sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sob o céu meu mundo ferve

Aos 17 anos eu ainda sonhava
ainda sonho e sempre sonharei
a vida está sempre por acordar


Voce é tão linda, e forte, acima de tudo, sim
e é tudo o que me falta, para subir este degrau
chegar tão seguro, feio e fraco em nosso céu


Voce é tão capaz, queria estar em voce
nem que seja quando fulminada por tantos olhos
quando entra na saia e ensina


É preciso ser muito simples e direto
voce poderia me presentear com sua trilogia descoberta, apuro & plenitude
apenas para tentar me manter na contemporaneidade


Palavra maldita miserável porque voce disse e gostei muito
voce é um mito, mas minha porca e parca sabedoria
sem jamais querer imunda a sua, eu sei, perdão


Existem tantas ocasiões e pessoas que devemos amor
cada aluno e aluna que por obra de um condicionamento podre
não consegue derramar uma grande lágrima por ninguém



"Ao sondar assim sua própria profundeza, ela penetra mais no interior da matéria, da vida, da realidade em geral?
Poderíamos contestar isto, se a consciência se tivesse acrescentado à matéria como um acidente; mas cremos ter mostrado que uma tal hipótese, segundo o lado por que tomemos, é absurda ou falsa, contraditória consigo mesma ou contradita os fatos.
Poderíamos contestá-lo ainda, se a consciência humana, embora aparentada a uma consciência mais vasta e mais alta, tivesse sido posta de lado, e se o homem tivesse de se conservar num canto da natureza como um menino de castigo. Mas não!"

Um comentário:

Devir disse...

Depois do café mais gostoso que já tomei, quando pensava que não me impressionaria mais com voce, quase entrei em estado de choque; por menos, em ocasiões anteriores, sequer pude memorizar a chapa. Fui literalmente atropelado, como disse minha visinha, Vania, em uma noite muito quente de janeiro, eu tomando banho de lua em sua calçada, mais limpa que a minha, então a mandei que passasse por cima de mim com seu carro, e ela respondeu que "só se for bem devagarinho".
Por muito pouco não chamei a funerária, quando disse que, lembrando Foulcault, que não passou por seus lábios sua sexualidade de fininho, não devemos afirmar, em hipótese alguma, nossa sexualidade para os olhos predadores. Adorei isso, muito, mas não me masturbei; há coisas que não perco jamais a ternura.
Enfim, neste tempo reduzido para caber em embalagens, lamento todo esforço reservado para manter o selvagem bem morto ou mascarado em macunaímas ou lampiões. Lamento tanto, tanto quanto pensar sobre os motivos legítimos para milhões acreditarem ainda em papai noel, e também em qualquer matéria humana viva sem sua equivalência em espiritualidade. Penso que nossa diferença a um cachorro, ou rato, ou pássaro, etc, é que a espiritualidade deles pesam menos que seus corpos.
Atraves da arte, especialmente o cinema e a literatura, podemos ver quanto é trágica, em momentos cada vez mais nulos, uma espiritualidade que pesa muito mais que seu corpo/matéria. Tais discrepâncias de peso são relativamente invisíveis para seu criador, normalmente quando visíveis não causam tanto sofrimento para ninguém, embora cause incômodo desmedido nos momentos existencialmente "nulos". Mas, acima de tudo, estava linda, e duvido que havia outro selvagem que quisesse mais do que eu pular sobre para realizar aquilo que 'desconfunde' vida e morte com tanto êxtase.