

Relação significado/conceito:
O significado está do lado do léxico.
O conceito do lado da terminologia.

Texto: LE GUERN, M; Sur les relations entre terminologie et lexique.Meta, v.34, n.3, 1989LE GUERN, 1989



Meu email para correspondência(antes que seja tarde): armoduro@ hot


Espero que os leitores chegaram até aqui, este espaço e tempo. Espaço aqui significa: blog, palavra estritamente contemporânea, que ao futuro, não tão remoto, desvenciliar-se-á da terminologia. Tempo aqui significa: todas as circunstância que se referir a palavra Nós nas primeiras pessoas, no indicativo de presenças possíveis apenas, portanto; estão fora outras categorias de seres, palavra empregada como juizo de valor, etiqueta, tais como, mortos ou em coma profundo, animais irracionais, vegetais, minerais, radiações, transcendencias inexpressas e qualquer forma de revolta sem causa comum. Isto não é uma piada. Pode até ter a mesma irrelevância de um pedacinho de papel perdido ao vento que caiu à sua frente ao nascer do sol em um dia chuvoso nas infinitas praias da costa brasileira, ou qualquer outra com a mesma posição geográfica, escrito e voce não leu.


Flor= Beleza e Veneno(toxinas, espinhos e proprietários)
Tome este exemplo acima para entender o objetivo do primeiro passo, releia tudo novamente, de preferência se detenha a cada parágrafo, depois disso faça-se a seguinte pergunta:

Como tomar uma flor somente por sua beleza?

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A matéria incoerente e vertiginosa dos sonhos



O objetivo que o guiava não era impossível, ainda que sobrenatural.
Queria sonhar um homem: queria sonhá-lo
com integridade minuciosa e impô-lo à realidade.
Esse projeto mágico esgotara o inteiro espaço de sua alma;
se alguém lhe perguntasse o próprio nome ou
qualquer traço de sua vida anterior, não teria resposta.


Convinha-lhe o templo inabitado e derruido,
porque era um mínimo de mundo visível;
a visinhança dos lavradores também, porque estes
se encarregavam de suprir suas necessidades frugais.
O arroz e as frutas de seu tributo eram pábulos suficiente para seu corpo,
consagrado à única tarefa de dormir e sonhar.


No começo, eram caóticos os sonhos;
pouco depois, foram de natureza dialética.
O forasteiro sonhava-se no centro de um anfiteatro circular
que era de certo modo o templo incendiado: nuvens de alunos taciturnos
fatigavam os degraus; os rostos dos últimos pendiam há muitos séculos
de distância e a uma altura estelar, mas eram absolutamente precisos.


O homem ditava-lhes lições de Anatomia, de Cosmografia, de magia:
as fisionomias concentravam-se ávidas e
procuravam responder com entendimentos,
como se advinhassem a importancia daquele exame,
que redimiria em cada um a condição de vã aparência e
o interpolaria no mundo real.


O homem, no sonho e na vigília,
considerava as respostas de seus fantasmas,
não se deixava iludir por impostores,
previa em certas perplexidades uma inteligência crescente.
Buscava uma alma que
merecesse participar do universo.


Depois de nove ou dez noites, compreendeu, com alguma amargura,
que não podia esperar nada daqueles alunos que
passivamente aceitavam sua doutrina
e sim daqueles que arriscavam, às vezes, uma contradição razoável.
Os primeiros, embora dignos de amor e afeição,
não podiam ascender a indivíduos; os últimos preexistiam um pouco mais.


Recomposição do conto As Ruinas Circulares, Jorge Luis Borges

Virtualidade absoluta ou realidade relativa?



"A escritura metódica distrai-me da presente condição dos homens. A certeza de que tudo está escrito nos anula ou nos fantasmagoriza. Conheço distritos em que os jovens se ajoelham diante dos livros e beijam selvagemente as páginas, mas não sabem decifrar uma só letra. As epidemias, as discórdias heréticas, as peregrinações que degeneram inevitavelmente em bandoleirismo, dizimaram a povoação. Acredito ter mencionado os suicídios, mais frequentes a cada ano. Talvez a velhice e o medo enganem-me, mas suspeito que a espécie humana - a única - está por extinguir-se e que a Biblioteca permanecerá: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta." (A Biblioteca de Babel, Jorge Luis Borges)



Realmente, podemos pirar, ao pensar sobre certas coisas. E nem sequer ousamos pensar exatamente sobre essa piração. Logo viriam tantas interrogações que, logo também estas perguntas infinitas seriam outra piração, antes daquela, e assim estariamos vivendo uma eterna piração, neste movimento de retorno, até chegar em uma origem de tudo, da piração enfim de estarmos aqui, como sujeitos da vida, sem jamais sabermos por quê, para quê e para onde.
Mas porque nada, nem mesmo a piração, deve existir sem dor ou prazer, ou, como é comum também, ambas concomitantemente, podemos pensar tão somente a razão destas sensações em ato de viver. E, ao invez de as pensarmos então separadas, pensaremos no por quê, para quê e para onde, da sensação inexorável do ato de viver, que tanto pode ser dolorosa ou prazerosa.
Para isso, precisaremos de um desvio literário, porque o ato subentende 'em experiência'. Então a convido à partir de agora, sabendo sempre que são inúmeros os convites, dada a sua beleza e (talvez) sua disponibilidade virtual. Vem comigo.


Segure na minha mão, ou pise apenas aonde eu pisar. As flores não são como nós, não podemos pisá-las nem mesmo descalços. Claro que em uma segunda passagem, voce vai poder saber aonde pisar, sem maltratar a vegetação em geral, sem sofrer com espinhos e venenos porque tudo, não só os vegetais, possui mecanismos de defesa. Cuidado tambem com pontas de pedras e pontos escorregadiços, mas acima de tudo, todo caminho está repleto de seres racionais e irracionais, vivos e mortos, que se puderem vão interferir em sua decisão baseada no livre arbítrio. Embora eu sempre duvidei dessa possibilidade racional.
Mas, perdoe-me por interrompê-lo...
Não, não existe jamais interrupção, não esqueça disso, tudo fará parte do caminho.
Eu que adorava ver tudo da minha varanda - estou meio preocupada com esta viagem - onde até podia fechar meus olhos, mas então, agora, como vou enxergar tantos perigos?
Primeiro, voce pode até, ainda, se sentir confortavelmente em sua varanda, então fechar os olhos tranquilamente, tudo neste caminho é relativo e a relatividade de tudo cria os poucos absolutos que estão fora. Eu voce, flores espinhos, pedras quedas, razão emoção, vida morte, são exemplos da relatividade neste caminho.
Então os perigos tambem são relativos?
Exatamente.
Dê um exemplo de absoluto, de algo que não é relativo ao caminho, e aproveitando o momento, o que é o caminho?
Voce me pegou.
Voce não sabe dizer?
É um exemplo.
Puta que o pariu... perdão, não costumo falar palavrões, voce está enrolando, isso é persuasão e toda persuasão tem um propósito, qual é o seu?
Responder a sua pergunta.
Qual pergunta?
Qual é o meu propósito?
Puta que o pariu, puta que o pariu, puta que o pariu.
Todo mundo trata a verdade como relativa, porém ela é absoluta. Os infinitos pontos de vistas sobre Verdade jamais serão a prova de sua relatividade, apenas que todo ponto de vista jamais será absoluto.
Meu amigo me disse que estas são questões primárias, oriundas da infância. Voce concorda?
Tenho vários pontos de vistas, e, se eu tivesse mais tempo, teria uma série infinita de pontos de vistas concordantes e discordantes.
Por quê voce é assim? Assado, rss.
Por quê voce é maravilhosa?
Eu sou maravilhosa? Não, não, faça de conta que não lhe perguntei isso, eu sei que voce vai perguntar: eu sou assim assado?
Voce é maravilhosa por estar aqui.
Aonde? Rss, perdão, já estou fazendo graça, culpa sua, não devia encher a minha bola, e tambem acho que estou gostando, acho que tambem quero ficar assada, rss.
Antes, confesso, eu tinha séria dificuldade de lidar com a relatividade do caminho.
Como assim?
Estava o tempo todo proecupado com os perigos, e demorei muito para sacar que os perigos não são verdade.
Opa, voce acabou de dizer que verdade é absoluta, portanto nunca é plural, e o que acabou de dizer se parece mais com um ponto de vista seu, certo? Como poderei atestar que seu ponto de vista, ou o meu, ou de quem que se expresse, seja ou não verdade?
Para isso que voce está no caminho. Para aprender uma experência universal, antes das triviais, onde voce não pode escolher qual a razão da sensação de viver. Voce pula a primeira etapa fundamental, ou pulou e esqueceu, e nunca aprendeu ou desaprendeu a pensar naquele momento.
Que tal, fazermos uma pausa, vou ensaiar I believe, do Triunvirat, apesar deste meu corpão todo, e cantar para voce em um dia muito especial?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

As máquinas do mundo


Às vezez tambem fico sentado no ponto mais alto de meu falso altar, com a mão direita em punho sob o queixo, horas... Talvez não quero nem perguntar o que vai ser desse mundo, dessa intersecção de vidas humanamente diferentes, às vezes em conjunto, demasiadamente iguais, se recusando todos suas imagens e semelhanças com Deus; Este desumano tomado em sentido contrário da humanidade.

Dizem que estamos nas mãos de Deus, apesar que na maior parte do tempo estarmos nas próprias, quando não nas mãos dos outros. Mas o que importa aqui é: à favor ou contra, dentro ou fora, estamos todos nas mãos desta Máquina.

As máquinas não são feias, claro que não, todas nascem bonitas.

Pessoalmente o que pega é somente não poder ouvir e falar, olhos nos olhos.

Nem adianta questionar, porque isso jamais ocorre.

Conversar não é profissional, seria um defeito, além do mais, ninguém, guru ou técnico, especialistas ou somente receptor de peças ultrapassadas, conhecem o mecanismo moto perpétuo, em metáfora, o coração Dela.

Eu duvido desta afirmação generalizada. Talvez estão muito atarefados ou simplesmente A tomam como coisa, objeto, e se sentiriam desconfortáveis auscutando Seu coração.

Dizem a boca bem aberta que só loucos fazem tal profanação. Imagino que estes loucos são em sentido metafórico: "pessoas livres de ansiedade e sentimentos inflamados, curiosamente alertas e com os órgãos do sentido em perfeito funcionamento."

Eu não duvido que sou um desses loucos, pois acredito que, considerações ou questionamentos dessa total ou talvez restrita conexão com a Máquina, são relevantes, apesar de suas mãos bem limpas, e se isso não me bastasse, usam luvas.

O que importa é a Vida, apenas a Vida. Dormimos aos mimos do Criador, Deus ou seja lá quem for, e todo dia, ao acordar, desprezamos esse zêlo gratuito, de algo que nos ama incondicionalmente.

A Máquina tem nome, nós que a fizemos, e se parece tão perfeita, provavelmente é porque está se lixando também para o seu criador. O loucos, óbvio, preferem a morte a ser um ingrato e ter um ingrato como filho.

Se Ela tivesse um ouvido, ou um interlúdio sensível, uma ponte entre eu e Ela, mesmo que fosse um meio precário, eu até gritaria, se preciso, para acontecer uma comunicação, um diálogo, mesmo que seja uma aparentemente inútil possibilidade de se formar um punhado de sal de lágrimas para temperar minha carne, e não ficaria assim tão insosso aos olhos dos meus.

A máquina não está nem aí para a carne, quando esta ainda guarda, no mínimo, a lembrança de ter tido um coração. O moto perpétuo da Máquina é transformar carne e, na falta desta, qualquer coisa em razão de existência.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Da evolução das espécies


A família reunida defrente ao vídeo.

Antigamente, dizem, a população era pequena, estas reuniões aconteciam em galhos, e haviam muitas árvores sem ninguém. Hoje em dia toda a floresta está ocupada. Não existem mais lugares vasios, rochedos, desertos e as águas estão repletas de nós. De todos, da espécie, quem mais sofre são os velhos, os tímidos e os fracos em geral, porque precisam esperar a boa vontade dos novos, corajosos e fortes, cederem um lugar.

Em vão, os mais ousados, de ambas categorias, lançam frases, poemas, estórias e pensamentos, em favor de harmonia, igualdade de direitos e evolução do entendimento.

Apesar da minha "cara", não faço parte da categoria de excluidos do bem estar, nem tampouco da categoria dos satisfeitos com a atual condição que se encontra nossa sociedade.

Meu envelhecimento, minha timidez e fraqueza tem razões outras, externas e impostas pela ignorância, não faz parte do padrão animal. Tambem não sou inteligente, porem tenho certos conhecimentos, o que me permite sobreviver fora das árvores, rochedos e águas.

