domingo, 21 de março de 2010

A religião do homem deus


E agora, meu irmão
voce que queria rezar só
sem luz
está adiantando mais
do que comigo?
E seus medos
ainda foge para as festas?
Voce ainda só se encontra em multidão
então ri, grita e pula?
Ainda quando está só
parece um sapo
entediado
com a língua sempre preparada?
Voce ainda fala mal de quem não é igual(?)
bonito, forte, esperto, inteligente e bem relacionado?
Ainda é escravo da imagem?
E vê somente o bem visível?
E não altera, nem se compõe
para uma evolução, pelo menos, da técnica?
Continua reclamando e sentindo falta oportuna
do sol quando chove
da chuva quando faz sol
do carro quando conserta
de outro amor quando finge amar
do pai que não fez como gostaria
do filho que não sabe e quer lhe imitar
da paz jamais permanente
da guerra que sempre vem a calhar
de mim que acreditava nas boas intenções
e que sempre aliviava seu torpor da impotência
com racionalizações pertinentes a cada casamento?

Ah, ainda faz sua cabeça?
E agora, meu irmão?

12 comentários:

Unknown disse...

E agora o que lhe resta é o que sempre vez: sentou, esperou e reclamou.
Só sai do lugar para as necessidades básicas dessa carcaça que sustenta a alma em branco ou pra não cair na cadeia alimentar.
Não importa ser massa de manobra, seu ideal é a classe média, “the american way of life”.
Boa sobrevivencia, irmão!


hauahauhaua
Corri aqui pra dar uma 'alô'.
Beijos de algodãodoce.

Anita Mendes disse...

Devir, dei uma sumida ne? ai tava estudando muito! essa minha vida tava uma loucura! e meio que deixei o blog de lado! mais voltei pra ativa pq me deu saudades de vcs, de escrever , dessa amizade tao bonita virtual que tenho com meus amigos blogueiros... bem querido , mas uma vez arrazando nos temas de religao! so vc sabe abordar essa dicotomia entre ceu e inferno! beijos te adoro e saudades!!!!
Anita.

Devir disse...

E tem um ansiolítico
para poder trabalhar
E tem um viagra
para poder trepar
E tem uma resignação
formatada na internet
para poder amar
E tem uma patologia
para poder subjetivar
E tem um livro incrível
para poder dormir
E tem uma droga ilícita
para poder lembrar a onda
que passa passa passa
e voce de costas
sobre uma prancha de aço
E tem um fino óculos escuro
para poder velar seus amigos
E tem várias mulheres virtuais
para poder enfeitar a fossa
E tem muita convivência
para poder se ver fotografado
...
Vai acabar no divã
para poder flertar
com a imortalidade, má
...
E vai no cinema de fila
E vota contra o PT(Lula)
E vê surpresa no Obama
...
Não acredita que o Rosa
foi um gênio homossexual
...
Ele é eu, ele e eu somos nós
Nós somos homens e mulheres
de sacos cheios de tédio
e reagimos com falsa gentileza
contra o único planeta lar
...
E somos coniventes com a fome
com a ignorância, com a nulidade
para se esconder da culpa
...

Ísis, seu alô
chegou no melhor momento

Devir disse...

Anita, que ótimo
e que prova!!!
De que não existe o instante
sublime, perdido ou passado
ou eternamente esperado,
onde amamos incondicionalmente
e, sim, existe
muito comumente.

Mas a religação, ou religião
por qualquer motivo
bem claro($$$)
veta-nos.

Rss, ainda o meu estranho
baralho
bem embaralhado
aguardando um grande jogo

Corta@!

Mariana Abi Asli disse...

Mais uma alusão ao niilismo por aqui, rs
A maior absurdidade humana é a negação de um "ser", para um "ter", e ter assim... Um DEUS inteligível que de tão grande, massacra todos aqueles que os criaram...é o paradoxo desta vida, não, rsrs



Bjs
sapecas

Zana Sampaio disse...

uma alusão as mil facetas sociais do meu imaginário de humano condicionada. Gostei do texto, mas mudaria o título... o que eu vejo eu vício do ciclo a religião do ciclo... acabei de sofrer a catarse!

