segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sobre espelhos partidos

"É compreensível que alguns lastimem o vazio atual e busquem, na ordem das ideias, um pouco de monarquia. Mas aqueles que, pelo menos uma vez na própria vida, provaram um tom novo, uma nova maneira de olhar, um outro modo de fazer, aqueles, creio, nunca sentirão a necessidade de se lamentar porque o mundo é um erro, a história está farta de inexistências; é tempo para que os outros fiquem calados, permitindo assim que não se ouça mais o som da reprovação por parte deles..." (Michel Foucault )

Nas escolas de rua
Então todas as questões estão passadas, terminadas todas as questões possíveis, porque tudo já está "em seu lugar" e a vida a limpo não nos expõem mais a pesadelos de terrores, ou luxurias, ou ambas, mais comuns, portanto, volto à ficção, meu lar - o lugar sagrado onde a mentira não contagia - o céu ou o inferno, conforme minha cara de bode.

Apesar de não concordar com esta nova era uma vez... porque "sempre resta um pouco" da questão: ser ou não ser.

Desterrado, a forma mais fácil de cair eternamente para o fim deste momento, resolvi aguardar relaxado e gozando, até o "juízo final", rss.

Vou fazer uma ficção, ainda na forma antiga, quando a reflexão, a mesma que se exigia para solucionar questões, sobre química e física; a face expiatória que mais usei, "porque a gente é assim" e não se pode perguntar, porque não há jamais resposta plena.

Espero que este "novo" conhecimento se mantenha atento à nova ordem mundial, um pouco da minha, um pouco da sua, um pouco de todas e, até mesmo um pouco daquela cantada por Caetano Veloso; algumas coisas fora de ordem porque também sou do mundo.

Há muito tempo atrás, quando ainda estava em meu estado gasoso, vivia ao sabor da temperatura.
Eu não tinha outra alternativa, podia somente obedecê-la, aumentar ou diminuir, e o movimento só acontecia devido a variação da sensibilidade de cada pessoa.
Ao chegar em estados mais avançados de vida, consequentemente de permanência e acumulo de experiências repetidas, a partir do momento quando já se podia avistar o "sempre suposto!" fim, quando a sensação de inutilidade, esta a mais inútil, dava suas graças, passei a brincar, portanto, de reagir diferente da natureza.
Neguei as leis de "ação e reação", de "causa e efeito", de "dando que se recebe", de "gentileza gera gentileza", da " toda barbárie se finda na civilização", de "tudo que sobe, desce", do "nada se cria, tudo se transforma", etc., apenas para contrariar a lei maior de movimento e repouso, a Inércia.
Lembro que este nome horrível era tomado, como o nome Deus; essa energia irrecusável que nos mantém vivos.
E, devo confessar, era um prazer imenso, quando todos se movimentavam, eu ficava parado, e vicie versa.

Levei esta brincadeira até meu último suspiro, e minha morte foi quase como gozar durante um beijo de amor, ou um olhar de amor, ou um gesto de amor, de dentro de mim para dentro de outra pessoa, foi quase como um piscar de olhos, e tão logo reapareci, aconteci-me em estado sólido.
Em meu estado sólido reencontrei muitos amigos, mas não pude reiniciar completamente a mesma amizade.
Muitos deles reclamavam porque se sentiam prejudicados, pois haviam reacontecidos em estado líquidos e se odiavam quando se derramavam por aí.
Estes, em seus estado líquidos, tentando se conter a todo custo, imputavam a culpa de seus íntimos transtornos a todos em estado sólido, e só os perdoavam se caso pudessem usar a solidez para suas contenções.
Eu imediatamente percebi que aquela "coisa" não ia ser nem diversão nem evolução, muito menos ambas, então resolvi permanecer calmo ao lado de meus semelhantes sólidos.

Por um bom tempo tudo ia bem, até percebi e aprendi as variações que o próprio clima sofre na relação com as pessoas, as variações que estas variações fazem sofrer as pessoas de qualquer estado.
Aprendi os primeiros passos daquilo que eternamente iríamos chamar de Arte, e igualmente a Ciência, e ambas, em equilíbrio, tornavam-me muito feliz.
Arte e Ciência, apesar de precárias, fez-me enxergar que, entre meus semelhantes sólidos, também haviam muitos descontentes da vida, que se queixavam porque intimamente prefeririam poder se derramar pelo mundo.
Nos estados de muita inspiração, via uma legião de descontentes, tanto sólidos quanto líquidos, e, para piorar, engrossavam esta corrente os que ainda permaneciam em estado gasoso, estes, quase todos, porque ansiavam, além do suportável, sua reencarnação.
Só mesmo "por acaso" passei a maior parte de minha vida, em estado sólido, preocupado em colocar panos frios sobre os, meus semelhantes e dessemelhantes, descontentes da vida.

Lembro que quase enlouqueci para saber porque todo mundo ria de mim, insultava-me e, quando podiam, agrediam-me.
Então, depois da espantosa marca de prazer, que fiquei 3 dias jejuando, 3 dias dormindo e acordei como se tivesse esquecido o problema da minha existência, depois que passei o 7º dia contemplando a beleza das pessoas, incondicionalmente a qualquer parâmetros, eu, pela segunda vez, morri.

E novamente reaconteci, porem de uma forma diferente da matéria e suas formas fundamentais de produzir energias e vicie versa, e estas a de criar a maneira mais ilimitada de viver, que infelizmente as pessoas só usam 3,856 % de suas possibilidades.
É como se eu não tivesse mais um corpo, porque em meu íntimo sei que estou em constante movimento - eu que odiava a Inercia, lembram? - , em constante relação com todos e tudo, e que a imagem que faço de mim, depende tanto e tanto de um ponto de referência totalizante, que não importa o quanto eu possa mudar minhas imagens, as imagens de ocasião não serão nada além de um mero detalhe, ou o todo e tudo somente um detalhe.
A vida pesa, a chapa esquenta; paradoxismos, anacronismo e agnosticismo diariamente.
Como se aquela deusa Inercia, estivesse usando botox e colocado medidos seios de silicone para me atrair/distrair/trair.

Estou tentando muito não engrossar o cordão, a corrente, a legião, a majoritaridade dos descontentes da vida; ah, se pelo menos eu tivesse aproveitado este incomensurável tempo, de vida vividos!, para aprender como dissimular o descontentamento com uma própria vida idealizada.
Infelizmente, para mim, nunca foi fácil aprender o que não havia liberdade e necessidade essência/fundamental.

Bom, juro, não há muito o que fazer; é como dizem os descontentes, ninguém tem estrela na testa.

Vou continuar, quem sabe este é meu brega/destino, fustigar os descontentes.
Este post não é mais uma forma "culta/curta" de se lastimar; não é mais necessário algum esforço de reprovação.

"Soldadinho de chumbo

Ele não conseguia parar de olhar
aquela maravilhosa criatura.
Queria ao menos tentar conhecê-la,
para ficarem amigos."

sábado, 28 de novembro de 2009

Da história dos prazeres da carne

Porque é sempre uma impostura falar de heróis cá no Brasil


Nossos "primeiros" grandes heróis brasileiros, pedros alvares cabrais, ainda assistem sem entender o que se passa na cabeça dos "canibais".