Na presença de um predador, não corro, não tremo e nem deixo de lutar, de uma forma misteriosa, eles se afastam quando exponho textos como este:

Nenhum de nós está só
Mesmo o que expiramos
è inalado por alguém

A luz que brilha sobre mim
Brilha sobre o meu vizinho

Desse modo, tudo está conectado
Com o resto

Dessa forma, eu estou conectado
Com meu amigo
Assim como estou conectado
com meu inimigo

Dessa forma, não existe diferença
entre mim e meu amigo

Dessa forma, não existe diferença
entre mim e meu inimigo

Nenhum de nós está só

(pensamento copiado do seriado Life)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ao bater das asas de outras borboletas


Com o tempo,
você vai percebendo que para ser feliz
com uma outra pessoa você precisa,
em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe, também, que aquela pessoa que você ama
(ou acha que ama) e que não quer nada com você,
definitivamente, não é o homem (a mulher) da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e,
principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas…
É cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas você vai achar
não quem você estava procurando
mas quem estava procurando por você!
(Com o Tempo – Mario Quintana)

Atenção, leitores desse blog, dentre todos, amigos, conhecidos e afins, welcome to machine, quem pode mostrar um caminho, quem tem acesso a informações básicas, quem trabalha em uma editora ou outra empresa equivalente, quem tem parente neste meio, quem for apadrinhado ou muito amigo, quem seja o próprio editor, quem sentir 'tesãoquesejamesmotesão' para me dar uma força para editar um livro, a minha força toda, que terrivelmente é pouca, está canalizada ao que eu faço, e isso lentamente destruirá, vou deixar aqui uma amostra, não é tudo, claro, mas é o que acredito, não tão somente a minha preferência, o que pode ser de interesse para outras pessoas. O mercado não é ingenuo, aliás, ninguem é. E se eu puder receber algum dinheiro com este pequeno serviço, estou sem nenhum para me lançar neste projeto, poderei até embelezar o meu olhar, o nosso, portanto.


Terceira semana após parar de trabalhar na marmoraria de meu irmão mais velho. Eu não poderia tornar mais eficiente o que fazia, a logística, pude tornar o básico inquestionável, apenas. Nestes dias ganho um pouquinho mais que o suficiente para a sobrevivencia, em carreira solo, por ironia, ainda um pouco mais que antes, onde até as asas eu deveria esconder. Rss, não são asas de anjo, as minhas são do conhecimento. O conhecimento é uma babel como outra qualquer, pretende chegar ao céu. Voce não deve subir muito além, existe sempre o risco de se perder e ficar irreconhecível. Tentem imaginar, uma situação onde asas são mais estigma do que matéria visível e invisível, se anjos existissem, como se conectariam com seres humanos. Imagine como eu atrabalhava o bom rendimento da empresa, aprendendo o grau da temperatura do momento na empresa, simplesmente deitando a palma da mão sobre o mármore onde os funkcionários faziam pias, pisos e lápides.


Estes dias, também, na internet, depois de repetir exaustivamente o signo CONECTAR em todos os rincões da rede, na esperança de causar QUESTIONAMENTOS ALEATÓRIOS, enfim conectei voce, fui e continuo muito paciente, tripliquei a atenção antes, hoje, acordei com voce, e não podia nem pensar em dormir outra noite, sem mostrar um pedacinho do texto que venho escrevendo, sob o domínio da sua beleza, este misto carismático tão bem em voce. E pensar em voce, criou um medo quase malicioso, acho que ando morrendo aos poucos por este medo tão inusitado, só a suspeita de que a pouco, às vezes um segundo, poderei pensar em não acordar para sempre com voce já me

Melhor nem falar em morte de verdade. Meu silêncio, nestes momentos, é o meu juizo.


O ser humano passa a existir quando faz sua opção sexual, até então foi tão somente um ser animal, indiferente ao orgão sexual e ao que os outros já sabiam a respeito dele. Apesar de conhecida a relação libidinosa do ser animal desde o nascimento.


O texto a seguir é um fragmento de 'um livro em andamento'. O tempo do texto, ocorre em 1964, o personagem/narrador tem 4/50 anos. O instante ocorre depois de presenciar, pela primeira vez com consciência, uma briga em sua família. Boa leitura, aquele abraço.



Como é impossivel refletir sem questionamentos, lembro, questionei-me severamente: o que foi aquele tempo lá fora? O que ocorreu para que tivesse um desfecho tão repugnante? O que pode ser pior que o tempo de guerra que ocorria?
Lembro que lentamente fui recordando o que ocorreu naquele tempo/intervalo, eu tentava entender uma frase que meu irmão mais velho dissera, antes da bagunça generalizada que a guerra provocou, ele conversava com o terceiro, dizia algo sobre uma borboleta quando bate asas em um lugar qualquer, não importando quão longe seja, causa um efeito em outro lugar, porque causa efeito em todos os lugares. Eu não sabia o sentido daquela frase.
Enquanto a guerra acontecia, antes pensava que indiferente a mim, eu procurava o sentido daquela frase com o olhar por toda a sala, procurava nas expressões dos rostos e nas palavras deles, procurava reunindo todos os meus pensamentos e não encontrava o sentido. De repente olhei a porta aberta, a luz invadindo o escuro da casa, deduzi que o sentido talvez esteja mais longe, talvez esteja após a porta, e ela estava aberta naquele instante, percebi a incrível coincidência, então ri, quanto mais eu pensava naquela incrível coincidência, mais eu ria, e quando a guerra parou, todos ficaram olhando-me, eu sem entender qual o motivo por que a guerra acabou, lembro que apenas consegui precariamente relacionar aquela ignorância minha, diante daquela paz estranha e repentina, com algo que tinha muito a ver com a frase da borboleta, mas que me deixava ainda no ponto zero do entendimento, da minha procura pelo sentido, aí me levantei e sentei na soleira, pensava que o sentido talvez não estivesse à distância, que podia estar dentro das coisas, mas se realmente estivesse dentro das coisas, talvez não estivesse em todas, estivesse em uma determinda, determinada por algo alhures, o mesmo algo e do mesmo lugar, responsável que me presenteou com a consciência, lembro que fiquei muito feliz com esta descoberta, por que não haveria de acontecer se não fosse o presente que ganhei, a alegria foi imensa, tanto que levantei, abri os braços e voei. Do alto eu poderia encontrar a coisa certa, teria uma visão privelegiada, repassei ponto por ponto do quintal de casa, olhava tudo com olhos de águia, houve vezes que simulei uma nave invisível sobrevoando lentamente a superfície de tudo, todos os instrumento de captura preparados, eu disconfiava de algo, ficava um tempo maior bem próximo, quase tocando, eu me divirtia, estava invisível e intocável, o ponto, que eu havia cismado que escondia o sentido daquela frase, podia ser qualquer coisa, até mesmo um ponto qualquer, uma ranhura, um relevo quase imperceptível no muro, ou um inseto, um pobrezinho e indefeso inseto podia estar ocultando o segredo, eu ficava parado sobrevoando sobre o coitado, seguindo-o, imaginava várias formas de sensações que talvez ele, um inseto, sem perceber então sem saber, sentia com a minha presença tecnologicamente avançada sobre sua cabeça, eu até talvez tambem me divertia com aquele terror, imaginando o horror da presa fácil.
Quando detectei o sentido daquela frase na cor da rosa, pairei completamente imóvel sobre ela, desliguei todos os motores, desliguei praticamente toda a parte elétrica da nave, deixei ligado apenas o presente, que passei a chamar de instrumento vital, aquele que jamais pode ser desligado, não importando qual seja a situação, uma versão ultra evoluida de piloto automático, que não se desligasse jamais, nem interviria quando o piloto principal estivesse pilotando, então cheirei profundamente a rosa, buscava no perfume a essência da vida, porque já podia perceber, nequela idade, que o sentido é a essência da vida, enfiei meu nariz com muito cuidado, no princípio, depois comecei lambendo com a ponta da língua, passei a lamber as laterais da flor, experimentei mordê-la com carinho, meu prazer, por fim, suplantou a pesquisa, a procura, a ciência, passei a comer pétala por pétala, e quando comia a quarta, percebi, bem próximo a minha nuca, a família respirando de forma estranha. Ao tornar a pensar nas asas da borboleta, depois de sessões absurdas de humilhações, compreendi que toda aquela pasmaceira aconteceu para me mostrar somente o sentido da frase, mas, no mesmo instante, iniciou-se outra procura: se tudo, tudo mesmo, é a vida, então qual é o sentido dela? E percebi, também, que nesta nova pesquisa, eu deveria ter calma, ser mais prudente, jamais deixar o prazer suplantar uma busca de sentido, para o resto da vida, que apenas começava.

domingo, 14 de junho de 2009

Ingenuidade 2


Esta foto é imortal, da cena de um filme imortal, criado por um diretor imortal. O homem da direita joga xadrez contra a Morte, à esquerda. Ele acabara de chegar de uma Cruzada Católica, encontrou seu povoado devastado pela morte, causada pela doença da Peste Negra. Ele se contamina e a Morte vem lhe buscar. "Descontente" com o fato 'consumado', propõe fazer um trato com a Morte. Desafia-a em uma partida de xadrez e, porque sabendo que ela jamais perderia, enquanto o jogo não terminar, a Morte não poderá levá-lo.

PROFECIA (Bíblia)
Apocalipse 17:9 Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis,
Apocalipse 17:10 dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco.

OITAVO ANJO (509-e)
"Acharam que eu estava derrotado
Quem achou estava errado
Eu voltei, to aqui
Se liga só, escuta aí
Ao contrário do que você queria
To firmão, to na correria
Sou guerreiro e não pago pra vacilar
Sou vaso ruim de quebrar
Oitavo anjo do apocalipse
Tenebroso como um eclipse
É seu pesadelo, tá de volta
No puro ódio, cheio de revolta
Vou te apresentar o que você não conhece
Anote tudo, vê se não esquece
Você verá que não deixei me envolver
Pra sobreviver por aqui tem que Ser
Mesmo no inferno é bom saber com quem se anda
Senão embaça, vira, desanda
Vejo vários irmão tomando back
O barato é feio, bem pior que o crack
Quiaca todo dia, cabo branco na mão
Encontrar a morte é 1, 2, ladrão
Mais um pilantra foi sentenciado
Sua pena: morrer esfaqueado
Lá é foda, não tem comédia
O clima é de tensão, maldade, inveja
A destruição mora naquele lugar
E mesmo assim não deixei me levar
Soube chegar na humildade e pá
Faça ao contrário, caro pode te custar
Obrigado Deus por me guiar
Só em ti tenho forças pra lutar
Descobri que alem de ser um anjo
Eu tenho cinco inimigos...
Irmãos de atitude moram comigo
Ehh... Manos de estilo
Zé carneiro, doidera até os ossos
Patrão de renome, vários sócios
Facínoras contaminados pelo ódio
Rejeição, abandono é óbvio
Depois de estar em cana é embaçado
Quem nunca esteve, não tá ligado
Uns querem te ajudar, outros de afundar
Jogue o dado em quem confiar
Quem é quem, difícil saber
Só mesmo Deus pra te proteger
Fulano entra aqui pede licença até o pro boi
Chega devagar, se vacilar já foi
Maluquinho primário é cruel
Sentirá o gosto amargo do fel
As grades te fazem chorar
A saudade na direta vem te visitar
É difícil ter a mente sã
Detenção pior que o vietnã
Um cristão ligou pra me dar uma idéia
Disse pra mim que Jesus tá a minha espera
Disse também pra eu mudar de vida
Aí mano, não me escondo atrás da bíblia
Sou quem sou, assim sigo em frente
Deus está comigo, não preciso virar crente
Nada contra quem é, na fé
Mas tem canalha que se esconde, né?
Muitas coisas aprendi
Várias fitas erradas na prisão eu vi
Injustiças aqui, humilhação ali
Cadáveres sangrando perto de mim
Obrigado meu Deus por me guiar
Só em ti tenho forças pra lutar
Descobri que além de ser um anjo
Eu tenho cinco inimigos...
Cadeia, um cômodo do inferno
Seja no outono, ou inverno
Sem anistia, todo dia é foda
Cadeia, aí maluco, tô fora
Continuar no crime, não tô afim
Não quero mais essa vida pra mim
Num pássaro voando enxerguei minha verdade
Compreendi o valor da liberdade
Na paz sigo sempre mais
Pena que esta idéia pra você tanto faz
Escuta, lá ou não, qual a diferença?
Representei, não tive recompensa
Se conselho fosse bom não se dava
Luz pra cego que piada
Ei mano, dê-nos ouvidos
Não seja você mesmo seu próprio inimigo
Termino por aqui, espero que me entenda
Pra que depois não se arrependa
É tudo no seu nome, decide aí
Escolha seu caminho, o exemplo tá aqui
Obrigado meu Deus por me guiar
Só em ti tenho forças pra lutar
Descobri que alem de ser um anjo
Eu tenho cinco inimigos..."

