sábado, 5 de junho de 2010

Que país é este atrás do espelho?

Deixou sangue
só de um lado da fronteira
parece que foi tourear
aos 17 anos

"O objeto “livro” é um ser, algo permanente, dotado de duração, seja ele um papiro egípcio, uma tabuinha de argila suméria, um pergaminho grego, um codex medieval ou uma brochura renascentista…
Sua permanência foge, de alguma forma, ao eterno devir das coisas, ao caos, ao abismo do Indiferenciado.
Por outro lado, cada frase, cada palavra, cada fonema que ali está registrado é, em suas significações, eterno devir, muda a cada momento, jamais se repete.

Abraão creu na palavra divina de que todas as nações seriam abençoadas em sua posteridade, e continuou a crer nela ainda quando, após ser pai na velhice, lhe foi exigido o sacrifício de seu único filho, Isaac; ora, tal sacrifício, que tirava todo sentido racional à promessa, significou, para Abraão, a fé no absurdo, a certeza de que Deus o estava provando e a disposição de sacrificar, se necessário, Isaac (com a certeza de que este lhe seria restituído); realiza-se, assim, o movimento que parte da resignação infinita (pela qual renuncia a Isaac), em que se adquire a consciência do seu próprio valor eterno, e chega-se, pelo absurdo, à fé, em que se readquire o finito (a retomada de Isaac); tal movimento implica a angústia e o paradoxo pois, se é preciso coragem puramente humana para renunciar a toda a temporalidade a fim de obter a eternidade, é preciso a coragem da fé para, em razão do absurdo, encontrar a alegria na temporalidade finita e transformar, assim, um crime moral em algo santo e agradável."
(http://waldisio.wordpress.com/)

Qual a mãe que aceita a morte de um filho causada por um irmão?
A natureza é óbvia, porque o pai, Deus, está em cena e não tem tempo para ensinar.
O mundo está ficando cada vez mais luz, por um lado, pelo outro, dente por dente olho por olho, continua sendo a régra.
E a linguagem, sem entretempos, é enfim mera ou sublime metáfora.
Não se pode chegar muito perto, derrete as asas da experiência.
O devir surpreende o simulacro, seu castigo, a falta de vontade.
E o prêmio a imortalidade do nome, é óbvio.
Lampião castigava apenas os idiotas, dizia que estes pecam pelo excesso de vontade.
Pequeno erro de método cometeu nosso 'que seria o único herói brasileiro'.
Aquela luz que não apreendemos sem ser radicalmente espontânea.
E sabemos de outros sentidos de herói, principalmente dos insidiosos que aqui chegaram, por último, com outros heróis extraordinários ou extraterrestres.
Há quem acredita que seriam, signos em êxtases, sací perere, ou cebolinhas administradas, cabecinhas ora cheias de escuridão ora cheias de agradáveis nada.
Hoje é dia de gala gay. Os homossexuais são os primeiros de uma miríade de sacrificados.
Também tem quem acredita em papai noel, mas são facções muito dissimuladas, que o mercado de valores morais absorve com prazer, tanto o branco quanto o negro.
As cucas do sítio do picapau amarelo, nas regiões urbanas e todas as suas atrações, por serem feias - os países orientais comem lagartas verdes - se escondem no armário.
Os heterossexuais que se conservam no apeio do boi se expressam, dentre eles e elas, na própria cabeça, com elegância, porém inconscientemente gaiatos; se oferecem em nome da família para redigir uma lista dos irmãos que não devem morrer.
Então, para fechar o círculo do devir de cada instante, não é agradável narrar sequer a própria covardia, e há quem para provar que não é covarde é capaz até de matar sem mesmo saber se é irmão, ou pai, ou mãe, e a lista pode se estender, porque não importa qual seja o nosso gênero sexual, consequentemente gênero moral - risível, não? - pelas graças de seu Deus, escolhido conforme as circunstâncias do "absurdo".


8 comentários:

Unknown disse...

Essa foto, tem uma história engraçada sobre a vez em que me apaixonei a primeira vista... por uma mulher,rs.

"Lampião castigava apenas os idiotas, dizia que estes pecam pelo excesso de vontade."
hauahauahuahauahuahauahauahuahaua

Na peça "O Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, o parvo, homem rude, ignorante e extremamente ordinário(comum), tem seu lugar no paraiso.

Quanta contradição.

Devir disse...

Vale, seu comentário, pelo post que vou escrever agora.
As contradições do Bem, que pode ser tão, ou mais, cruel do que o Mal!
A ordem, ao final, se rende ao caos!
No caos, quem precisa recomeçar, encontra tão somente o paraíso.
E precisa encontrar apenas uma questão, que lhe basta, como não fazer igual?
Ser forte, sem ninguém para culpar, porque sem nada a atrapalhar, sua primeira atitude: ignore Narciso.

Isis, não tinha que haver fronteiras, nem fazendas e tampouco castrações.

Devir disse...

Meu amor, este texto é tão seu como nosso passado também é de meu filho.
Ele não tem irmão, tem a mim para vislumbrar esta péssima experiência do devir da natureza prostituida pela civilização humana.
E onde exerce sua participação? Óbvio, se Caim e Abel tivesse uma irmã, consciente!, saberia como ajudá-los a dividir a vida em partes eficientes para cada uma com o seu.
A consciência, disse anteriormente, só ela é capaz de traçar mapas para usá-los e resgatar o que se perde nas "cinzas das horas".
Ele te ama, eu te amo, todo homem e toda mulher, quer queira ou não, estão juntos com voce, nesta náu, poeticamente vulnerável e filosoficamente inexpugnável.

Beijos sem línguas, "em nome da Lei".

Devir disse...

"Ele não tem irmão, tem a mim para vislumbrar esta péssima experiência do devir da natureza prostituida pela civilização humana." JES

Prestem atenção: Na síndrome de Caim, quanto em qualquer NOME, que representa um foco, um ponto de fissão, ruptura, explosão de forma errada, na linguagem, consequente, então obviamente, o Criador se exime de qualquer participação na tragédia, ora divina o no sense.

Abraços cuidadosos, "em nome da Lei".

Unknown disse...

Prefiro pensar um pouco antes de responder os posts(principalmente o segundo), ok?

obrigada

Beijos novos, foras da lei

Devir disse...

Sua valentia é o que mais de pertinente precisa o mundo e eu!
Tem todo o tempo que tenho, Isis.
Jamais fui tão transparente!!!

Beijos, dentro da lei, também

Unknown disse...

Irmã? Esse deveria ser o meu personagem?

"Ele te ama, eu te amo, todo homem e toda mulher, quer queira ou não, estão juntos com voce, nesta náu, poeticamente vulnerável e filosoficamente inexpugnável."

"Meu amor, este texto é tão seu como nosso passado também é de meu filho."


Sabe, essas palavras me partiram ao meio, muito provavelmente pq eu nao consigo enxergar alem de seus significados simples/leigos(quase obtusos). Acho que eu não entendi. :S
Ficaria irritado se eu pedisse que me explicasse?

Devir disse...

Rss, não posso
nem quero
deixar que me abandone
seja filha
seja nora
seja minha: