sexta-feira, 9 de abril de 2010

O passado quando volta


Nem flor nem faca
nem dor nem amor
nem mel nem sal
nem pedra nem nada

6 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

A memória em sua reedição se potencializa em tudo e nada.
Abraços

Devir disse...

Oh, seja bem vinda
Mais que memória, como simples lembranças, também o gesto involuntário e a vontade de potência, inutilizada por simulacros, como se, em tudo, a primeira vez foi a única que valeu.
Porque reeditamos esta sensação?
Não é defeito, nem doença, talvez seja um condicionamento, ou um sistema para resolver ou recuperar algo que, inconsciente, ainda monta a personalidade.
Este algo tanto pode ser uma dor, experienciada mas não tão bem assimilada, ou mesmo um prazer, que nos surpeendeu, quando talvez jamais, ou porque desistimos ou pensávamos não estar preparado ou merecedor.
Pode se ver que, tal condicionamento de involutariamente reviver passados, que por sua vez, também foram causa de outros condicionamentos, é um instrumento para a criação do ser, cabe-nos tão somente tomar consciência.

(É foda voce não estar aqui, não me fazer perguntas, e eu não escapar dos limites do discurso,
antes fosse uma narrativa (sem dúvidas) de uma história viva entre nós)

Mai, talvez se voce fosse mais para mim, não importa se dentro dos limites do virtual, porque sei que voce tem muito para dar (no sentido Ser para a vida). Claro que outras formas e pessoas talvez ocupem todo o seu esforço de Ser, mas é que acredito que não existem limites, nem formas e fórmulas prontas, para o Ser (no sentido incondicionado da natureza).

Ah, como eu queria comentários "esforçados" para os meus textos, bem ou mal, seria uma aproximação, viva, do propósito de viver; mais além do particular de cada pessoa.

Se voce não souber sequer uma aresta aonde estar aqui comigo, talvez aceite uma sugestão bem de acordo com muito da sua capacidade que idealizo; que tal voce me ajudar a tomar consciência plena do meu comportamento condicionado, que me faz desejar para mim, todas as mulheres interessantes, porém, sempre de um ponto de vista da humanidade.

Esta humildade rara
esta transparência cara
não é efeito de aditivos
não é efeito primitivo

Forte abraço

22:12:00

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir, o passado para mim, é a viagem de um pêndulo no vazio, uma horrenda idéia, com pendências psicológicas de infância que no final dissipa-se no nada de tudo que é...Grande abraço.

Zana Sampaio disse...

"O passado quando vota" nem sempre está só, numa fria solitude que me escapa as dores e os lamúrios... as vezes ele tem a faca da culpa eum peso que me tira o norte. entende? minha memória cheira forte.

Devir disse...

Luciano, sua renúncia é o "cheiro forte" que antecipa o finalmente.
Óbvio que ainda não é exatamente a putrefação orgânica, nem mesmo uma chaga escolhida involuntariamente, nem mesmo uma ação química fora de lugar e tempo.
Não seria o que é se não fosse os erros e acertos passados e contidos na memória, para "potencializar os tudos e nadas", a qual é a que faz diferença para com os irracionais.

Um exemplo destes cheiros forte: Estar comentando um comment que não há dúvidas que não passa de uma brincadeira, de humor duvidoso e emoção passageira.

O qual não renuncio porque sei com naturalidade, bem diferente de inteligências artificiais, programadas para o mercado a separar o joio do trigo.

Mas não estou falando de vagetais!

Forte abraço

Devir disse...

Zana, em tudo que ha vida existem odores, quanto mais cheirar o passado, mais teremos a certeza de que valeu.
Uma imagem pertence a um único sentido, melhor seria, alem de completar os outros 4, de alguma outra forma ser real também.

Tome um mínimo detalhe do filme bicho de sete cabeças, 2 atitudes, a do pai e a do filho.
O filho, invasivo o tempo todo em suas pendências e satisfações passadas.
O pai, invasivo o tempo todo em seus fantasmas futuros.
Acho que basta como ponto de partida para entender como a memória é uma simples ferramenta; sempre indispensável o tempo todo.

Ao contrário da memória como ferramenta "virtual", temos a faca como ferramenta "material", exatamente iguais conforme os casos para suas aplicações; terríveis são as facas de 2 gumes, que tanto causam o prazer como o sofrimento.