A fome e a vontade além de sobreviver
Ow. Eae. Vai mesmo? Demorô. Voce quer ver a matrix, firmeza. Eu cansei, Lotação. Já era tempo, enfim, Mandíbula.
Andam em silêncio por um longo tempo.
Voce conhece o inferno? Quê? Procure não sentir medo nem nôjo? Quê papo é esse? Na falta de uma palavra melhor, eu disse inferno. E do quê voce está falando, Lotoção?
Chegam diante de uma escadaria, olham para baixo, não vêem aonde termina.
A vista se confunde, lembra o quadro da parede do quarto, uma reprodução, de Escher, percebe? Né, o bagulho é louco. Vai?
Mandíbula vai na frente. Lotação permanece parado.
Quê foi? Estava olhando sua bunda, senti tesão. Eu já disse...
Eu conheço o caminho. Voce disse que nunca tinha vindo. É verdade. Assim como é verdade que estou este tempo todo diante da fruta, só vendo. Continua vendo. Maior caminhada. Cansou? Da forma que voce chegou, não. Ainda bem. Está me chamando de bem? Vai se foder.
Vamos passar alí. Para quê? Não pergunte.
Entram num barraco de madeira. Mandíbula é recebida por um negro envelhecido na juventude. Sentam no sofá.
Fala aí, Manchado, qual é a boa? Quem é o cara? Ah, um amigo meu. Amigo meu o quê? Estou com ele. Firmeza.
Manchado chama sua espôsa. Loira vem enxugando as mãos.
Pega lá, não esqueça a bula. Já se arrumou, nego véio? Voce não bebeu aquela breja que sobrou de ontem, não, né, filhadaputa? Claro que não.
Manchado oferece os copos sobre a mesa.
Prestem a atenção, na hora da entrega, só vai um, o outro aí fica no balcão, não precisa ficar observando o lance, mas fique com esta arma, a senha quando voce colocar a caixinha sobre a mesa é: mande a bula, fale entonando a voz o alto suficiente para que pareça um remédio para a mãe do cara, ele vai estar vestindo uma camisa que lhe dei de presente quando casou com a minha filha, ela não vai estar lá, ele vai estar com meus dois netos, uma camisa roxa com duas faixas brancas verticais, e a arma é só se aparecer algum engraçadinho mais chato, não vai haver polícia, dispensei até a cobertura deles, qualquer pessoa que colar na hora que a Mandíbula estiver entregando a fita vai ser um chato, um engraçadinho, algum pentelho querendo saber de um assunto da putaqueopariu que nada tem a ver com a treta, mas fiquem espertos se o babaca chato começa a encebar, fica ligeira, faça média, se o otário não se mancar, voce aí vai lá, encontre espaço que divida a cena e entre na idéia dele, só pra ver qual que é, se imponha sussu, tá ligado, pianinhos, voce e o cara, não deixe a arma pensar por voce, tira o mané de fora.
Lotação pega a arma das mãos de Mandíbula, verifica o pente, tira a bala da agulha, confere o pêso em relação às outras, fecha tudo e guarda no bolso interno da jaqueta.
Manchado pergunta.
Querem dar uma pauladinha só, antes de sair. Não, estamos de boa uma cara, cadê a grana, não quero passar aqui na volta, domingo a gente vem aí comer uma carninha.
Lotação e Mandíbula segue descendo a escadaria.
O que tem nesta "caixinha"? Só, precisamos comprar um papel de embrulho bem bacana. Um presente, boa idéia. É, um presente, só se for nessa sua cabecinha cheia de conceitos, paraconceitos e, cheia de peitos bundas e bucetas, merdas. Relaxa, vamos entrar numa farmácia e comprar uma bolacha, mandar embrulhar com o papel deles. Só.
Posso conversar? Não. Prometo que não vou te falar mais sobre a diferença entre conceitos e paraconceitos. Fica calado. Não posso dizer o que estou vendo? Vai dizer o quê, aquele barzinho eu tambem estou vendo, o trânsito é impossível não ver, a sua cara voce não está vendo. Como está a minha cara? De boa. A sua não. O que tem com a minha cara?
Quanto vale isso aí? Sei lá. Deve ser uma pedrona. Quê pedra, ô, cê está louco. Meio kilo. É hero, só para os bacanas tomarem no cú. Maior grana. Isso aqui vai virar dez mil na nossa mão. Por que a senha é "mande a bula", qual é a bula? A bula sou eu, voce é o maior mané que já conheci. É, voce conhece muito manés. Só tem mané nessa vida. Podíamos ter pêgo uma bula mesmo lá na farmácia. Prá quê? Talvez para te substituir. Acho melhor substituir voce por outra coisa tambem envez de outro mané. Boa idéia. Vamos entrar alí e tomar um bomberinho? Jogo rápido. Eu preciso sentar um pouco. Vou comer um bagulho, então. Demorô, minha cabeça começou a doer, deve ser fome, por quê a gente não bate uma xepa mesmo. Foda é esse bagulho em cima. É, e voce agora está armado. É mesmo! Vai me dizer que tinha esquecido da arma?!! Quê arma? Vai se foder.
Em uma das voltas da escadaria interminável, eles dão de frente com duas viaturas estacionadas enfrente a uma praça, os soldados tomando sol e conversando e observando tudo e todo mundo que passa.
Oito. Eu estava afim de tomar um cafézinho para depois fumar um cigarro, não estou mais. É, e eu estava com sede. Pode crer, lembrei que não bebemos o bomberinho. Depois do rango, Deus me livre de bebe, e voce só pensa em bebe. Nem tanto, voce que é exagerada, eu pedi uma menina, voce me deu duas. Porra, sua mãe é firmeza. A sua se transformou, reparou?, depois que elas nasceram. Aquela mãe, fique sabendo, nunca me tratou assim. Existe amor na medida para cada um. Vai se foder, amor não existe. Voce precisa de explicação. Para quê? Para acreditar nos conceitos? Quê conceito? Por exemplo amor, é uma palavra contaminada, seu conceito foi esquecido.
