segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A bienal de arte de 2008

Lembro, pertinente ao post sobre sua visita na atual bienal(A Naúsea, Sartre), eu fazia o terceiro colegial, quando a professora de português foi substituida, gravidêz, por uma senhora com in-números títulos e experiência comprovada no nome.
Praticamente aposentada, ela, durante uma aula de redação, ao ler a minha, exclamou um Bravo!!! Porém, logo após me passou a seguinte interrogação:
- O que fazer para todos escreverem assim tão bem?
- Não seja nem indiferente nem fã da Arte. Respondi.
A sumidade abriu olhões azuis por detrás de uma lente levemente marrom. Ela estranhou e talvez achou excesso de intimidade minha. Eu mal sabia seu nome, tanto que nem lembro.
Ao final da aula, intervalo, sempre fiquei na sala, a substituta, arrumando suas pastas e papéis e apagador e caixinhas de giz e conferindo algo dentro da bolsa, veio a mim com esta pergunta (?)capciosa:
- Voce sabe o que é Arte, seu nome mesmo, ah Expedito?
- A Arte é o que acontece quando se faz algo sem uma intensão moral?
Ela deitou seus pêsos sobre a carteira da frente, levou lentamente a mão sobre a boca semi aberta, surpresa talvez enfim, deu a maior bandeira de curiosidade, e perguntou (?)ainda capciosa:
- E o que acontece?
- Algo que não é mentira nem verdade.
- Isso é impossível, seja o que voce pensa, jamais será razoável.
Foi num tempo excelente, estava lendo As Flores do Mal, de Baudelaire.
Depois fui saber que aquela senhora, tambem era curadora de não sei o quê na época.
A Arte é um fenõmeno que, só pode ser ‘experienciado’ para depois ser explicado com mais Arte, por dois grupos distintos siameses, artistas e espectadores.
Mas é óbvio que existem artistas e espectadores tanto quanto mentiras e verdades.
E é muito difícil entender critérios de escolha para falsos e verdadeiros.
E sobre a bienal, eu tambem queria ter visto as pixações!!!
Para cada escolha, seja falsa ou verdadeira, antes existe sempre in-números critérios: funcional, conceitual, extravagante, marginal, concreto, torpe, burguês, impressionista, dadá, pragmático, romântico, etc…
Portanto, antes que os partidários crônicos digam que se trata então de uma questão de gosto, devo lembrar que isto é desculpa da covardia, porque quem impõe o gosto é sempre alguem que mete medo.
Gosto é poder.
Para mudar um gosto duvidoso, agora ou daqui a dois anos, precisamos de Arte.
Arte é qualquer cria-atividade que respeita tanto o próprio e outros artistas, quanto ambos grupos de espectadores e (eu tambem os esqueci? Rss)os terceiros envolvidos: trabalhadores, etc...

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