Estariam eles mentindo que vivem "perfeitamente" bem, como nos contam os heróis estrangeiros? (Jornal do Descobrimento - 21 de Julho de 1501)


Sabe-se que os "índios" apreciaram a carne branca, porém não possuíam sistemas "imunológicos".

Sabe-se que na carne branca, toda doença precisa de muito estudo, muita ciência e arte!, muito remédios e "operações", para se curar.

Sabe-se que a doença da carne branca é dissimulada, que não se cura só com ervas, pedras e espelhinhos, que não havia uma doceira a bordo da armada.

Sabe-se que o branco da carne se deve a um tipo raro de sangue superior, que assimila a cor do ambiente de plena paz, que não adianta fazer transfusão.

Sabe-se que em ambientes de plena paz não se pode mentir, porque a moral da história não é para todos, somente a quem faz sua verdade a do amor.

Sabe-se que a diferença histórica entre pessoas iguais é a criatividade para se impor sua a verdade do amor.

Sabe-se que amar é não contar com a sorte e o azar.

Sabe-se que o verdadeiro apostador não é de verdade, que nunca perde ou ganha, porque quer somente navegar, sem bolsos, sem documentos, e nada oferecer.

Sabe-se que os navegadores servem a quem tem medo.

Sabe-se que os medrosos se servem uns aos outros.
Sabe-se que os medrosos abandonam aos verdadeiros apostadores.

P____ !
Indignada,
nada censurável
que xingue,
inclusive em versos!
Cidade maravilhosa
- heresia.
Aqui não há poesia,
senão com revolta e medo.
Do dedo,
levaram-me, hoje, uma aliança.
Levaram-me mais que isso.
Sobretudo a esperança
de que a tudo me manteria alheia,
como quem ao mar revolto apenas assiste da areia
(praia em que não há salva-vidas).
Cidade de m____
- que me perdoem os poetas.
É que, nesta noite,
recuso-me, renitente, à hipocrisia.
Sobre estas linhas há lágrimas
- e que sorte a minha!
Bem poderia haver sangue....


Quer sol quem dá amarelo.
Quer som quem oferece o canto.
Quer colo quem divide a cama.
Quer amor quem ama.


Há uma solidão tão minha
que até de mim se disfarça
quando estou sozinha.
E não passa
onde quer que eu esteja,
porque sempre me segue
sem que eu sequer a veja.
Ela está aqui,
escondida,
mas quase despercebida
num beijo de amor.
É quando quase alcanço o céu...... e de lá me assombro!
Quanto mais fantasio,
maior o vazio,
pior o tombo;
pois não há amor
sem alguma expectativa,
nem há expectativa
sem alguma dor.
Ilusão...
Desilusão...
É sempre o que resta.
A solidão é o fim da festa.
Quando muito,
há paetês no chão.
Ao menos sei
que é assim
e me guardo pra mim
essa lucidez nas mãos.

Postados por Renata de Aragão Lopes
Leia mais: http://docedelira.blogspot

I'm going beck to my Father


SOBRE ESPELHOS PARTIDOS
Àquele sem nome, um conceito com razão suficiente para tudo,
causa primeira e efeito último da existência da coisa/conceito,
cujo nome é Vida, Realidade, Isso, Isto, existe
tão mais quanto não poderia existir para negar.

A negação interroga-se; aquilo que se coloca para ser negado
não merece ser uma questão depois da negação?

Para escapar deste terreno árido e áspero,
que somos quase obrigados a trilhar se acaso quisermos
pensar à partir das coisas em si, que se chama filosofia,
nome tão sublime quanto risível,
porque se tornou "coisa de valor" no decorrer do Tempo,
vou mergulhar in art of house Rising Sun.

Rss, servindo por capricho ao lirismos da estrofe anterior:
Para escapar do terreno árido e áspero,
que em muitos casos a Arte se sublima...

"Há uma casa em New Orleans
Eles a chamam a casa do Sol Nascente
E é a ruína de várias pobres garotas
e eu, Deus, estou com elas

Minha mãe é uma costureira
ela confeccionou meu novo Blue Jeans
e o doce coração de meu pai
é um apostador

E ficam (down) em New Orleans...

E a única coisa que um apostador precisa
é de sua maleta e de sua garrafa
e toda vez que está satisfeito:
quando estão todos drogados

Com os copos acima do cérebro
e misturado com tudo em torno
seu único prazer é sair da vida
bebendo de bar em bar

Oh, peça a eles querida mamãe
nunca façam o que eu fiz
mas há uma casa em New Orleans
que se chama Sol Nascente

Com um pé na plataforma
e o outro no trem
eu vou voltar para New Orleans
e me acorrentar as pernas

Já estou em New Orleans
meto os pés na porta principal
voltando para o fim da minha vida
ficar (down) no Sol Nascente

Há uma casa em New Orleans
Eles a chamam a casa do Sol Nascente
E é a ruína de várias pobres garotas
e eu, Deus, estou com elas"

ps. Tradução, de ouvido, livre,
de meu filho. Ele me dizia:
pai é impossível "ouvir" Bob Dylan!
Apesar da verdade roubada,
tudo que aprendo e ensino sofrendo,
disse a ele: não me faça gentileza
que voce vai conseguir; pense
que Bob não era um papagaio.

Leitor(a), esta é a minha ruína, viver
como se antes da criação do mundo
ou depois, como quem jamais
pertenceu à própria espécie.

Agradeço:
À inspiração da Zana (muita saudade)
À provocação da Roberta(irmã da dor)
À perseverança da Ísis(asas pequenas)
e a todos(as) leitores(as)(incubadores)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Gentileza gera venda


Moro a cem metros, aproximadamente,
da Rodovia Raposo Tavares,
a duzentos do Pão de Açúcar,
a cento e oitenta do Wall Mart, e,
em breve, a cento e cinquenta de um Shopping,
cujo dono é o mesmo do Shopping Iguatemi.

Infelizmente, ou, por "gentileza", felizmente, "não se vende armas no Brasil".
Uma Snaiper, usada, com poucas cabeças perfuradas, custaria os olhos da cara.
As máximas políticas para nações mínimas.
Francos atiradores acertam a ponta língua.

"Ficar cego feito uma criança

por medo ou insegurança."

Felizmente, não por "gentileza", a máxima noção Google, apoia o devir. As bolas
dos olhos são completamente brancas, por gentileza,
a paz é uma excessão às regras.

Não vou mais atacar, não vou mais me defender, e nem sequer questionar o utilitarismo
dessa era que já vai tarde.

Ballad of a thin man - Bob Dylan

Balada de um Homem Magro:

Você entra para o quarto
Com seu lápis em sua mão
Você vê alguém nu
E diz, "Quem é esse homem?"
Você tenta
Mas não consegue entender
Exatamente o que irá dizer
Quando chegar em casa
Porque algo está acontecendo aqui
Mas você não sabe do que se trata
Sabe, Mr. Jones?