Quer saber, eu não estudei porra nenhuma, fiz até a metade do colegial, mais faltava do que a própria idéia de estudar, comecei a transar com onze anos, eu era gostosa, eu fechava a frente, o pátio e a praça atrás da escola, onde todos, eu digo todos, naquela época que curtiam um baseadinho, porra a gente amanhecia o dia, quantas vezes a gente via a turma da manhã na janela, como se estivessem vendo uma miragem, uma imagem que eles ansiavam mas estavam pribidos de acreditar.
Voce continua gostosa, e percebeu?, é o que me fêz um fodido ao seu lado, voce tem ampla noção de conceito. Voce está fodido do meu lado?
Voce acha que eu posso falar assim, valeu Mandíbula, e vazar, e esquecer, enfiar tudo que passamos num saco e jogar lá no rio de bosta? Problema seu. Voce consegue? Pode ser agora, duvida? Voce não quer ver a matrix? Mas não tem só o agora.
Alí. O quê? Vamos tomar o bombeirinho, preciso dar um grau, lembrei de novo que estou armado. Voce é cheio de gracinhas? As donas dos peitos e... Vai se foder.
É somente um paraconceito. Esquizofrenia. Os esquizofrênicos tentam ao máximo esconder seus apetites. É, voce entende muito de apetite, resolve rapidinho os seus. Vai se foder voce. Tá vendo, fica me enchendo o saco com essas idéias furadas. Conceito, por mais que usem palavras contaminadas, sempre é possível vislumbrar a idéia original, o nascer, o momento da sua volição. Quê, este bicho morde? Não, quem morde são as ápodas. Vai se fuder.
Entre as palavras contaminadas, doentes ou vasias, que embassam a idéia original de determinada descoberta, podem existir algumas que, que não superaram, mas engrossaram o caldo, diferente de por água no feijão, quando chega parente, palavras raras que entra em uma sentença circunstâncial e tornam mais substancial o conceito. Cial cial cial, ciau!
Chegou? É alí. Espera. O que foi? Aquele carro. Um monza vinho, novinho. Não estou brincando. E o que está pensando? Sei lá, ele estava do outro lado da praça, aonde estavam os coxinhas, são quatro caras, é muito estranho. Muito estranho ia ficar se os policiais viessem nos enquadrar e achar o bagulho e a arma comigo.
Por que?
Vamos logo, vamos entrar e resolver essa parada, para continuar com nossa vida, Mandíbula. E se eles forem rivais do Manchado e ganharam a fita, se alguem cantou bosta, quando a gente entrar vai foder tudo. Quer que eu fique aqui fora? Não, vamos lá, foda-se, mas fica ligado. Eu nunca me desligo. É, eu sei. Que bom.
Já atirou antes? Naqueles caras, não. Vai se foder.
Vamos primeiro beber algo alí no balcão.
Aqueles caras lá fora podem ser proteção do pessoal do Manchado. Cê acha? Conheço os tipos sociais, depois dos vendedores, a próxima graduação são aqueles que cuidam do movimento, leva e trás, vigília 24 horas, faz o primeiro combate se houver problemas, sem armas, faz o abafo, se precisar saem na porrada, estão sempre bem arrumados, semelhantes aos play boys, carrinho limpinho, som da hora, arrastam um monte de menininhas fã de sexo que não usam drogas, geralmente cheirando a leite materno ainda. Lotação, acorda, não é mula de pedra. O que muda? Tá, tá, olha o cara lá.
Pode ir agora. Pode, patrãozão? Vai se foder.
Mandíbula caminha na direção da cadeira vasia. Rôdney se levanta.
Olá, como vai minha menina. Firmeza, esses são seus sobrinhos?, caramba, como cresceram. Pois é, a família vai crescendo, logo serei avô e nem vou perceber. Eu trouxe os remédios e a bula que sua mãe ligou lá em casa e pediu prá minha mãe. Oh, que bom. Não esqueça a bula. Claro, claro.
Então, eu e meu amigo alí estamos indo pegar um cinema. Isso é legal, quanto tempo não vou ao cinema, mas eu também não vou demorar, o Pedrinho aqui adora uma pizza, já o Fabio gosta de sorvete, está estudando música. Legal, mas preciso ir, o Lotação tá véio, vê, tem hora que o rabuge, sei lá, qualquer dia vai dormir na lage. Que bom que voce criou juizo e se casou, Mandíbula, e deixa aquela bebida que eu pago.
Lotação e Mandíbula saem abraçados, risinhos e beijinhos, simulando um casalzinho normal.
E o Monza? Relaxa, antes de entrar naquele restaurante eu destravei a arma. Precisamos devolvê-la. Domingo, firmeza.
Estamos agora com uma boa grana. Puta coincidência, ontem eu falava de dar um golpe único, conseguir um pouco de grana e voltar a lutar. É mesmo, vamos tentar segurar aquela quantum? Aquela branca, na praça de casa? É. Maneiro. Podemos seguir trampando com os vasos, se sobrar uma cara ainda podemos armar um esquema lá na frente, na garagem. De boa, mas estou mais afim de comprar um terreno, levantar 3 cômodos no fundo e detonar o processo dos vasos na frente. Terreno barato só lá onde judas parou para tratar das palmas dos pés. Nem sempre. Cê tá louco, terreno lá na vila é uma fortuna. Meu tesão, voce tá falando igualzinho a sua mãe. E daí, e afinal, quando vamos chegar nessa porra de matrix? Falta pouco, vamos caminhar de mão dadas, é mais rápido. Vai se foder.
(conexões desnecessárias)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ingenuidade