Devir disse...

Mariana, bingo!
O mercado, de valores, todos, sem excessão, precisa se tornar tentáculos de um deus; passar a segurança que a Natureza não pode.
Se o diabo perguntar o preço de sua alma, voce o ignorará. Mas se lhe fornecer "espelhinhos mágicos", quem sabe...

Devir disse...

Zana, quero mais nesta sua linha de raciocínio.
Tenho comigo que a catarse é uma força que foi mal estudada, porque está sempre no princípio da Arte.
Mas Arte, não como nome para "qualquer coisa bela", e sim como o sentimento absoluto, copiado pela religião, cujo nome é Fé".
Um exemplo: não existe amor com arte, mas o contrário é a "regra".

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir, texto com vigor existencialista extraordinário, Sartre e Nietzsche em fusão, caos, catarse, transgressão, forças muitas vezes desprezadas.A incerteza, a insegurança em plena ebulição e os homens agarrando-se ao que lhes convém, inclusive... Forte abraço.

Devir disse...

Luciano
Este texto tem um alvo, não pode ser voce, e nem muita gente mais.
O alvo é aquele irmão, que em desespero, certa vez, criei a confusão em minha mente, de voce com ele. Oportunamente, quero desculpar-me, morrer ou matar quem amávamos é muito doloroso para qualquer pessoa que não possui sangue de barata pós moderna.
E hoje, estou desta forma, muito dolorido, outro irmão amado está na mira e não consigo decidir.

Afastado desta ira, graças a voce, neste instante, posso perguntar-me, por que morrer ou matar por amor?
Percebo que passo por uma situação bem comum, e isso é exatamente o problema; não consigo, jamais consegui ser comum.

Acho que encheríamos a cara... Para acordar amanhã e deixar tais coisas para o esquecimento, mas esquecer "tais coisas" também é bem comum, rss.

Valeu esta grande visita!

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir,tudo em nossas vidas são experiências,idéias e considero este fato(o que você preferiu chamar confusão), de alta relevância para mim como ser humano, mas num sentido amplamente positivo, pois ao te levar a um processo de comparação com alguém que teria algum tipo de discordância ou diferença com você, fiquei a refletir que cometi um erro com alguém também, provalvelmente o machuquei ou algo parecido e isto levou-me àquela velha questão tão bem discutida aqui neste espaço: o espelho.Quando procuramos o espelho passamos a ser mais cuidadosos.Sempre visito um blog da Mai- MUNDOS E PELES HOMEM E HUMANOS, nos meus links tem ele e lá encontrará um artigo que gostará muito-"REssentimentos o território da dor".Saiba que não alimento nehuma espécie de mágoa em relação a este fato, sei e falo com o coração, você não é um comum, simplesmente por que você é bom e do bem e isso é raro, um abraço amigo sempre, em qualquer circunstância, encheriamos a cara sim.

PS já assistiu Um olhar do Paraíso?

Devir disse...

Cara, que legal isso, acho que precisaria reencarnar mais outras milhares de vezes para ouvir isso do "espelho em questão".
Quem, de fora, superficialmente, se pusesse a julgar, talvez(!) ponderaria, dizendo que "a vida é cheia desses reveses, não importa quantas reencarnações, rss, humanas(!)", e arremataria assim: "Ele(eu) também não é nenhum santo."
Rss? Salve neutralidade conivente!
Mais do mesmo, claro!!!

Lembrando o 2001, Uma odisséia..., do Stanley, qunado a radiação do "monolito" transforma os símios, se o filme mostrasse um macaco sensível que 'descobrisse a roda ao envez do porrete', creio que não seria uma "obra prima".

É realmente incomum o SER HUMANO!