terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sem nenhum esforço, boiando

O homem tem de viver em dois mundos
que se contradizem(...)
O espirito afirma o seu direito
e a sua dignidade perante a anarquia
e a brutalidade da natureza
à qual devolve miséria
e a violência que ela faz experimentar

Mas esta divisão da vida e da consciência
cria para a cultura e para a compreensão
a exigência de resolver tal contradição. (Hegel)

6 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir, seria eu e o ourtro que invento para mim, mas como será que o outro me vê? Abraço.

Mariana Abi Asli disse...

O homem sempre foi duplo, não existe o essêncial único, é muito pouco para pensar demasiadamente por unidade, o que seria do "amarelo", se todos fossem vermelho?
E sendo eu paradoxal ao ego que substancia o indivíduo, o home sabe muito pouco de ser INDIVIDUAL
bjs
doces
mari

Adriana Godoy disse...

Ah! Devir o ser humano não é só dois, é múltiplo, às vezes antagônico, ora fraterno. Então, a gente segue e procura uma certa harmonia. Quase nunca consegue, embora os filósofos. Beijo.

Devir disse...

Luciano
Será que ambos se enxergam?
Corpo e espírito se entendem; será que alguém quer que se entendam?

Mari
Se todos fossem vermelhos, quando rolasse um amarelo, o duplo ficava laranja.

AGod
A gente não consegue ou não sabe escolher, embora os filósofos quase sempre conseguem mas quase nunca querem escolher.

Devir disse...

E ainda, o que eu escrevo
ou anuncio aqui
sequer foi lido!!!
Antes dos nomes, isso foi
mamão no açucar, mas
a partir deste post, por favor
prestem atenção aos nomes, p.ex.
dois mundos
contradição
direito
dignidade
anarquia
brutalidade
miséria
violência
experiência
consciência
cultura
etc.

Aproveitando o solstício, rss
agradeço a compreensão
tentarei ser indiferente
com simpatia

Devir disse...

O mais desfavorável de cair
é não ter sequer uma mão
para tocar sem motivo
e um filme se passa
antes dos olhos
tantos motivos
para nunca ter adiado essa queda
cenas da infância, da juventude
quando batia no peito
em sinal de poder
dizendo aos quatro ventos
a perfeição não existe
ou ao final das festas
o mundo é meu, menina
sempre gostava de afirmar o óbvio
e bradar de repente
dentro de um elevador, no ônibus
quando sentava no fundo da sala de aula
e subia ao topo de montanhas
de facão colher bananinhas ouro
derrubava ao pés da turma
meia dúzia de cachos e bradava
a terra é redonda
dá para ver lá de cima
pegava o cacho mais servido
encostava na porta da barraca
descansava a cabeça
não falava, sorria
todos achavam muito estranho
olhava nos olhos de uma garota
ela entrava em pânico
a distância a enganava
não sabia se estava muito longe
ou dentro, e se aproximava
eu não permitia muita conversa
em um minuto entrava na barraca
e a convidava, vem
não me importava com os outros
sexo não é para sentir inveja
e ela nunca havia pensado assim
sem amor, sem sequer amizade
apenas questão de respeito por si
e quantas eram namoradas de amigos
na forma mais cultural impossível
rotulavam: rolou algo sublime
para esquecer como os sonhos
saíamos da barraca
voltava o tempo normal
todo o tempo da infância/juventude
quando a vida não precisa ser feita
quando a vida acontece
principalmente porque estamos com os outros
e estamos sem alteridade louca
sem o medo do dinheiro acabar
se lixando para tiranias da verdade
e ficamos excitados sem controle
e nos pegamos por detrás de vasos de orquídea
de cortinas, entre um andar e outro
e pulamos muros imensos
só escadinha de mãos...
só, preciva esquecer a solidão
lembrei de voces