Não me abandone.
Não me deixe escapar.
Não me deixe fugir mais uma vez.

Olhe-me nos olhos.
Veja mais uma vez.
Voce vai conseguir.

Meus olhos não são só seu espelho.
Suas dores vai terminar aonde começa as minhas.
Mas não se envolva, apenas fique comigo.

Não me abandone.
Quando voltar para voce, leve-me junto.
Eu vou ficar ao seu lado.

Eu nunca quiz fugir.
Nunca quiz sair de nosso lugar.
Se preciso, amarre-me a voce.


A vida, aquela que voce chama de normal, está bem, permaneço justo, não recebo cobranças, estou separado e meu filho já aprendeu a andar, sorrir e amar. A casa é minha, depois do portão tenho um jardim. Hoje, há muito tempo, fui além do jardim. Levei somente cigarros e as roupas que estava vestindo. O masso de cigarros acabou, as roupas sumiram, deixaram de existir sem eu perceber. Varias vezes, sem dor, perguntei-me por quê, antes, jamais fui além do jardim.
Voce apareceu e também era a sua primeira vez. Sentou ao meu lado, apenas se movia para mudar o cd e retirar por instantes o fone para massagear os ouvidos. Aos poucos nada mais importava além de viver atento em voce. Não quiz sequer torcer para as pilhas enfraquecerem, voce podia simplesmente ir embora, nem olhar ao seu lado e nunca mais voltar.
Eu me vangloriava por não sentir e nem querer saber o que significava medo. Ninguém jamais teve a mesma importância aquém do jardim. A importância de minha família, amizades, escola e trabalho, é diferente; sentia muito prazer mas jamais desligado de muita dor. Acreditei que a vida é só assim. Todos diziam a mesma coisa: isso é natural. Então, não foi difícil de entender, todos diziam para não questionar determindas coisas, porque eram naturais que fossem assim.
Voce desligou o aparelho, guadou-o na bolsa e permaneceu alí. Eu só quiz conversar porque pensei que voce também queria. De repente nos olhamos ao mesmo tempo, foi a maior e mais agradável experiência em toda a minha vida, e ficamos muito tempo nos olhando. Parecia uma brincadeira que nós jamais brincamos. Quando voce olhava minhas rugas, eu seguia sua pele, as formas da face, vi lábios e pela primeira vez me deixei iluminar pelo brilho dos olhos.
Eu quiz abraçá-la, olhei em volta, não havia nada, mas não consegui, porque senti medo de agir e voce ter um motivo para se irritar e ir embora e nunca mais voltar.
Voce me abraçou.
É impossível calcular quanto tempo ficamos abraçados, em silêncio, misturando as respirações, o som dos corações se tornaram imensos, os corpos suando, apertávamo-nos cada vez mais. Voce passou a gemer quase inaudível, meu pau se inrigeceu sem que eu pensasse em sexo pela primeira vez. Voce passou a soluçar, principiou a chorar, tentou se soltar, eu a segurei, voce batia em meus ombros, nos meus braço e eu não conseguia soltá-la. Voce gritou e de repente perdeu as forças. Eu também já não podia mais prender a respiração, prendê-la nos braços, então cai sobre seu cólo e continuamos em silêncio, voce enxugava minha testa com as mãos, olhava-me nos olhos e sorria.
Foi a primeira vez que vi a felicidade, que acreditei nela, e então acreditei em voce.
Eu lhe perguntei o seu nome e voce respondeu que não precisamos dos nomes, se levantou, foi embora e nunca mais voltou.
Eu olhei em volta, não havia nada, além de uma espessa e branca bruma, como este fundo de tela, que agora escrevo, feliz, sentado aqui, com esperança de voce voltar, agora, muito além do jardim.
Agora, nada é mais natural, tudo que existe, nunca existiu antes de voce.
(Este texto faz parte da série: Conexões Desnecessárias)

quarta-feira, 10 de junho de 2009

CatChup


"Don't you hate that?"
"What?"
"Uncomfortable silences. Why do we feel it's necessary to yak about bullshit in order to be comfortable?"
"I don't know."
"That's when you know you found somebody special. When you can just shut the fuck up for a minute,
and comfortably share silence."

Certa vez, deixei escapar em um comentário, que voce é a melhor, que seria contradição eu não a escolher, e nas entrelinhas, para uma partida, daí, daqui, de onde estivermos. Continuo com a minha estimada consciência, apesar da ajuda inapreensível da intuição masculina.

Eu a homenagearia com sua foto, da minha primeira vista, aquela também com o cigarro, mas achei de senso comum não forçar o bom senso, então preferi ...

Apesar da contrapartida sofrível, sinto muito, muito desejo e saudade, e aguardo; fico assim, quase real, toda vez que ligo este aparelho e tão logo lembro de voce.


Pulp Fiction

O animal segue seu único e irrefletido caminho
O homem aponta mil caminhos, reflete
quanto pode, encontra mais mil
E são bilhões de seres racionais vezes mil razões
a cada instante, refletindo, burilando, conspirando
Reflexão, reflexo, espelhos, mundos dentro de infinitas formas
o sumo da igualdade extraída da multiplicidade das diferenças
A polpa do nada

Assim o animal racional ao seguir seu caminho, indaga
Quê caminho? Qual sentido? Por quê eu?
E como não existe alguém absolutamente isolado
na relação com outro animal, questiona
para além da razão, propõe
legitimar seu ser
Do sumo ao bagaço, ida e volta, toda diferença é uma disputa de forças
O espelho embasa

Tolerar, suportar e permitir
Durante uma guerra sentimental
no maior espetáculo do conhecimento
é muito fácil responder somente sim sim sim
Tente imaginar na ignorância os insensíveis tão somente não não não
Onde não chegou o Estado do Bem estar
Onde não chegou a Opinião Publica
Onde não chegou as Idéias

Concorde comigo
Impossível haver concórdia entre um forte e um fraco
Ninguém vai escolher livre e espontaneamente ser
o fraco. A força vai obrigar
Tempo de violência, os outros, a natureza
Toda reflexão, todo reflexo de si desaparece
estilhaços, o nada o mundo sem formas refletidas, sem face, a vida
é o único e irrefletido caminho e eu jamais a abandonaria

domingo, 7 de junho de 2009

Carrapato de boi


O turfe , da forma em que é conhecido hoje, surgiu na Inglaterra, por volta do século XVII. Para as competições foram sendo selecionados cavalos com aptidão para corridas, dentre os que eram trazidos desde o norte da África (bérberes) e os árabes, comprados ou tomados de seus criadores. Cruzados com os melhores cavalos europeus, nasceu a raça denominada puro sangue inglês que praticamente domina a atividade turfística.
A palavra Turfe vem do ingles “turf”, que designava os primeiros eventos de corrida de cavalos. Hoje, na Inglaterra, a palavra turf designa coloquialmente a corrida de cavalos.
Ao Brasil o esporte chegou em meados do século XIX. (Wikipédia)
O VÍCIO NOSSO DE CADA DIA
- Voce pode dar duas respostas antes de sair por esta porta?

- Respostas? Acho que não há qualquer pergunta, pelo contrário, o senhor só sabe cuidar de meus ovários, nem sequer olha o mais importante, montado no título de oncologista, vangloria-se por saber montar tão bem porque já ganhou até 'troféus de turfe'.

- Então, ok, não é meu costume, jamais divido conhecimentos médicos com os pacientes, mesmo que seja um colega de profissão. Até breve, e por favor, chame-me a Isadora de Almeida.

- Quais são as perguntas?

- O que é pior, um viciado dizer que não é viciado, ou a pessoa normal querer se beneficiar com as contraditórias vantagens de ser viciada?

- Sabe, doutor, sempre me preocupei com o senhor, jamais quiz exclusividade no meu tratamento, no começo até pensei que este era seu pensamento de mim, ao perceber que ninguém o suporta, que tal comportamento exasperante é o seu padrão, que deixa a indiferença profissional bem longe, quando o senhor também ataca os pacientes em geral, procurando sempre algo para desqualificá-lo diante do seu talento, de sua carreira honrosa...

- Por favor, chame a próxima.

- Favor? O senhor me faria o favor de dizer por que tenho um cancer?

- Voce é uma viciada. Vou mandá-la ao setor de psquiatria.

- Todos viciados tem cancer?

- Lá voce faz esta pergunta.

- O senhor não é capaz de responder?

- Eu curo doenças, é minha especialidade, mas por que as pessoas ficam doentes, elas próprias deviam saber. Eu lhe faço sete recomendações de exames, voce nunca completa o que eu pedi. Como posso tratá-la corretamente?

- O senhor alguma vez me pediu para não fazer determinada coisa?

- É preciso? Pode ir, dá licença, preciso trabalhar, existem milhões de pacientes lá fora.

- O senhor é infeliz, torna todos os paciente infelizes, e a infelicidade causa cancer.

- Por favor, eu não posso perder tempo, vai lá na psquiatria.

- Sim, eu vou, o sistema merece complacência e eu 'uma chata no seu saco' mereço, se aqui não pode eliminar-me, compaixão profissional e química.

- Nenhum "sistema" médico, se quer ser profissional, vai atrás de doentes em suas casas, ou vaga por aí convidando seus pacientes pela rua. E, por favor, tenho muito o que fazer. Sai, sai.


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Nós, os extraordinários



Atualmente invejo as pessoas que jamais precisam de uma indução artificial para evitar a sensação de angústia existencial.
Artificialidade significa toda e qualquer forma de alienação consciente e prejudicial para si, para os outros e para o mundo e natureza.
Quando se sabe que, um gesto isolado, um comportamento repetitivo, passividade e ou atividade mórbida, riscos desnecessários, ingestão de substâncias psicoativas lícitas ou ilícitas, ingestão de substâncias alimentares além da necessidade, toda forma de disperdício, toda forma de poluição física ou ambiental, humor impertinente às situações, pensamento desagregador como preconceito, discriminação e narcisismo a todo instante, teorizações sem fundamentos, e etc., vivendo de tais maneiras, não se está contribuindo da melhor forma para uma vida melhor, quando a angústia existencial, se é inevitável, porém não cause sofrimento para ninguém.
Quando se sabe que se vive em e por uma correlação de fatores noscivos, que somados, não importa em quem ou em qual circunstância, o resultado sempre será o mesmo, cada vez mais e mais angústia, sofrimento e dor, se não para si, porque há inúmeras formas de dissimulações paliativas, mas com certeza em outros ficará estampada na face, ou entranhada na carne.

Quando se sabe que se vive um mal, embora às vezes inevitável, um mal desnecessário, vive-se uma alienação consciente.

A consciência da própria alienação do mundo seria positiva, se fosse encarada como desafio a ser vencido, como obstáculo a ser superado, como ponto de partida semelhante ao nascimento biológico.

Seria positiva se, conforme a imagem do nascimento de um ser, também fosse inevitável e também inevitável a luta pela sobrevivência a exigir e oferecer mais e mais consciência, como garantia maior de... sobrevivência para todos... os seres vivos!(sic)

Este espaço felizmente ainda não foi definido precisamente a que serve, como subfator substituto do fator original puro e simple de comunicação, mas sei que um texto demasiadamente longo vai se tornar inócuo, vivemos atualmente muito apressados, ou quase ninguém vai sequer começar a ler, somente ao ver a quantidade de caractéres ou linhas.
Portanto, vou encerrá-lo com uma pequena história, que serve muito bem de exemplo para as questões levantadas neste post.
Ela foi escutada a pouco na calçada, contada por um amigo da visinhança.

Quando me proponho a refletir sobre questões 'cabeludas', ao passar para as palavras fica ainda pior, preciso de inúmeros intervalos com: cafés e cigarros, frutas e cigarros, etc.

Desta vez, devido ao inverno aqui em São Paulo, frio e sol na medida, acrescentei ao café e cigarro, banhar-me de luz solar.
Esta historinha pode ter tido origem na internet, e isso em nada altera o sentido, bem como seu suposto autor. Meu amigo Luis é a fonte.


"Aproximava-se o Natal. O carteiro além de trazer as correspondências, tambem as leva, quando devidamente preenchidos os campos para destinatários e remetentes, e especialmete seladas. Certa vez, encontrou uma carta endereçada ao Papai Noel, sem remetente, nem sêlo. O carteiro tocou varias vezes a campanhia da casa, ninguem o atendeu, e só se podia ouvir uma música infantil em alto volume.
Não quiz pensar se tratar de uma brincadeira, apesar que a letrinha minúscula denotava se tratar de uma criança, que ainda mal havia aprendido a escrever. Então ele resolveu abrir para ler, com a esperança de poder identificar seu autor.
Estava escrito assim: "Senhor papai Noel, este vai ser meu quinto Natal, não gostaria de receber um presente e sim, desta vez, dar um presente para uma outra criança muito querida. Eu gostaria que o senhor me desse 100 reais. Vou ficar muito feliz e fazer um amiguinho tambem muito feliz. Muito obrigado, uguinho."
O carteiro tomado de emoção, fechou a carta e a colocou no bolso.
No outro dia, colocou 99 reais, só o que pôde conseguir, em um envelope, fechou e escreveu: Destinatário: Huguinho, remetente: Papai Noel. E se foi cumprir seu dever ainda mais feliz.
E no outro dia, encontrou outro envelope endereçado ao papai Noel. O cateiro abriu e leu: "Senhor papai Noel, na próxima vez que lhe pedir dinheiro, por favor, entregue-me em mãos, pois o carteiro desta rua não é confiável. uguinho, sem agá."