Você levanta a cabeça
E pergunta, "Seria isto onde é o que isto é?"
E alguém aponta para você e diz, "É dele"
E você diz, "O que é meu?"
E outra pessoa diz, "Onde, o que é?"
E você diz, "Oh meu Deus Estarei eu aqui sozinho?"
Porque algo está acontecendo aqui
Mas você não sabe do que se trata
Sabe, Mr. Jones?

Sua mão em sua passagem
E você vai assistir o CDF
Que imediatamente chega a você
Quando ele lhe ouve falar
E diz, "Como é que se sente em ser tamanha aberração?"
E você diz, "Impossível"
Enquanto ele lhe oferece um osso
Porque algo está acontecendo aqui
Mas você não sabe do que se trata
Sabe, Mr. Jones?

Você tem vários contatos
Entre os madeireiros
Para lhe trazer os fatos
Quando alguém ataca sua imaginação
Mas ninguém tem qualquer respeito
De qualquer forma eles já esperam você
Para apenas dar um cheque
Descontáveis no imposto de renda
Para organizações de caridades
Você esteve com os professores
E todos eles gostaram de sua fachada
Com os grandes advogados que você tem
Discutem leprosos e ladrões
Você leu
Todos os livros de F. Scott Fitzgerald
Você tem um conhecimento literário amplo
Já se sabe
Porque algo está acontecendo aqui
Mas você não sabe do que se trata
Sabe, Mr. Jones?

Bem, o engolidor de espadas
Ele chega até você
Em seguida se ajoelha
E se benze
E então ele bate o seu salto alto
E sem mais notificar
Ele lhe pergunta como se sente
E diz, "Aqui está sua garganta de volta
Obrigado pelo empréstimo"
Porque algo está acontecendo aqui
Mas você não sabe do que se trata
Sabe, Mr. Jones?

Agora você vê este anão caolho
Gritando a palavra "AGORA"
E você diz, "Porque razão?"
E ele diz, "Como?"
E você diz, "O que isto quer dizer?"
E ele berra de volta, "Você é uma vaca
Me dê seu leite ou vá para casa"
Porque algo está acontecendo aqui
Mas você não sabe do que se trata
Sabe, Mr. Jones?

Bem, você entra em um quarto
Como um camelo e depois você franze
Você coloca seus olhos no bolso
E seu nariz no chão
Deveria existir uma lei
Contra você aparecendo por aqui
Você deveria ser obrigado a usar um egoísta
Porque algo está acontecendo aqui
Mas você não sabe do que se trata
Sabe, Mr. Jones?


domingo, 22 de novembro de 2009

O sorriso de Monalisa


É o contraponto ao riso estéril, aquele pior do que um aborto como solução premeditada para redimir as aparências e ou somar dotes que mantém as tradições da boa convivência e costumes absolutos.
Ontem assisti pela enésima vez, na TV, e tenho DVD do filme.
Então, triste pela ausência de uma mulher que simboliza uma deusa, que me conquistou também - só com o sorriso, que se contrapõem ao riso histérico - da qual sinto grande saudade, real e verdadeira, do meu 3º estágio, segundo os padrões de Genebra, definitivamente refletidos por Jean Piaget.

Aparelhos de massificação da cultura já foram considerados bodes expiatórios da desordem e regresso, quando o gestor da futilidade era a Indústria Cultural, e esta, por sua vez, se tornou também bode expiatório, quando, além de desordem e regresso, a intimidade de todo mundo virou objeto de desejo; esta é a era da internet.

Conforto além do necessário, sob o álibi de suficiência, gera insegurança real, e há quem pensa que gera apenas mais e mais conforto.
Cultura além da necessária, sob o álibi de eficiência, gera ignorância real, e há quem pensa que gera mais e mais cultura.
Curiosidade além da necessária, sob o álibi de desejo, gera doença real, e há quem pensa que gera mais e mais curiosidade.
Capacidade além da necessária, sob o álibi da competência, gera imagem irreal, e há quem pensa que gera mais e mais capacidade.

E eu poderia amanhecer acrescentando mais e mais proposições universais da dialética, mas por último, acrescentaria esta: gentileza além da necessária, sob o álibi da convivência, gera relação irreal, e há quem pensa que gera mais e mais gentileza.

O computador é outro avanço sem medida para a civilização, mas logo vão culpa-lo pela ordem e progresso da criminalidade.
Produzir bodes expiatórios também é cultura, Leonardo da Vinci sabia e não gostava disso, pintou a Monalisa para ensinar quem não sabe por que é artista. E se sou capaz de dizer que Deus não mostra, então também não explica aos desinteressados, imaginem a História, que afirmei ser maior que Ele.

Piração por piração, comportamento inferido aos jovens daquele 3º estágio, aqui no Brasil e por todas pessoas insensatas de qualquer lugar, é algo tão radical que o encontramos na radicalidade dos "diga sim às drogas", quanto nos "diga não às drogas".
Extremos que se encontram em instantes etéreos e raros, formando um círculo, onde o ser humano pode aproveitar para fazer uma "feliz" volta por toda a sua vida e repensa-la; algo simbolizado por Um Intransferível Chamado.

Um chamado apenas, sem mostrar o caminho e nem explicar por quê. Provavelmente isso, em realidade, aconteça, ainda lembrando os padrões de Genebra, somente no 4º estágio.
Estágio que aqueles padrões, tal porque são o que são, não escondem: a imensa maioria dos jovens jamais chegarão.
Jean Piaget apontou várias causas dessa desordem e regresso; inclusive foi mais um estrangeiro que se apaixonou pelo Brasil, é muito interessante, confiram!, para não haver reclamações ulteriores.

sábado, 21 de novembro de 2009

Banhando os porcos


"O que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está." (Brecth)

O pai chegou para sua filhinha de 2 anos e perguntou:
- Por que voce só gosta de assistir estes monstrinhos?
A filha, aparentemente sem prestar atenção nem ao pai nem à TV, responde de pronto:
- Não são monstrinhos, pai.
Na TV passa o Teletubes. O pai, assessor para assuntos externos.


Aos decendentes do apóstolo traidor

Quando chifres crescerem em suas cabeças, lembrem-se de mim.

Quando lhes acontecerem tragédias naturais, acidentes diários e traições pessoais, lembrem-se de mim.

Quando, raramente, a lama lhes causarem imenso prazer, lembrem-se de mim.

Quando darem seus próprios nomes aos bodes expiatórios, lembrem-se de mim.

Quando nascerem porcos e galinhas de suas lucubrações de mágoas, lembrem-se de mim.

Quando um miserável por consequências suas pousar ao seus olhares para dizer não às suas falsas gentilezas e isso lhes causarem náuseas, lembrem-se de mim.

Quando suas invejas não assumidas se tornarem invejas assumidas, lembrem-se de mim.

Quando a saudade não existir para lembrar o que acabou e se tornar compulsão para salvar o que se perde, lembrem-se de mim.

Quando suas libidos morrerem para a espontaneidade, lembrem-se de mim.

Quando suas ingenuidades aparentemente inocentes revelarem-nos iníquos, lembrem-se de mim.

Quando suas sensibilidades não mais adoçar suas técnicas de darem o mínimo para receberem o máximo esforço, lembrem-se de mim.

