terça-feira, 13 de outubro de 2009

Na valia da carne


A foto e estes três comentários se encontram neste recanto virtual:
http://bulimunda.wordpress.com/
e a música já é pela saudade de outra pessoa, minha bela professora, paixão destas filosofias:
eu não devia fartar-me de seu suor,

Jardins de Narcisos
1
Chega a ser espantosa a foto, sabemos qual é o diálogo, na natureza temos os exemplos mais triviais do "predador e a presa", e porque só obtemos certeza que o bicho humano usa as palavras e sua lógica mínima, podemos crer num imperativo daqueles momentos; tais momentos perdidos no tempo, iludidos pela suposta eternidade da natureza, influenciam a civilização de volta; ao mito do eterno retorno(?!): depois do ser, o nada.

Do pó ao pó, novamente. Então para quê, saber?

Volto a lembrar daqueles momentos cruciais da vida do ser natural, e os permeio para os diálogos de rotina e ambientes e produções culturais.
Visualizo coletividades, sindicâncias, partidos, e fico sinceramente horrorizado; não sei de nada, do pó ao pó; não sei arregaçar as mangas do avental, meter a mão na "massa"; assim se encontra os rendidos.
Existe mais um elegante movimento solidário, talvez, enfim, visto o hediondo
da exclusão, nela, sutil, sofro uma molécula viva de gás.

Na foto, a mocinha é
o filho/amigo/esposo/paipredador caçador,
o mocinho é a filha/amiga/esposa/mãepredadora caça.

Grupos que representam os provedores e inimigo dessa volta cíclica ao Nada. Filosofia em comum do útero natural. Amar a natureza por dentro, e por fora deixar o que aconteça; "destino".
Isto mais me parece ardil de Narciso.
Meninos e meninas brasileiras e brasileiros.

E o porquê da inversão fantástica?
Quer saber quem devora quem?
2
Grande sentimento
que experimento dia a dia, sol a sol
pisando nesses ovos, me equilibrando
ao fio da navalha, noite a noite, lua a lua
o mundo aqui dentro, aqui fora, aqui aí
está como é
sem precisar pensar
eu penso para não existir
olho as pessoas para não ver
estou assim sem estar, ser sem ser
nem vasio nem finito, por enquanto
e não sinto medo, não sinto mais nada
porque meu tempo não precisa pensar
não precisa doer, não precisa existir
§
O destino é a bela, a bela é o doce.
O doce é a vida. a vida é a passageira.
Mudaram as estações nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
tudo assim, tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre sem saber que o pra sempre sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa

4 comentários:

Anita Mendes disse...

"sem precisar pensar
eu penso para não existir
olho as pessoas para não ver
estou assim sem estar, ser sem ser
nem vasio nem finito, por enquanto
e não sinto medo, não sinto mais nada"

devir, existencialismos são metáforas da vida, são buracos tapados com realidade ,
com o que pensar superficial("olho as pessoas pra não ver") constantemente alimentado pela rotina.

Ps:um texto cortante .. bem na carne! ouch!(rs)
beijocas eternas,
Anita.

Devir disse...

E luto para não fazer disso um silêncio tão denso que, quando precisar dizer "qualquer coisa", não seja necessário rompe-lo como se atravessasse uma mata fechada, um buraco em um muro e um grito como um corte na carne indefesa.

Tristes tempos!

Valendo, Anita, beijos

Anita Mendes disse...

e quero dizer que isso e bom...
prefiro buracos existenciais que ser tapada por realidade.
ps: estava com saudadinhas mesmo, e vero (tudo que escrevo ,pra ti,e genuino)
o teu silêncio incomoda e tua furia nos liberta.
beijos gigantes...

Devir disse...

Anita

No processo em que estou vivo, que voce talvez saiba por estudos ou intuição humana, ou - tenho motivos para pensar assim - remotamente sente em seu próprio processo em que está viva, a sua visita, aqui, é exatamente isso:
"gigante".

Minha fúria, acho que é toda fúria criativa, provém do animal, que não pode nem ser domesticado demais nem selvagem.

Temos muita democracia para discutir, discutir, discutir.....
Talvez até os afetos e desejos precisam de moderação, rss.

É preciso salvar as baleias, mas não amá-las. Precisamos salvar e amar nossos filhos. A democracia salva os outros filhos, tenham ou não quem os amam. (Náusea!!!)

Meu animal precisa e quer permanecer selvagem; sou assim como outro ser humano.
As selvagerias que ele possa cometer, nunca me comprometeram; jamais me colocou, ou colocou a vida de outrem, em apuros ou risco de morte, sem meu juizo. Excessão normal acontece: não sou lerdo no transito, por exemplo, onde rezo para não atropelar ninguém dormindo ao atravessar as ruas, etc.

Vou parar de escrever, agora, de repente tive a sensação de antes, quando nem todo mundo aprecia uma criatividade "furiosa"; livre, sem correntes e coleiras democráticas.

Minha liberdade precisa aprender a findar, e não se somar, onde começa as dos meus semelhantes.
Minha liberdade precisa de rótulo!
Nem que seja horrível e imposto.

Acho que agora vou conseguir dormir, e me perdoe se meus desejos se realizarem ao sonhar

Com muito amor