sábado, 29 de maio de 2010

Que país é este, que duvida de si mesmo?

Eu tenho 17 anos
Nasci com 17 anos
Terei sempre 17 anos
E vai hesitando que sou irresponsável, vai
perdendo o seu trem da História

"Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro,
do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós,
para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros
venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó
e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha".
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste:
esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear:
mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem!
Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer:
"Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez.
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? Imortal!
Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!"

Ps. Mandem fotos e sugestões (textículos), que publico os mais virtuosos

2 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir, por enquanto dedico-lhes e recomendo: A SONG FOR YOU, por Ray Charles, bom domingo mestre, abraço.

Devir disse...

Neste instante estou com Led, talvez tais pancadas, que sabemos nada agressivas, sejam o melhor fado da ausência de um grande amor, "para o dia nascer feliz".
Lembro o saudoso finado, junto aos berros afeminados, porque o nosso grande poeta, enfim, encontrou um silêncio confortável.
E o fado, diz respeito a minha intimidade que pensei abandonada; a parte feminina que todo homem precisa amar, sem paixões obsessivas, é claro. [Ela não transa porque não tem opções de escolha, prefere assim, todo tempo do mundo para saber como cuidar das criaturas do mundo, quase nordestina Amélia, quase mega fashion gá gá, nem coisa nem outras coisas, a surpreender tão somente para o homem se manter vivo a qualquer adversidade]
Tão logo, mastigue a carne na pánela, acompanhado de um culto arroz amarelado na mandioquinha, e a velha e tradicional salada de alface crespa com tomates quase roxos, escutarei sua boa radiação de sempre.
Lembrando também a minha tardioatividade, a metáfora, na lata do Gil, a bela criatura feminina conquistada sem nunca abandonar aquela brasilidade tão masculina na Disparada, que sua forma anatômica, Luciano, faz lembrar tal imagem, peço-lhe, então, um favor, pergunte à Voz, se ela já tem 17 anos.

Fui lá no seu blog e até que quis dar um tapinha nas costas na Melancolia, mas lembrei a pior das feminidades, aquela das forças armadas de qualquer país, ou de um país qualquer, que não tem opções para se manter originais, livres, etc.

Since Ive Been Loving You