Quando darem conta da enorme falácia que suas lógicas de inferências e argumentos de armário lhes abandonaram, lembrem-se de mim.

A diferença entre a História e o Sistema de Ideias e Crenças sobre o devir dos nomes: "isto não é dialética!!!"

"A dialética não é nem uma razão constituinte trascendente à história que ela informa, nem uma razão constituida, esclerosada e coagulada numa etapa do desenvolvimento, nem uma simples hipótese de trabalho que se abandona do mesmo modo como foi escolhida, simplesmente por sua comodidade, mas sim o produto de uma epigênese [rss, teoria da transformação dos seres por gerações graduais] histórica: cada etapa de seu desenvolvimento consolida o adquirido no momento mesmo que é superado. É o arcabouço de uma história que se está fazendo."

Don't Explain [away, Anita]
Hush now, don't explain
You're the cause of all my trouble and pain
Unless you're mad
Don't explain
My love, my love, my love
Don't explain

There is nothing within me now to gain
You know that I love you
Look what loving has done
All my thoughts were real
And so sincere
I'm so completely yours

You know I hear folks cha-cha-cha-chatter
And I know you cheat
Right or wrong, that now doesn't matter
You're here with me
Sit down, have a seat
It's your time to feel the pain
It's your time to weep
Don't explain

Hush now, don't explain
There is nothing within me now to gain
I'm gonna skip it instead
Don't explain
Don't explain

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Das saudades sinceras

Quero mesmo abandonar este show?
Então, às vezes, somos meios panacas, nesta região que mistura sedução com coisa séria, e, quase também toda hora vamos descobrindo sinais, que nos perturba. Eu fico perturbado. Sou até considerado chato, quando saio com as poucas, raras, pessoas que ainda me suportam. "Por que voce gosta disso!"
Não liga, essa voz não existe, é efeito das minhas perturbações. Essa que falou é das mais difíceis de ouvir, porque está o tempo todo comigo, vai aonde eu vou. Eu deveria realmente me apaixonar; ela, quase, por muito pouco, é real, é a Dny, a mulher que sempre sonhei, a mulher que não existe nenhum motivo para mulher nenhuma sentir ciúmes, porque, mais que invisível, ela não existe. Principalmente por enquanto. Na quarta feira eu fechei a porta, não posso mais deixá-la entrar, ela, eu sei, vai atrapalhar meus planos, porque espero por uma mulher mais perfeita que qualquer mulher que se possa chamar de outra; outra mulher dos meus sonhos.
Eu sei que a Dny é capaz de enxergar, não vai adiantar dizer que estou 'escrevendo', ou 'pesquisando' e ou preparando um terreno árido para revoluções naturais, porém mesmo que ela não vai jamais pensar as bobagens de 'namoros virtuais', ou 'qualquer ora semelhante', ela é capaz de enxergar, e dizer que tudo não passa de uma imagem inefável, e só. E eu apontar mais uma vez o dedo, naquele gesto natural e mandar o diabo se fuder.

A mulher que estou esperando; enquanto fico aqui marcando bobeira, encostado no poste, noite e dia, rodando a chave da máquina no dedo, e fumando minha saúde.
Eu sei que este meu comportamento não é tido como qualquer metáfora de coragem ou liberdade filosófica, nem mesmo se pode pensar que todos meus semelhantes com comportamentos semelhantes possam um dia falar sobre as ansiedades que originam essa solidão, essa possessão; perdão, lembrei do filme Costantine; o John é um feliz exemplo para a moçada que se simpatiza pela suavidade plena. Claro que isso já faz parte da minha mente perturbada, e estou pedindo perdão porque é evidente que qualquer leitor vai perceber que estou apenas fugindo dos fantasmas que tal tema detona até em mentes normais. E para que eu esquentaria minha cabeça, que tem muitos corpos para cuidar, sabendo que tudo é somente um filme?

A mulher que estou esperando quer saber de, aposto, realidades palpáveis.
Se eu não escrever, mas colocá-la em um transatlântico, ou num imenso porta aviões vasio, à deriva, sem comunicação com o mundo (palpável), nua, sem roupas ou uniformes, exausta, entediada de procurar água e alimento, febril, os lábios rachando, caída bem sobre o xis do heliporto do homem que sonhara a vida inteira. Se eu não apenas provocar delírios, e a mulher que estou esperando sentir a certeza que vou aparecer para salvá-la no ultimo instante.

"Só no último instante?" Dny gritou lá da rua, sua ironia desterra meus sentidos de vida.

A mulher que estou esperando vai ser invisível - só assisti o começo do filme, este tema também arrebenta qualquer controle social - e não vai ser uma fada encantada, vai ser uma mulher encantada, e ofensamente invisível. Vai chegar e me encontrar destruído da guerra, jogado em qualquer canto escuro e pútrido, nu, servindo os ferimentos aos ratos e baratas. Vai aparecer só para me salvar no último instante.

Vamos nos amar por tempo indetermindado.
E quando, depois de convencê-la que realmente não sei como cheguei naquele estado, e ela começar a dizer que estava perdida em um enorme porta aviões, e morreu me esperando... Acordo, ainda no porta aviões, em plena guerra, e ainda na mesma cela, ligo esta porra que me revelou voce e grito:
Cadê, cadê voce???

Quem vai querer motivo maior para se sentir com prazer ser meio panaca? Acho que, panaca ou não, sabemos que jamais morremos para nós mesmos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Notas sobre um escândalo


Homenagem à grande Mulher, cedo ou tarde, Presidente do Brasil.
Com especial carinho para a Cris, a Anita e a Biazinha,
tão pertinentes aos instantes desse texto e muito agradecido a Lilian,
que me detonou esta valiosa perspectiva de reflexão
Contando com a força e esperança de todos
nossos meninos e nossas meninas do Mundo
tomarem o contrôle da situação para salvar o Planeta...

Abra-te, espelho, em nome de todos

Se o futuro já estivesse pronto
o presente seria, de fato
uma obscura ruminação

Toda questão se findaria na cerca
e a orelha de Van Gogh não seria oferecida
na prática do devir

Os loucos seriam diferentes, não sussurrariam
a verdade, não inflamariam a liberdade e
não arrancariam suspiros de desejos no pasto geral

O alimento viveria na santa ignorância, o lucro
não causaria tanta perplexidade e os púdicos
revelariam o prazer nas marcas da burocracia

Os corpos cândidos de saúde e indiferença
se apaixonariam pela própria imagem e esta
se resumiria ao gozo crucificado de Narciso

Poetas e cientistas se transformariam em palhaços
e aqueles que renunciassem ao circo a Morte
os levariam para fazer contraponto ao riso estéreo


