sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sobre o que pessoas querem mas pouco oferecem

Visibilidade e Respeito

Pertinências da comunicação são como ondas do rádio
uma questão de potência para cada caso
e uma boa antena para uma melhor sintonia
http://vaga-lumens.blogspot.com/

Quem diria que Billie, a voz, só a voz, agora me diria, sem tradução, sem simulacros, que a vida
é breve, que precisa existir um lugar, onde ser feliz para sempre. Um lugar maior que o coração, tão conhecido quanto a casa, onde nada faz lembrar que carecemos de liberdade.

"Menina americana negra e pobre, Billie passou por todos os infortúnios possíveis. Aos dez anos foi violentada por um vizinho, e internada numa casa de correção. Aos doze, trabalhava lavando assoalhos em prostíbulo e aos catorze anos, morando com sua mãe em Nova York, caiu na prostituição."(Wikipédia)

"Você não se importa de subir lá e ir tocando piano até Lady Day subir, se importa? Tenho de ir até lá embaixo, dar uns chutes no estômago dela, amassá-la um pouco e enchê-la de porrada para ela cantar bem.Quem falava assim de Billie Holiday era seu amante John Levy. Ela sofreu nas suas mãos e nas de quase todos os outros."
http://www.gabeira.com.br/noticias/noticia.asp?id=1151

Como perceber quem o destino já escolheu para a eternidade incorporal? Saquei o exemplo de Billie porque é indiscutível. Não foram os maltratos do jogo de indiferença dos Outros, que ela necessitava e por isso suportava quase ao ponto de amar sua vida, para assim ela também se confundir com os jogadores, e sobreviver.

"Dir-se-ia que as causas corporais são inseparáveis de uma forma de interioridade, mas os efeitos incorporais, de uma forma de exterioridade."(Gilles Deleuze, lógica do sentido, pag 175)

Ouvi em momento oportuno: críticas pessoais e sobre poemas são deselegantes. Esta é uma expressão que serve de exemplo para rastrear o destino incorporal, porque se tornou já 'patrimônio público'. Mas, ao encontrá-lo, O Destino, pode-se interferir em seu curso? Se possível a intervenção (um óbvio), como avaliar o preço à pagar pela contingência das interações por necessidade e certeza?

"O melhor modo de vingar-se de um inimigo, é não se assemelhar a ele."(Marco Aurélio)

Se não vencer, tambem não perde, fica na paz.

Somewhere Over The Rainbow

2 comentários:

Anônimo disse...

o extracampo sempre influenciará no campo-corpo. como quando assistimos um filme: existe um campo-tela, delimitado, mas nossa imaginação nos permite ver coisas que não estão sendo mostradas, ampliar a visão.

nesse caso, tela-corpo.

Devir disse...

Sim, fui assistir a uma partida de futebol, estádio lotado, então comecei a identificar os campos. Não foi masoquismo, foi mais um exercício pesado. E muito louco tambem, porque tinha apenas + ou - 2 horas para entender, como o extra-campo interfere no espaço físico(corpo).
Escolhi esta aparente-absurda tarefa, em detrimento da confortável sala de casa, porque ainda tinha pequenas dúvidas quanto a dissemetria entre qualidade e quantidade; em outras palavras, quase poesia, conseguir alcançar o conceito usual de Realidade, partindo de um eixo ou cruzamento entre percepção e imaginação.
Além de redescobrir a América, pude apreciar que tal eixo sempre existiu, é tão somente um acontecimento em estado bruto, como se um Big-Bang infinito, porém não na dimensão da matéria e sim em uma extra-dimensão, exagerando na metáfora, um céu inexpugnável ou, sem exageros, o destino.
Aterrisando então, rss, a noite de ontem foi exemplar deste extra-campo supostamente indiferente:
Perdi minha companheira para um salão de música pseudo-country, fui tomar uns goles no bar da rotina, encontrei o cara que tambem foi abandonado, depois de saber que havia engravidado... Advinha quem?
Bom, acho melhor, colocar Perfect Day, e Lou Reed é foda.

Aquele Abraço, Ca: