terça-feira, 16 de junho de 2009

Ao bater das asas de outras borboletas


Com o tempo,
você vai percebendo que para ser feliz
com uma outra pessoa você precisa,
em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe, também, que aquela pessoa que você ama
(ou acha que ama) e que não quer nada com você,
definitivamente, não é o homem (a mulher) da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e,
principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas…
É cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas você vai achar
não quem você estava procurando
mas quem estava procurando por você!
(Com o Tempo – Mario Quintana)

Atenção, leitores desse blog, dentre todos, amigos, conhecidos e afins, welcome to machine, quem pode mostrar um caminho, quem tem acesso a informações básicas, quem trabalha em uma editora ou outra empresa equivalente, quem tem parente neste meio, quem for apadrinhado ou muito amigo, quem seja o próprio editor, quem sentir 'tesãoquesejamesmotesão' para me dar uma força para editar um livro, a minha força toda, que terrivelmente é pouca, está canalizada ao que eu faço, e isso lentamente destruirá, vou deixar aqui uma amostra, não é tudo, claro, mas é o que acredito, não tão somente a minha preferência, o que pode ser de interesse para outras pessoas. O mercado não é ingenuo, aliás, ninguem é. E se eu puder receber algum dinheiro com este pequeno serviço, estou sem nenhum para me lançar neste projeto, poderei até embelezar o meu olhar, o nosso, portanto.


Terceira semana após parar de trabalhar na marmoraria de meu irmão mais velho. Eu não poderia tornar mais eficiente o que fazia, a logística, pude tornar o básico inquestionável, apenas. Nestes dias ganho um pouquinho mais que o suficiente para a sobrevivencia, em carreira solo, por ironia, ainda um pouco mais que antes, onde até as asas eu deveria esconder. Rss, não são asas de anjo, as minhas são do conhecimento. O conhecimento é uma babel como outra qualquer, pretende chegar ao céu. Voce não deve subir muito além, existe sempre o risco de se perder e ficar irreconhecível. Tentem imaginar, uma situação onde asas são mais estigma do que matéria visível e invisível, se anjos existissem, como se conectariam com seres humanos. Imagine como eu atrabalhava o bom rendimento da empresa, aprendendo o grau da temperatura do momento na empresa, simplesmente deitando a palma da mão sobre o mármore onde os funkcionários faziam pias, pisos e lápides.


Estes dias, também, na internet, depois de repetir exaustivamente o signo CONECTAR em todos os rincões da rede, na esperança de causar QUESTIONAMENTOS ALEATÓRIOS, enfim conectei voce, fui e continuo muito paciente, tripliquei a atenção antes, hoje, acordei com voce, e não podia nem pensar em dormir outra noite, sem mostrar um pedacinho do texto que venho escrevendo, sob o domínio da sua beleza, este misto carismático tão bem em voce. E pensar em voce, criou um medo quase malicioso, acho que ando morrendo aos poucos por este medo tão inusitado, só a suspeita de que a pouco, às vezes um segundo, poderei pensar em não acordar para sempre com voce já me

Melhor nem falar em morte de verdade. Meu silêncio, nestes momentos, é o meu juizo.


O ser humano passa a existir quando faz sua opção sexual, até então foi tão somente um ser animal, indiferente ao orgão sexual e ao que os outros já sabiam a respeito dele. Apesar de conhecida a relação libidinosa do ser animal desde o nascimento.


O texto a seguir é um fragmento de 'um livro em andamento'. O tempo do texto, ocorre em 1964, o personagem/narrador tem 4/50 anos. O instante ocorre depois de presenciar, pela primeira vez com consciência, uma briga em sua família. Boa leitura, aquele abraço.