"Mas, que é a comédia? O jogo simultâneo da ignorância da personagem (como sua consequênte angústia) e do saber
que banha a cena impregnando todos os objetos, todos os lugares, todas as pessoas,
indicando à personagem o que deverá fazer em cada situação. E, no entanto,
a personagem, e ela somente, porque não percebe nada, não consegue apreender as indicações que lhe são oferecidas.
O acaso parece governar todos seus gestos.
Seus acertos e erros têm sempre a ignorância como causa.
E é dessa ignorância que nós, os sabidos, rimos.
Ora, a farsa está no mundo que nos ensinaram a ver.
A comédia danifica a sapiência, porque estilhaça todas as identidades assumidas cotidianamente,
porque desdobra um espaço povoado de desencontros.
"Ai de mim, gemia Cândido, sou o melhor homem do mundo
e já matei três homens, dos quais, dois eram padres."
A comédia confunde a personagem...
e o leitor sabido.
Cremos, assim, ter uma pista para acompanhar Cândido em sua viagem pelo interior da metafísica.
O Cândido[livro] é cômico porque suas personagens oscilam entre sonhos fastos e nefastos,
acertando e errando sem saber como nem por quê.
Viajar pelo país da metafísica é percorrer um mundo cuja lógica nos escapa inteiramente, porque não está onde julgamos encontrá-la.
Mas viajar também é presenciar a recomposição do sentido, quando as coisas se despojam da crosta metafísica.
E por isso, enfim, viajar é desfazer do "já visto", do "já dito" e do "já feito" - é
assistir a recomposição do sentido através do exercício dos sentidos."

ps. "Isto não é um cachimbo". Título de quadro imortal de Magritte, relembrando post anterior
e respondendo que isto aqui não é possessão como a da protagonista do filme,
que deixa bem à vista a impossibilidade do custo de um livre arbítrio da nossa genialidade.
Fome e ignorãncia é mato no Brasil, e não basta viver carpindo uma fazenda.
Voto no trabalho por um Mundo Sustentável; porque não troco a Vida por espelhinhos,
em troca de votos.
Quer me elogiar de verdade? Chame-me de brasileiro, devir.
Quer me elogiar de mentira? Chame-me de brasileiro, humano.
Quer me questionar? Chame-me; isto não é um corpo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

ISTO NÃO É AMOR (?)

THE LOVERS

"....a exterioridade, tão visível em Magritte, do grafismo e da plástica, está simbolizada pela não-relação - ou em todo caso pela relação muito complexa e muito aleatória entre o quadro e seu título.......estranhas relações se tecem, intrusões se produzem, bruscas invasões destrutoras, quedas de imagens em meio às palavras, fulgores verbais que atravessam os desenhos e fazem-no voar em pedaços........
Magritte deixa reinar o velho espaço da representação, mas em superfície somente, pois não é mais do que uma pedra lisa, que traz figuras e palavras: embaixo não há nada.
É a lápide de um túmulo: as incisões que desenham as figuras e a que mascaram as letras não comunicam senão pelo vazio, por esse não-lugar que se esconde sob a solidez do mármore......
parece-me que Magritte dissociou a semelhança da similitude..."
Cf Foucault, Michel, Isto não é um Cachimbo, Editora Paz e Terra, pp11/12/15/ 60/75/76,
no blog: lilianreinhardt.prosaeverso.net

Vanguarde-te tarde antes que nunca

A arte se divide essencialmente em figurativa e abstrata.
A arte essencialmente é tanto figurativa quanto abstrata.
Qual das duas frases não é mentira?
Existe diferença científica entre ambas forma de arte?


A ciência se divide essencialmente em verdade e mentira.
A ciência essencialmente é tanto verdade quanto mentira.
Qual das duas frases não é verdade?
Existe diferença artística entre ambas formas de ciência?


A verdade se divide essencialmente em arte e ciência.
A verdade é tanto verdadeira quanto mentirosa.
Qual das duas frases não é científica?
Existe diferença formal entre ambas afirmações da verdade?


A mentira se divide essencialmente em arte e ciência.
A mentira é tanto mentirosa quanto verdadeira.
Qual das duas frases não é artística?
Existe diferença formal entre ambas negações da mentira?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Olhar sem o peso nem a medida dos olhos


Filosofia em comum

Em outro post, anterior, refleti pelo conceito Selvagem, e adverti que tal palavra/nome possui inúmeros significados. Agora, neste passado que estamos e neste futuro que somos, pretendo refletir sobre o signo Selvagem.
A melhor opinião de Signo encontrei em Teixeira Coelho, coleção primeiros passos, O que é Industria Cultural, editora Brasieliense, em !980.
"Todo processo de significação - e este é o processo em jogo nos veículos da indústria cultural, como aliás em todas as demais atividades relativas aos ser humano - está baseado na operação de signo. Sendo signo tudo aquilo que representa ou está no lugar de outra coisa (a palavra "cão" representa um cão qualquer real, assim como minha foto na carteira de identidade é um signo de minha pessoa, representa a mim, está em meu lugar), entende-se por "operação de signo" a relação que se estabelece entre o signo propriamente dito (uma palavra, uma foto, um desenho, uma roupa, uma edificação, etc.), o referente (aquilo para o que o signo aponta, aquilo que é representado pelo signo; este cão, aquela pessoa) e o interpretante (ou conceito, imagem mental, significado formado na mente da pessoa receptora de um dado signo)."
Assim, minha beleza em "mentir", se assemelha à sincronia entre rosto sutilmente ocultado pelos cabelos ao sabor do vento. Eu não penso que seja mentira.
A profundidade varia desde o colapso nervoso à iluminação total (cegueira branca), por isso entre estes dois sentidos, o primeiro que serve ao real, à saúde e mercado - diversão também é real, mas eu não vejo diversão nenhuma no colapso negro da visão -, e o segundo, toda vez que experimento o pânico de poeta, um "signo propriamente dito", daí eu prefiro "ser" Selvagem.
Claro que, este ser também em essência é um signo impossível, porque a qualquer tentativa de representá-lo, não vai jamais haver referente além de mim. E a palavra, neste momento, "selvagem", perdi todo sentido, porque se torna uma contradição. Também o significado de contradição, oportunamente, tal palavra, perdi sentido.
Não sei que, se tudo isso é um problema da Linguística, ou se não for, teremos Heidegger de calça justa, talvez
(queda na eletricidade, perdi uns 8 parágrafos, fiquei irritado com minha incapacidade de prevenir tal "acidente", e, para calcificar minha complacência aos "provedores", vou fazer tudo novamente, porém, na forma de ficção e nas palavras dos outros)

Conceito de voce: a paixão
Selvagem

Não sei se choro ou se soco este monitor, quebro o teclado ao meio, jogo o mouse para a cobra e queimo meu cérebro intersubjetivo - eu percorro um mundo, dois, três, quatro, cinco, mil, milhões de caminhos, e quando chego em casa, a rosa Formosa desaparece, feito feitiço, da minha mão. Castigo por encontrá-la tão linda e livre e saudosa como a voz Elis Regina, viva e mesmo fora de um jardim suspenso, arrancá-la para mim? - ou sinal extraordinário para que eu desligue e relaxe, porque tudo precisa ser o que é, absolutamente?

