
Às vezes, no meio de uma conversa,
seja ela qual for, escapo, literalmente fujo,
para lugares incomuns, para onde sei
que não vou mais precisar de minhas armas.
Onde o jardim não tem fim e é fantástico.
Onde a vida não é um show de horrores.
Às vezes até no decorrer de um texto.
Até quando escrevo; exaspero
a sensação de que um texto normal
precisa ter começo, meio e fim.
Existe a certeza de um texto que se liga ao outro,
e assim por diante, mas existe também os "intervalos",
um grande erro da civilização,
que determina a linguagem.
Não nos destacamos da bestialidade pela razão,
pela normatização da existência e inércia.
A vida em comum não corresponde ao conhecimento.
Mil e uma noites causam um único efeito
mais próximo ao todo obscuro desejado.
Enquanto isso, longe das núpcias do soberano,
um único apertar de botão é a causa de...
Ao lugar comum do conhecimento e arte
prevalece sempre conversas sobre causa e efeito,
porém, e teoricamente, no singular
ou com sujeitos indeterminados.
A ciência determina Deus, teoricamente,
e na prática, ninguém experiementa tal fenômeno.
Certa vez, ainda neste milênio,
durante o programa Invenção do Contemporâneo ,
na TV Cultura - seria um oásis perfeito se -
haviam notáveis pensadores debatendo
sobre a morte ou não de Deus,
eu fugi, literalmente escapei,
e fiquei, desta vez, surpreso comigo;
eu vivo este assunto,
estou imerso nesta certeza dividida de meu tempo.
Certamente, usei uma estratégica legal,
que geralmente começa com dúvidas absolutas.
Estas não falham nunca, por exemplo:
Quem é Deus?
Quem é o Homem?
Daí segue as mesmas relativas dúvidas
circunstanciais e pessoais, por exemplo:
Seríamos nós deuses e matamos ou não o Homem?
Existem homens e Deus?
Escapadas lícitas ao tempo bi-partido.
Sem nada e sem Deus, ou deuses,
ou com Ciência e sem "deuses", ou sem o Homem.
Nas palavras de Gianni Vattimo,
"se a experiência é a experiência de uma êxodo,
trata-se provavelmente da partida para uma viagem de retorno".
Poderia dizer, que já estive no jardim sem fim e fantástico,
sonhando com um maravilhoso retorno ao Brasil,
à minha então determinada e irrecusável
identidade, família e sociedade.
Quando sou recapturado, minha existência
(identidade, família e sociedade)
pede paz.
Eu não quero viver bem ou mal
como se fosse um animal irracional.
A imagem não foi das melhores, consciente ou não,
mas o ponto aonde
só mesmo a humanidade de cada um pode atuar,
"impedir a vida, sequer depois da morte",
ficará guardada com carinho,
mas seria péssima, certamente
eu a esqueceria facilmente, rss,
se não houvesse a dúvida
- em quantas testas acertou?
- jamais saberemos (?) -
porque vamos pensando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário