sábado, 27 de março de 2010

Causas perdidas ou de(diz)torcidas


Saudade de antes dos nomes quando a exclusão não fazia sentido
Freud nomeou de sublimação à capacidade de se produzir a partir do entendimento do miasma, da influência deletéria que ocorre dentro de um quadro de tristeza.
Sublimar seria criar linguagem para aquilo que não tem linguagem; quando triste, aflora-se uma dificuldade de falar, de explicar, de escrever, sublime seria, então, aquele que mesmo encontrando-se em nesta situação conseguiria criar, desviando-se, assim, daquilo que o poderia matar. Tal desvio seria produzido naturalmente desde que o indivíduo em questão não estivesse casado e feliz com o sofrimento, encontrando verdade apenas na concepção da morte, fato que o levaria ao suicídio, porque ele teria perdido o laço com qualquer outro tipo de linguagem que não a do próprio sofrer (Luciano Ventura)
De tão grande a casa ficou pequena
e não foi praga de Mãe, amor incondicional
porque o Pai é diferente, tem muito trabalho
e erra, sutil, porque tem tudo, menos sexo

Nesta semana dois crimes estão à tona
a morte do grande nome Glauco e seu filho
e da menina que foi jogada do apartamento
na tentativa de encobrir seu assassinato

Um é público, então sabemos os criminosos
e suas causas repetidamente "banais" da espécie
assim se tornou oportunamente espetáculo
para enriquecer canalhas e divertir a vida de gado

O outro é considerado sem importância para o povo
porque talvez arranhe a imagem da fazenda modelo
ou porque o assassinado nome já a vinha arranhando antes
e para os canalhas e divertidos talvez "já foi tarde, o chato"

Curioso fico porque apenas em um a droga é suscitada
como se, ao desconhecer o sentido, a droga vem a calhar
e, enquanto isso, a droga "bem estabelecida", comum portanto
no outro crime, tão somente provoca artigos os mesmos de sempre

Em um, creio com minhas duas bolas, a fé daria mais audiência
mas sutilmente, "a falta desta", roubou-lhe a pauta e nada disse
No outro, o pano de fundo ganhou o nome de amor, ou excesso deste
e se transformou em pão, vinho, moral, justiça e esperança da plateia

Ao ligar a televisão e revisitar certo blog de quem amo virtualmente
nesta semana, pude constatar que meu horizonte está perdido mesmo
então, sem repassar minhas culpas para a televisão e para a internet
quase desisti de diferenciar a real da ficção, e estudar o arrombar das cercas

Apesar das aparências
somos diferentes

Um comentário:

Devir disse...

Recebi email sobre este post, pedindo-me para sempre deixar bem claro o "alvo" dos meus textos críticos.
Segundo a pessoa "chapéis estão fora de moda, ninguém vão usá-los".
"Perfeito"!
Neste texto, aponto as capciosas informações para substituir a mal fadada censura prévia.
Por que "havia" sensores na administração do país?
Seria por preservação da ética?
Ou auto presevação dos administradores?
Fácil responder, mas quem trocou a ordem do sim pelo não, deu bandeira.

Outra correção, "voce não pode generalizar canalhas e gados, repito, em tempos que ninguém veste chapeu".

Finalizando minha antieticidade de usar o espaço dos comentadores, vou citar um medo curioso, que parece não fazer efeito nessa gente "cabelos ao vento" de "antigamente".

Brasília, bem devagarinho, vai se tornando um novo símbolo, o movimento é tão estudado, que muita' poucas pessoas percebem, e, por (outro) "ponto de vista", muita' bastante pessoas estão esfregando as mãos.

Então, para que fabricar chapeu?
A cezar a razão de cezar.