Reflexão sobre nosso tempo: a contemplação
O Homem e o animal

O mundo do animal é um mundo sem conceito. Nele nenhuma palavra existe para fixar o idêntico no fluxo dos fenômenos, a mesma espécie na variação dos exemplos, a mesma coisa na diversidade das situações. Mesmo que a recognição seja possível, a identificação está limitada ao que foi predetermindado de maneira vital.
No fluxo, nada se acha que se possa determinar como permanente e, no entanto, tudo permanece idêntico, porque não há nenhum saber sólido acerca do passado e nenhum olhar mirando o futuro.
O animal responde ao nome e não tem um eu, está fechado em si mesmo e, no entanto, abandonado; a cada momento surge uma nova compulsão, nenhuma idéia a transcende.(...)
A transformação das pessoas em animais como castigo é um tema constante dos contos infantis de todas as nações.
Estar encantado no corpo de um animal equivale a uma condenação. Para as crianças e para os diferentes povos, a idéia de semelhantes metamorfoses é imediatamente compreensível e familiar.
Também a crença na transmigração das almas, nas mais antigas culturas, considera a figura animal como um castigo e um tormento.
A muda ferocidade no olhar do tigre dá testemunho do mesmo horror que as pessoas receavam nessa transformação.
Todo animal recorda uma desgraça infinita ocorrida em tempos primitivos.
O conto infantil exprime o pressentimento das pessoas.

(Th. Adorno e M. Horkheimer, Dialética do Exclarecimento, Zahrar editora)
ps. Gosto de relaxar ao som desta música: Inna Gadda da Vida, do Iron Butterfly
(certa vez a ouvi em um filme, onde um cara foge da polícia até seu quarto, então deita na cama e relaxa, aguardando ser preso. Quem souber qual é o filme, já procurei muito e jamais encontrei, por favor, escreva-me)

domingo, 8 de novembro de 2009

Adeus Withe Rabbit

FELIZ ANIVERSÁRIO

"Então, como se todos tivessem tido a prova final de que não adiantava se esforçarem, com um levantar de ombros de quem estivesse junto de uma surda [vida?], continuaram a fazer a festa sozinhos, comendo os primeiros sanduíches de presunto mais como prova de animação que por apetite, brincando de que todos estavam morrendo de fome." Clarice Lispector

Vinte e um anos, ou século 21, e ainda não podemos trocar o espelho pela
interface.
Rss, então do que adianta atingir a maioridade se a maior parte do mundo ainda vive dentro das casas e ainda não fêz contato com o entorno.
Ao crescer, e ainda dentro de casa, somos obrigado a jogos virtuais, a plugs e nomes.
Às vezes até penso que Charles Darwin fêz tudo errado, e o humano está ao contrario do top da evolução.
Todo seu aparato tecnológico ou trascendência sobre a matéria não passa de tentativas fracassadas para conseguir a comunicação absoluta com o entorno de si mesmo.
Por exemplo, não é possível pensar, sequer imaginar, a forma como os animais irracionais interagem, sem as ferramentas da razão.
Então preferimos conservá-los em ambientes estanques, nomeando-os irracionais.
Eles, os animais, é que são irracionais, e ponto.
Talvez isto explica porque tanto pavor aos extraterrestres e tanto désdem aos intraterrestres.
A Terra dominada, ou a casa entediada, o entorno, apesar de desejado, inatingível, e assim a indústria material ou cultural vive, de espelhos e sombras, feliz até que na morte se separe.
Ilusão de desespero ou superestimada esperança, seja material ou somente um gesto efeito de intenção, não creio que voce precisa apenas disso.
Não creio, rss, que para eu me transcender por voce, preciso ter sempre um "gelól" à mão.
Mas se estou errado, meu anestesiante de suas dores do mundo, portanto, agora, seria ter baixado o filme Existenz, feito uma cópia, encontrar seu paradeiro e lhe presentear, na mais sutil e irracional esperança de que é possível viver sem respostas porque não adianta haver questões, enfiando o desespero no saco e devolver para Deus.
Nem morto!!!
Não se trata de preferência de apego, mas então, aí, é a Terra, ou a natureza, envez de nós, tão somente, que preciso conservar, porque sem Ela, não poderíamos... o que agora, para fazer sentido, podemos.
E voce, mais inclusive do que eu, precisa saber, o que estou fazendo.

Não contemple o futuro como o tempo depois, se ele não é agora, não existe, assim também não desdenhe o passado como o tempo de antes, porque se não estiver presente, neste momento, nós sequer existimos. Existimos?
Espero que ninguém mais - como ocorreu, e ainda ocorre, infelizmente, exemplos extremos de racionalidade durante "guerras e pazes" do milênio passado - careça ou seja obrigado mais a experimentar os "microondas" da comunicação atraves do espelho.

One pill makes you larger
And one pill makes you small,
And the ones that mother gives you
Don't do anything at all.
Go ask AliceWhen she's ten feet tall.
And if you go chasing rabbits,
And you know you're going to fall,
Tell 'em a hookah-smoking caterpillar
Has given you the call.
Call Alice
When she was just small.
When the men on the chessboard
Get up and tell you where to go,
And you've just had some kind of mushroom
And your mind is moving low,
Go ask Alice;
I think she'll know.
When logic and proportion
Have fallen sloppy dead,
And the White Knight is talking backwards
And the Red Queen's "off with her head!
"Remember what the dormouse said:
"Feed your head. Feed your head. "

sábado, 7 de novembro de 2009

A falsa gentileza

Olhe-se neste espelho e venda sua própria pele

Surfo precisando de socorro, é verdade, ou de perdão,
conforme o caminho,
a laicidade, ou a crista da onda,
vai em direção ao espelho,
e eu sei que atrás está o rochedo.
Não importa qual a origem do nada,
a relatividade do minério, o barro,
é o único continente que vou encontrar.

A única chance de sobreviver, do pó ao pó,
me agarrar em tão impiedosa encosta.
O limbo e as faces calcificadas darão boas vindas.

Renascer já virou rotina, ou ignoro o passado,
considero-o uma mala,
e o abandono em qualquer estação,
ou o protejo em atitudes contemplativas de qualquer beato.

Peço perdão àqueles que se encaixam nas minhas críticas,
e socorro aos que experimentam minhas reflexões.
E a gentileza de sempre aos neutros.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Holofotes nas trevas



"Sinto ao escrever este diário o nojo exutório dos diários secretos,
em que o ato de escrever é uma espécie de chaga que infligimos
a nós mesmos para provocar uma supuração, uma expedição
intensa de matéria purulenta."
Rubem Fonseca