Como é impossivel refletir sem questionamentos, lembro, questionei-me severamente: o que foi aquele tempo lá fora? O que ocorreu para que tivesse um desfecho tão repugnante? O que pode ser pior que o tempo de guerra que ocorria?
Lembro que lentamente fui recordando o que ocorreu naquele tempo/intervalo, eu tentava entender uma frase que meu irmão mais velho dissera, antes da bagunça generalizada que a guerra provocou, ele conversava com o terceiro, dizia algo sobre uma borboleta quando bate asas em um lugar qualquer, não importando quão longe seja, causa um efeito em outro lugar, porque causa efeito em todos os lugares. Eu não sabia o sentido daquela frase.
Enquanto a guerra acontecia, antes pensava que indiferente a mim, eu procurava o sentido daquela frase com o olhar por toda a sala, procurava nas expressões dos rostos e nas palavras deles, procurava reunindo todos os meus pensamentos e não encontrava o sentido. De repente olhei a porta aberta, a luz invadindo o escuro da casa, deduzi que o sentido talvez esteja mais longe, talvez esteja após a porta, e ela estava aberta naquele instante, percebi a incrível coincidência, então ri, quanto mais eu pensava naquela incrível coincidência, mais eu ria, e quando a guerra parou, todos ficaram olhando-me, eu sem entender qual o motivo por que a guerra acabou, lembro que apenas consegui precariamente relacionar aquela ignorância minha, diante daquela paz estranha e repentina, com algo que tinha muito a ver com a frase da borboleta, mas que me deixava ainda no ponto zero do entendimento, da minha procura pelo sentido, aí me levantei e sentei na soleira, pensava que o sentido talvez não estivesse à distância, que podia estar dentro das coisas, mas se realmente estivesse dentro das coisas, talvez não estivesse em todas, estivesse em uma determinda, determinada por algo alhures, o mesmo algo e do mesmo lugar, responsável que me presenteou com a consciência, lembro que fiquei muito feliz com esta descoberta, por que não haveria de acontecer se não fosse o presente que ganhei, a alegria foi imensa, tanto que levantei, abri os braços e voei. Do alto eu poderia encontrar a coisa certa, teria uma visão privelegiada, repassei ponto por ponto do quintal de casa, olhava tudo com olhos de águia, houve vezes que simulei uma nave invisível sobrevoando lentamente a superfície de tudo, todos os instrumento de captura preparados, eu disconfiava de algo, ficava um tempo maior bem próximo, quase tocando, eu me divirtia, estava invisível e intocável, o ponto, que eu havia cismado que escondia o sentido daquela frase, podia ser qualquer coisa, até mesmo um ponto qualquer, uma ranhura, um relevo quase imperceptível no muro, ou um inseto, um pobrezinho e indefeso inseto podia estar ocultando o segredo, eu ficava parado sobrevoando sobre o coitado, seguindo-o, imaginava várias formas de sensações que talvez ele, um inseto, sem perceber então sem saber, sentia com a minha presença tecnologicamente avançada sobre sua cabeça, eu até talvez tambem me divertia com aquele terror, imaginando o horror da presa fácil.
Quando detectei o sentido daquela frase na cor da rosa, pairei completamente imóvel sobre ela, desliguei todos os motores, desliguei praticamente toda a parte elétrica da nave, deixei ligado apenas o presente, que passei a chamar de instrumento vital, aquele que jamais pode ser desligado, não importando qual seja a situação, uma versão ultra evoluida de piloto automático, que não se desligasse jamais, nem interviria quando o piloto principal estivesse pilotando, então cheirei profundamente a rosa, buscava no perfume a essência da vida, porque já podia perceber, nequela idade, que o sentido é a essência da vida, enfiei meu nariz com muito cuidado, no princípio, depois comecei lambendo com a ponta da língua, passei a lamber as laterais da flor, experimentei mordê-la com carinho, meu prazer, por fim, suplantou a pesquisa, a procura, a ciência, passei a comer pétala por pétala, e quando comia a quarta, percebi, bem próximo a minha nuca, a família respirando de forma estranha. Ao tornar a pensar nas asas da borboleta, depois de sessões absurdas de humilhações, compreendi que toda aquela pasmaceira aconteceu para me mostrar somente o sentido da frase, mas, no mesmo instante, iniciou-se outra procura: se tudo, tudo mesmo, é a vida, então qual é o sentido dela? E percebi, também, que nesta nova pesquisa, eu deveria ter calma, ser mais prudente, jamais deixar o prazer suplantar uma busca de sentido, para o resto da vida, que apenas começava.

2 comentários:

Luciano Fraga disse...

Devir, com extremo prazer e satisfação degustei este seu texto.Em vários momentos fiquei situado nele, nas situações experimentadas e lembrei de um amigo/irmão, que por sinal faz um tempo que não o encontro e ele tem uma frase que diz mais ou menos assim: "depois que enxerguei o mundo com os olhos de uma abelha, nunca mais machuquei uma flor..." muito bom, espero o complemento desta estória, abraço.

Devir disse...

Sim, com prazer, num momento oportuno, escrevo aqui a parte anterior e a posterior; não acredito mais na literatura impressa.

Aquele Abraço