quinta-feira, 1 de abril de 2010

mímica e pensamento, a sagrada comédia humana

Humano não é adjetivo

engodo ou honestidade?
No post Estranhas relações virtuais, a asma de Bacon, provavelmente o faria gordo, caso não a construísse. A asma foi sua arquitetura tão tosca quanto a um homem das cavernas.

E isso, essa comunicação tanto é um engodo, quanto uma prova de honestidade minha diante do leitor atual; o leitor também é nome de categoria que precisa ser pensada como mimetismos e camuflagens. Assim como o pai moralista de Bacon, que, sem ver sua foto, se não for gordo, é camuflagem.

Creio estar compactando muito tempo para pouco espaço, e a solução adequada seria construir muitos mais leitores, exatamente porque sei que tal convivência mimética, em síntese, traria-me mais tempo do que espaço. A honestidade, portanto, quase completamente biológica. Ser humano demasiadamente humano e evoluir.
Sejam bem vindos.

O pai do ilustre pintor seria, apesar de seu livre arbítrio, apenas um veículo da moral; uma replicação; teoria sociológica muito bem aplicada aos cyborgs. Encontramos muitas criaturas cibernéticas assim, claro, no universo virtual; e seria uma involução a ausência do corpo e sua complexa fonte de vida.

Nota-se então que toda a moral, a tentativa de reger soberana sobre o livre arbítrio, parte de um único e comum princípio: a seleção natural. O que significa, todavia, a luta pela sobrevivência individual. E um segundo passo seria inúmeras formas de perpetuação da espécie.

Em que passo estamos nesta evolução natural?

Não quero imacular a rigidez, às vezes necessária (ou rédeas) da moral. O interação humana é com toda forma viva, inclusive a mineral, a vida dos planetas.
Para não parecer argumentos dentro dos copos de vinho em uma tarde, e não mudar de assunto, e não considerar intrusos qualquer leitor, convido outros argumentos para pensar como freiar a destruição total, geral e irrestrita do planeta. Luta sem bandeirolas políticas ou ganhos publicitários, mas com absoluta garantia de vida para todos.
Tentarei, mais para frente no tempo, apesar de exíguo espaço, deixar algo escrito sobre o Outro nas pessoas replicadas pela moral da natureza.


mimetismo ou camuflagem?

Águas do amor
Cério e Errita estavam de frente ao teatro, não pensavam em teatro, nem haviam pensado no que diriam para aquele encontro. Beijaram-se rapidamente, sorriram e não se tocaram. Conversavam quando um aliem, uma senhora branca de olhos amém doados, morador de ruas, parou e olhou Errita. Resolveu ali pedir um cigarro, dirigiu-se imediatamente para Cério - voce tem um cigarro? - que responde com muito tempo e pouco espaço - nunca em pato em renúncia - Errita se encolhe, olhos de apreensão, sabe outras leis da fé, Deus está até debaixo das pedras - Cério acende lentamente o cigarro ao aliém, questiona - em pato ninguém é diferente - a bela senhora invade os olhos de Cério e sorri com dentes de amanhecer nas montanhas - Cério diz amém piscando levemente uma única vez - Errita sabe do mistério comum - abruptamente então o aliem vira-se e encara Errita - Cério fecha o punho revelando seu mais íntimo sentimento: nunca se sabe - o aliem rosna feito uma loba sem fome para uma criança linda que se perdeu no bosque - a bela senhora então segue seu tráfego elipse mais perfeito - Cério segue molhado ainda do banho de cachoeira e não comenta nada - Errita se acomoda ao banco sob a sombra do jovem pinheiro - Cério permanece sério como sempre foi suas réplicas mais dolorosas - Errita não gosta do silêncio solitário, pergunta o que foi aquilo? - uma concepção da brutalidade, Cério responde - Errita pagina feito ama negra ao neto branquinho - Cério conta de um livro que leu quando ontem encalhou o barco no ribeirão - Errita sabe o doce porem se irrita com a destruição da natureza - Cério suspira e ressente, e cochila ao colo da ama negra.


PARATEXTO NIILISTA
Ao último sobrevivente
só há uma única tentativa
e um único erro; carpe diem


Fine and Mellow - Billy Holy and sax Last Young - fiquem a vontade, sem fomes de fora, sem gritar se acaso sentir que a vida poderia ser uma festa

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