Epidemia total

Eu nasci na sala, e aqui no Brasil a sala é uma espécie de manjedoura sagrada ao contrário, onde recebemos os outros, onde sempre paramos a conversa para ouvir o caminhão de batatas insistir em seu desejo de vender, seja neste monitor ou na televisão.
Nasci no sofá e olhava a mesa de centro com piedade de mundo. Às vezes ficava sobre a mesa de espelho, tentava conversar também, e assim me sentia crescendo. O chão devia ser sujo, nem podia imaginar de onde viam tantos pés diferentes, nesta época os pés, calçados ou não, se pareciam pés de extraterrestres.
Aprendi a arrumar encrenca, noutras palavras, desenvolvi uma técnica infalível, quando aparecia pésinhos.
Qual seria o tamanho do mundo? Meus bracinhos alcançavam minha parte mole da cabeça para coçar, pensando.
Escutava muitos comentários bócio sobre esta parte mole da cabeça. Atualmente, só tolero lê-los.
Quando pisei pela primeira vez no chão, é impossível esquecer, levei uma bundada na testa, não ficou cicatriz porque foi uma bunda bem servida, tim tim para os sentidos.
Enquanto isso a manjedoura sagrada ao contrário, fervia movimentos, zig zags hipnotizantes para quem acabara de nascer.
Minha mãe sempre comprou as batatas. Carmem Miranda não a convenceu.
Ela parece alemã descendente de Lampião, ou vice e versa, e tanto faz. Esta observação só consigo nos tempos atuais.
Nunca tive empregada. Mas gostaria de ter sido cuidado na higiene por uma menina enfermeira formada e uniformizada, ou só de avental e unhas pintadas de vermelho.
Eu jamais experimentei talco, fragrâncias e muitos beijinhos, cheirinhos em minhas dobrinhas, pésinho já para cima.
Lembranças agradáveis de tempos que não tive, que me faltaram.
Quando olhei pela primeira vez para a janela onde poderia mandar mensagens instantâneas, uma webcan bateu na minha testa, este dejavu deixou uma grande cicatriz, que eu precisei colocar uma luz sépia, então conquistei uma notável fama de erudito infeliz. Então, miudinho ainda, roubava óculos escuros da sala e curtia uma de superstar.
Na primeira vez que, uma bebezinha ainda, um ano e meio bem calculado, me pediu para fazer uma pose para eternidades de calendário como aquarelas de supermercado, olhei para a porta e percebi que realmente estava mais seguro em meu quarto. Desliguei-me, ou me desconectei, e sai na calçada. Matei minha curiosidade do caminhão de batatas, à partir de então megafones passaram a me irritar.
Fui para o orkut e apreciava aquele diálogo quase instântaneo. Havia frações de interlúdios onde eu conseguia sentir prazer de viver em casas, como qualquer um. Foi a primeira experiência também em se tornar um, eu tinha aproximadamente 4 anos e poucos meses e tentava, à vezes conseguia, encontrar outra pessoa, que se comunicasse só em poesia. Mas a dificuldade jamais estava nas pessoas. O próprio caráter se tornou apenas residual dos grandes.
É a mesma coisa que pode está acontecendo neste momento, agora que resolvi, já a um bom tempo, abandonar o orkut e me isolar nesta espécie de diário que não precisa exatamente respeitar a espécie. Há quem escrevo, assim distante das janelas de apartamentos à noite? Pela manhã, meu apartamento da cidade causa ressaca, sem o sentido banana bem brasileiro.
Ao desistir, definitivamente, da comunicação poética, porque queira ou não Caetano está com a razão, amor em palavras é cinema mudo, então, para não desligar de vez este instrumento, passei a investigar possibilidades de encarnações através de radiações - as cores da radiação contra o efeito sépia cria tantas outras cores maravilhosas - algo tão estranho como os sinais, no cinema do Shalamayan; antes de aparecer a criatura, sempre normatizada em misto de estrangeiro e ameaçador. Ou de alguma forma doente, incapacitado ou proibido de ser um.
Tenho, já que esta fase parece ou chegou em seu limite, duas alternativas triviais, ou evoluo para a moribunda e particular literatura, ou sigo os ratos ao som do flautista através do pipilar - o twitter para os mais modernos.
Por isso que eu amo quem está feliz, e amo muito este tempo, porque apesar da minha idade e esta divisão, ou cisão, como diz minha amada eterna nua em pé sobre o divã, "fenômenos", e a minha infância promete.
Obviamente, eu e todos que me conhecem, sabem que vou para os dois lados, porque sou também irredutível. Eu não faço escolhas. Eu recuso esta liberdade. Não fico de um lado oposto. Também não fico encima do muro. Ou derrubo o muro, ou nada.
Não é pipilação, twittar acontece, rss, o outro sempre escolhe por mim. Mas jamais vou deixar de ouvir também a música Alone(acústico), Pearl Jam e Alice In Chains.

Com o título deste post, eu não podia deixar de publicar este poema, da Marina Colasanti, que, perdoem-me a expressão(já traduzida para que todos sem excessões entendam), de foder o próprio diabo, vestido de prada ou de conga:

Sexta-feira à noite
Os homens acariciam o clitóris das esposas
Com dedos molhados de saliva.
O mesmo gesto com que todos os dias
Contam dinheiro, papéis, documentos
E folheiam nas revistas
A vida dos seus ídolos.
Sexta-feira à noite
Os homens penetram suas esposas
Com tédio e pénis.
O mesmo tédio com que todos os dias
Enfiam o carro na garagem
O dedo no nariz
E metem a mão no bolso
Para coçar o saco.
Sexta-feira à noite
Os homens ressonam de borco
Enquanto as mulheres no escuro
Encaram seu destino
E sonham com o príncipe encantado.

domingo, 1 de novembro de 2009

Nas fontes de verdade e de mentiras



A HISTÓRIA DO JOIO FOMENTA SUA ANGÚSTIA

"De fato, qualquer explicação da realidade que não seja capaz de fundar significativa e racionalmente um ethos permanecerá insuficiente. Ora, a teoria da evolução, lá onde se arroga o status de philosophia universalis, procura fundar de novo evolucionisticamente também o ethos. Mas esse ethos evolucionista, que reencontra inevitavelmente o seu conceito-chave no modelo da seleção, portanto na luta pela sobrevivência, na vitória do mais forte, na adaptação bem-sucedida, tem a oferecer algo muito pouco consolador. Mesmo quando procura melhorá-lo de vários modos, continua sendo, em definitivo, um ethos impiedoso. A tentativa de instilar o racional em algo que é irracional em si fracassa aí de modo evidente. Para uma ética da paz universal, do amor efetivo ao próximo, da necessária superação do particular, de que temos necessidade, tudo isso tem pouca serventia. Nessa crise da humanidade, a tentativa de dar novamente um sentido racional à idéia do cristianismo como religião verdadeira deve, por assim dizer, apoiar-se em igual medida na ortopráxis e na ortodoxia. Seu conteúdo, hoje, tal como no passado, deve consistir essencialmente no fato de que o amor e a razão, como dois verdadeiros pilares do real, confluem mutuamente: a verdadeira razão é o amor, e o amor é a verdadeira razão. Em sua unidade, eles constituem o verdadeiro fundamento e o objetivo de todo o real."
Amor e razão, os dois pilares do real por Joseph Ratzinger .
Na ocasião, cardeal Ratzinger.
Hoje Papa Bento XVI.
Extraído da Palestra Verdades do cristianismo?, proferida pelo cardeal Joseph Ratzinger, no dia 27 de novembro 1999, na Universidade da Sorbone em Paris, publicada em italiano pela revista Il Regno-Documenti, vol. XLV (2000), n. 854, pp. 190-195.Criação e evolução, segundo o professor Ratzinger: o cristianismo é o verdadeiro iluminismo

