quarta-feira, 1 de abril de 2009

SINCERIDADE VIRTUAL

Estou só, e nesses momentos eu gosto de ouvir músicas
que se expadem para além da narcísica expressão de tristeza,
essa comunicação tola e preguiçosa.

Jamais entendi porque um ser humano prefere a tolice
e, ainda mais, mal acompanhada pela preguiça,
sempre dissimulada na convivência automática,
ao invés da revolta, ou até mesmo porque
não teria preferido a guerra constante contra tudo e todos
(humanos!) que se detém em tal sentimento.

É tão óbvio que talvez aquele ser se resguardasse de uma vida arriscada,
sabendo que uma grande ignorância sobre tudo que todos sabem
e a inatividade estampada na face o salvasse de uma vida reversa,
a contradiçao ou o paradoxo do sentido do conceito indubitável de Vida,
com letra completamente maiúscula.

Tambem porque talvez aquele ser jamais se perguntou ou,
como expansão do senso comum,
perguntou à própria Vida se Ela realmente prefere a tristeza da defensiva contra a alegria
de um ataque constante contra toda forma de ignorância ou inatividade.

Conversa chata, eu sei, nesses momentos onde posso desfrutar de uma solidão quase doce, sou sempre assim.

Mas exatamente agora lembrei de voce - acho que até posso escrever Voce - e a doçura se tornou tambem expansão, crescimento.

Preciso saber por que gosto de pensar determinadas coisas, ter este tempo, agora, imensurável.
E estão cada vez mais raros, estes momentos de solitude.

Por que a sobrevivência 'dos outros' se tornou tão determinante,
'sem a qual não', imperativa, apesar de que nem seria preciso?

Grande seria uma 'bondade' espontânea porque assim, tenho certeza,
não haveria como se apontar, ou se desculpar, por nenhum tipo de ignorância e,
claro, por nenhuma forma de preguiça.

Sei que a guerra só tem um sentido, matar/morrer,
que tem como melhor metáfora uma moeda sempre lançada para cima a cada instante.
E muito particularmente admito um segundo sentido, completamente contrário daquele,
onde a guerra adquire uma outra metáfora, aquela da semente
que mais tarde se transforma em inúmeras outras semetes.

Nem sei se a conversa se tornou um pouco mais interessante,
mas sei muito bem que estou no caminho certo,
procurando sempre a expansão da minha sinceridade.

Na vida real é como se fosse obrigado dizer 'amor à primeira vista',
já na vida virtual tenho a liberdade, portanto sem qualquer defesa,
de dizer 'amado pelo primeiro olhar'.

Soa estranho, mas nada me preocupa,
o estrangeiro nem sempre é ruim,
assim como naquele comentário,
isso me faz mais feliz.

Um olho na foto nem sempre é representante de um olhar narcisista, ignorante e tolo.
Seu olhar, não sei dizer ainda por quê, convida-me à guerra.
Como se me dizendo 'vamos nessa, companheiro, vamos juntos'.
Bem diferente das duas alternativas espalhadas, iluminadas e tão anunciadas,
olhar vasio ou carregado de auto-imagem.

Logicamente não sou assim tão atento quanto possa parecer,
não me movimento tão rápido ao soar do chamado.

Tentei pensar em valores, tipo riscos versus satisfação,
mas ao terminar de ler seu post,
perdão por recorrer à metáfora novamente como vã tentativa de se sentir livre,
percebi que já estava ido, antes de dizer ao meu mundo aquele tradicional: Fui.

Espero que já está interessante essa conversa
e tambem uma resposta tão quanto.

Até mudei o estilo das músicas que escuto agora.
Mas não vou viajar (é uma pena) num cavalinho prateado conversível até voce.
O vento no rosto nas estradas virtuais sopram minha face agora,
mas não são tão refrescante quanto...

Tolice e preguiça na internet são ainda mais estreitas e predadoras,
tal constatação é tão fácil quanto conversa de pessoas que escondem profundas tristezas
e derrubam por terra minhas teorias,
inclusive aquela no começo do texto: 'preguiça e tolice não é uma guerra costante'.
Eles de nada entendem sobre guerra e jamais escrevi tal bobagem.
Afirmo exatamente ao contrário!
Atividade total e inexistência de ignorância não é uma guerra constante!
Minha redenção, talvez, é admitir o segundo sentido da morte.

Tal palavra se tornou horrível, eu sei, mas não podemos
superar a chatice e desabar para a indiferença.
E sem conhecer um segundo sentido; o que seria lastimável.

