domingo, 7 de junho de 2009

Carrapato de boi


O turfe , da forma em que é conhecido hoje, surgiu na Inglaterra, por volta do século XVII. Para as competições foram sendo selecionados cavalos com aptidão para corridas, dentre os que eram trazidos desde o norte da África (bérberes) e os árabes, comprados ou tomados de seus criadores. Cruzados com os melhores cavalos europeus, nasceu a raça denominada puro sangue inglês que praticamente domina a atividade turfística.
A palavra Turfe vem do ingles “turf”, que designava os primeiros eventos de corrida de cavalos. Hoje, na Inglaterra, a palavra turf designa coloquialmente a corrida de cavalos.
Ao Brasil o esporte chegou em meados do século XIX. (Wikipédia)
O VÍCIO NOSSO DE CADA DIA
- Voce pode dar duas respostas antes de sair por esta porta?

- Respostas? Acho que não há qualquer pergunta, pelo contrário, o senhor só sabe cuidar de meus ovários, nem sequer olha o mais importante, montado no título de oncologista, vangloria-se por saber montar tão bem porque já ganhou até 'troféus de turfe'.

- Então, ok, não é meu costume, jamais divido conhecimentos médicos com os pacientes, mesmo que seja um colega de profissão. Até breve, e por favor, chame-me a Isadora de Almeida.

- Quais são as perguntas?

- O que é pior, um viciado dizer que não é viciado, ou a pessoa normal querer se beneficiar com as contraditórias vantagens de ser viciada?

- Sabe, doutor, sempre me preocupei com o senhor, jamais quiz exclusividade no meu tratamento, no começo até pensei que este era seu pensamento de mim, ao perceber que ninguém o suporta, que tal comportamento exasperante é o seu padrão, que deixa a indiferença profissional bem longe, quando o senhor também ataca os pacientes em geral, procurando sempre algo para desqualificá-lo diante do seu talento, de sua carreira honrosa...

- Por favor, chame a próxima.

- Favor? O senhor me faria o favor de dizer por que tenho um cancer?

- Voce é uma viciada. Vou mandá-la ao setor de psquiatria.

- Todos viciados tem cancer?

- Lá voce faz esta pergunta.

- O senhor não é capaz de responder?

- Eu curo doenças, é minha especialidade, mas por que as pessoas ficam doentes, elas próprias deviam saber. Eu lhe faço sete recomendações de exames, voce nunca completa o que eu pedi. Como posso tratá-la corretamente?

- O senhor alguma vez me pediu para não fazer determinada coisa?

- É preciso? Pode ir, dá licença, preciso trabalhar, existem milhões de pacientes lá fora.

- O senhor é infeliz, torna todos os paciente infelizes, e a infelicidade causa cancer.

- Por favor, eu não posso perder tempo, vai lá na psquiatria.

- Sim, eu vou, o sistema merece complacência e eu 'uma chata no seu saco' mereço, se aqui não pode eliminar-me, compaixão profissional e química.

- Nenhum "sistema" médico, se quer ser profissional, vai atrás de doentes em suas casas, ou vaga por aí convidando seus pacientes pela rua. E, por favor, tenho muito o que fazer. Sai, sai.


2 comentários:

Luciano Fraga disse...

Talvez ninguém tenhas respostas adequadas ou mesmo prontas para oferecer àquelas pessoas que não sabem verdadeiramente o que querem:fazer ou saber.O mundo está adoentado, tomado por sanguessugas e carrapatos.Fico com o velho Buk que apostava em cavalos.Grande abraço.

Devir disse...

Luciano, fico comovido, verdade, logo voce que comentário recente elogiou-me pelo fato de eu ser nú e crú nos meus comentários!
Pode crer, não faz muito tempo que adotei tal medida, talvez seja a mania católica de acreditar que nunca é tarde para se arrepender.
Uma mania porque da forma generalizada que nos apresentam não leva ao caminho que me propuz; (acho que, vivo, e) bem antes de estar próximo morte!!!

Não são só os poetas que desejam a vida latejante, nem tampouco somente filósofos, muito menos é exclusividade da juventude. A carne sutil(Merleau-ponty), diferente da maciça, pode e deve latejar o tempo todo, porque raramente é sintoma de infecção.

Hoje ouvi na rádio Cultura AM, pela manhã, o professor Pascoal dizer que a origem da palavra amigo provém do amor, de onde pode-se dizer que os pais PODEM ser nossos melhores amigos, e também qualquer outra pessoa, ou até um animal, etc.

Neste comentário seu, almentou meu respeito por voce, Cara, pois sua nudez e crueza, fez-me ciente que não devemos ter compaixão com os carrapatos, quando não o somos, e muito menos aos bois, quando tambem sofremos a desventura de os assemelharem. Obtive essa certeza, espero, porque, enfim, descobri que não estou só, referente à idéia, sempre muito cara para mim, que o bem pode ser tão cruel quanto o mal, em princípio.

Um profundo abraço de amigo