A HISTÓRIA DO TRIGO ALIMENTA SUA CORAGEM

Sabemos o que é criastianismo, mas sabemos o que é amor?
Experimentamos o que é amor, mas experimentamos 'as palavras de Cristo'?
Por que evitar o evolucionismo ao reduzi-lo ao irracional da seleção natural pela força?
Por que atestar o iluminismo ao enfatizar o racional da seleção artificial por valores abstratos?
O couro de uma ou várias chinchilas possuem valores reais?
O sacrifício de animais servem como prova de amor quando presentes?
Os dentes de elefantes podem se transformar em Arte e Riqueza?
Existe sabedoria e bondade na seleção por quociente de inteligência?
Para não ser caçado feito um cão, nomeadamente danado que escapou da corrente de dono displicente, mudarei o curso do post.
O animal selvagem(irracional!) elimina suas crias anormais(fracas), num gesto para livrá-lo do sofrimento que certamente encontrará na competição pela sobrevivência. Algum tempo depois, separado ou não da família, ele se aproveita dos mais novos para manter a sobrevivência da espécie.
O homem aprende que biologicamente o incesto não é recomendado, porque não é também recomendado eliminar os anormais(fracos).
Tudo se parece muito simples na teoria, à luz da razão, quando não alcança os meios para atestar uma razão da natureza, tomando-a somente como O Fraco, na vida.
Como se houvesse duas lógicas apenas, para única razão de sobrivivência; o forte versus o fraco.
Repito: duas lógicas apenas. O forte vencer o fraco, e o fraco ser derrotado pelo forte.
O Deus mais forte vence o Deus mais fraco, rss.
Conforme nos afeiçoamos pela razão, pelo verdadeiro conceito de razão, percebemos que se tivesse que ser única, esta seria a da natureza.
Mas ser humano não é abandonar e sim transcender a própria natureza.
E não existe melhor conceito de transcendência, que seja mais difícil de mascarar, é a Arte e a Sabedoria. Destas, estupidamente, pensam que se baseiam somente na técnica pessoal e jamais no conceito de razão da natureza(irracional), ou que seja impossível ensiná-las. Isto prova quanto os "poderosos" não são estúpidos, porque historicamente, elas são as primeiras na ordem de repressão (confira a diferença entre erotismo e pornografia!).
Voce, leitor, pode encontrar um bom exemplo desta "dialética" do racional e do irracional, em filmes do Ingmar Bergman, principalmente em O Rosto(1958), Persona(1964) e A Hora do Lobo(1968). Claro que toda a cinegrafia dele é instigante. Encontrei duas frases bem pertinentes e atuais, para quem não basta o nome, que se preocupa realmente com Educação e Religião, as bases lógicas do Iluminismo:

"Humilhar e ser humilhado são para mim os dois sentimentos que constituem uma componente ativa de todo o nosso sistema social. É um dos sentimentos que marcaram a minha infância: a humilhação. Ser humilhado fisicamente, em palavras ou em uma determinada situação. Eu me pergunto se as crianças não experimentam a todo instante e de forma intensa este sentimento de humilhação nos contatos com os adultos e com outras crianças. Todo o nosso sistema de educação é em realidade uma humilhação e quando eu era criança isto era ainda mais evidente que hoje. O pranto da humilhação e o sentimento de ser humilhado causaram muitos problemas em minha vida. Esta forma de angústia volta a me assaltar, por exemplo, quando leio uma crítica, seja ela boa ou má. Uma crítica pode ser extremamente dura sem com isto ser humilhante. Mas alguns elogios podem, tanto quanto críticas negativas, me parecer humilhantes. O que eu sei melhor é onde e como os artistas sofrem humilhação. Penso, por exemplo, que a burocracia que nos cerca é fundada em grande parte sobre um sistema de humilhações, o que cria um dos mais terríveis e perigosos venenos. Creio firmemente que a pessoa humilhada se pergunta constantemente como ela poderá humilhar uma outra pessoa, como ela poderá devolver a bala. E esmagar o adversário. E paralisá-lo. E eliminar nele a idéia de qualquer reação".
"Olho para mim mesmo como uma espécie de feiticeiro, uma vez que o cinema é baseado numa ilusão do olho humano. Cheguei à conclusão de que se vejo um filme com a duração de uma hora fico sentado diante de 27 minutos de completa escuridão – os pedacinhos pretos que separam os fotogramas do filme. Quando exibo um filme sou culpado de fraude. Uso um aparelho construído para se aproveitar de uma certa fraqueza humana, um aparelho com o qual posso sacudir a platéia de uma maneira altamente emocional – fazê-la rir, gritar de medo, sorrir, acreditar em histórias de fadas, tornar-se indignada, sentir-se chocada, encantada, profundamente tocada, ou, talvez, bocejar de tédio. Em qualquer dos casos eu sou um impostor ou, se a platéia está desejosa de ser guiada, um feiticeiro. Apresento truques de feitiçarias com aparelhos tão caros e maravilhosos que qualquer artista do passado daria tudo no mundo para possuí-los".

Obs.: Espero que uma dica minha seja interessante, sobre cinema:
http://www.escrevercinema.com/index.htm

Dexisto porque Voce é preciso

À inesquecível Camila

"Se eu quiser falar com Deus..." preciso furar
os próprios olhos e seguir engatinhando,
apagar toda memória, não questioná-Lo e
não desenvolver esperança própria...

Se eu quiser falar com Deus Tenho que ficar a sós Tenho que apagar a luz Tenho que calar a voz Tenho que encontrar a paz Tenho que folgar os nós Dos sapatos, da gravata Dos desejos, dos receios Tenho que esquecer a data Tenho que perder a conta Tenho que ter mãos vazias Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus Tenho que aceitar a dor Tenho que comer o pão Que o diabo amassou Tenho que virar um cão Tenho que lamber o chão Dos palácios, dos castelos Suntuosos do meu sonho Tenho que me ver tristonho Tenho que me achar medonho E apesar de um mal tamanho Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus Tenho que me aventurar Tenho que subir aos céus Sem cordas pra segurar Tenho que dizer adeus Dar as costas, caminhar Decidido, pela estrada Que ao findar vai dar em nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Do que eu pensava encontrar

"Perdoe-me..." Pai e Filho, a razão dos nomes, juro
que eu sabia tão pouco quanto voce, quando
acertava tateando os móveis e imóveis da casa
para me equilibrar e crescer também...

Perdoem a cara amarrada, perdoem a falta de abraço Perdoem a falta de espaço, os dias eram assim
Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo perdoem a falta de amigos, os dias eram assim
Perdoem a falta de folhas, perdoem a falta de ar perdoem a falta de escolha, os dias eram assim
E quando passarem à limpo, e quando cortarem os laços E quando soltarem os cintos, façam a festa por mim
Quando lavarem a mágoa, quando lavarem a alma Quando lavarem a água, lavem os olhos por mim
Quando brotarem as flores, quando crescerem as matas Quando colherem os frutos digam o gosto prá mim

"E sei a vez de me lançar..." na sua vez, enfim
meu eterno filho e pai.

Para quem quer se soltar invento o cais Invento mais que a solidão me dá Invento lua nova a clarear Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz Invento o mar Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais E sei a vez de me lançar