Poderei sofrer as piores humilhações mas jamais matar ou morrer,
porque sincera e busca sempre expansão de Vida. A nossa
ou Nossa, minha, sua, das pessoas queridas e a humanidade,
no sentido absoluto de sempre.

Enfim, neste instante,
daqueles que jamais vou esquecer,
voce me faz mais feliz.
Aquele abraço,.

10 comentários:

Cristiane Felipe disse...

Sinceridade requer coragem, e para os que arriscam-se nessa guerra, desejo vitória...

Muito eloquente seu texto. Abraços

Devir disse...

O conceito de coragem é vasto
assim tambem o de guerra
porem o de vitória é contraditório
e o de desejo, bom...
não condiz com o mundo virtual
que fica muito bem
com muito sentimento
igual ao mundo real
para evitar o tédio ou
arrependimentos e ressentimentos.

Ainda bem que temos já o inverno
e depois a primavera
tempo suficiente
para as andorinhas cumprirem
sua meta dentro e fora

Um grande abraço

Anônimo disse...

afirmando e desafirmando um contexto que é guerra e mais. mas não mais que guerra porque o fim da vida é um somatório de batalhas e são jorge nunca desceu do seu dragão, algumas sequelas carregam espadas e habitam músicas quase indissociaveis da realidade.

kelen disse...

voce me faz feliz
ai, desse lado...
amo-te amora

Adriana Godoy disse...

Um tratado filosófico e poético de questões presentes do dia a dia. Gostei da sua escrita, do seu estilo.

"Jamais entendi porque um ser humano prefere a tolice
e, ainda mais, mal acompanhada pela preguiça,
sempre dissimulada na convivência automática" bom isso.

Luciano Fraga disse...

Outro dia escrevi um texto em que me pergunto -Como vão seus dias?
Meu outro lado responde -Meus dias vãos...
Viver é um ato de coragem sobretudo heróico, viver é foda. Muito bom seu texto irmão, abraço.

Devir disse...

CARIOCAS SÃO BONITOS
CARIOCAS SÃO BACANAS
CARIOCAS SÃO SACANAS
CARIOCAS SÃO DOURADOS
CARIOCAS SÃO MODERNOS
CARIOCAS SÃO ESPERTOS
CARIOCAS SÃO DIRETOS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE DIAS NUBLADOS

CARIOCAS NASCEM BAMBAS
CARIOCAS NASCEM CRAQUES
CARIOCAS TÊM SOTAQUE
CARIOCAS SÃO ALEGRES
CARIOCAS SÃO ATENTOS
CARIOCAS SÃO TÃO SEXYS
CARIOCAS SÃO TÃO CLAROS
CARIOCAS NÃO GOSTAM
DE SINAL FECHADO

Uma homenagem pertinente, minha cara Adriana Calcanhoto.

Quantas vezes, nós de momento,
consideramos a vida séria um tédio
e até uma brincadeira
(de mal gosto, talvez)
quando depois 'descobrimos'
mais uma vez o Brasil, então...
não quero dizer, muita intimidade?,
coisa exótica ou esotérica, rss
à primeira vista, Adriana
sorvi um certo fel, paranóia?,
outra bobagem, mas jamais brincadeira!
são traçados dos fenômenos,
um caleidoscópio bem interessante,
parece que muda o destino e
agora voce, para mim
está tão doce, ponto.

Devir disse...

Kelem, gostei da imagem
mas não exagere, hoje, veja só
transplantei de um cisco de quintal
uma muda de mastruz para um vaso...

Voce me escrever, depois de tanto
me lembrou o sentimento dos cometas
que, passou passou, quem viu viu
agora tem que ser fodão e aguardar

um beijo na uva

Devir disse...

jorge sentou praca na cavalaria
e eu estou feliz porque eu tambem sou da sua companhia
eu estou vestido com as roupas e as armas de jorge
para que meus inimigos tenham pes,nao me alcancem
para que meus inimigos tenham maos, nao me peguem,nao me toquem
para que meus inimigos tenham olhos,e nao me vejam
e nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal

armas de fogo,meu corpo nao alcancara
facas,lancas se quebrem,sem o meu corpo tocar
cordas,correntes se arrebentem,sem o meu corpo amarrar
pois eu estou vestido com as roupas e as armas de jorge

perseveranca,ganhou do sordido fingimento
e disso tudo nasceu o amor
perseveranca,ganhou do sordido fingimento
e disso tudo nasceu o amor

Descabelante, essa "realidade"
suspiros cambiantes, sabedoria
inspirações irisadas, tesão
indiferenças furta-cores, rotina

Flutua, Ca:

Devir disse...

Parceiro, Luciano.