segunda-feira, 19 de abril de 2010

A vigília de Édipo

E se Édipo fosse superior ao Destino?
Superlatidos não mordem, mas é bom não arriscar, melhor mesmo é a telepatia mundial; o tempo urge :)
Creio que os chapeis já assentaram nas cabeças certas, e a grande maioria de um mínimo grupo estão no chão, recolho estes e prossigo, desfaço o desespero e retomo o sentido a priori; imagens ao vento são garrafas vasias, eu sei, quem sabe nunmas alguém seja feliz carregando uma mensagem.
Àqueles que consideraram chatagem emocional, este assento me parece muita aventura para pouco tesão; mas na boa, desfilem suas cabeças invisíveis.
E se por acaso, alguém se preparava para realizar o contratonto da era do tuiter, minhas desculpas, minha dialética (do) não é muito prática, "não" tão em experiência que o céu artificial não convence e o inferno realmente queima. Resistir não é somente uma questão de necessidade, embora pensem bem, antes do "não".
Realmente, fica difícil esperar algum esforço para além da necessidade do corpo, quando sabemos que depois da pipilação global, só vai sobrar pedras sobre pedras.
Quem me conhece pessoalmente, logo encontra um adjetivo superlatível, mas aqueles que se calam, opa, estes mordem!
Aqueles que não vêem nenhuma novidade no devir, sequer o fio de cabelo possui a mais simples das fases ou materialização da energia.

Quem perdeu, ou ainda não encontrou uma forma de se ligar ao devir, devido ao retrospecto sofrível e pregnósticos de cutuvelo dodói, prometo, rss, desta vez, ser bonzinho, ter mais paciência e mais otimismo.
A resistência e ou a atração física é social, não se confundam, porque apenas no mundo simbólico tais forças são propriamente humanas.
E força coletiva é muito rara sem a alienação da razão na questão da diferença entre livre arbítrio e liberdade.

Mas, oh, como tudo isso se parece com delírios vistos aos telestópicos. Onde, talvez demasiadas pessoas gostariam de saber o que são e não são minhas palavras...
Interesses vulgares geralmente não se classificam, mas sempre encobrem interesses fundamentais aos indivíduos naturalmente livres.

Muito além de Sartre, consequentemente esbarrando em Deleuze, ferido, portanto, mas implacável, sem destituir Bachelard, nem fingir sim/não entender Merleau-Ponty, sigo lotado de esperanças, porque assim que aumentam os números de tragédias pelo mundo, durmo cada vez menos.
Creio que não devo ficar deprimido, veja bem, a história lembra fenômenos semelhantes:

"A ideia de Universo apresenta-se como a antítese da ideia de objeto. Quanto mais enfraquece a minha atitude de objetividade, maior é o mundo. O Universo é o infinito da minha desatenção. A experiência do Universo, admitindo que este conceito tem sentido, não prepara nenhuma multiplicação do pensamento; no que me diz respeito, a ideia de Universo dialetiza imediata e definitivamente o meu pensamento objetivo. Quebra o meu pensamento. O eu penso o mundo, culmina, para mim, nesta conclusão: logo, não sou. Dito de outra forma, o eu penso o mundo põe-me para fora do mundo."

Colei ou descolei esta frase - gírias são úteis para não nos descolar do plural - em um texto delicioso:

Trabalho apresentado ao Curso de Mestrado em Filosofia da Educação do IESAE – Instituto de Estudos Avançados em Educação da Fundação Getúlio Vargas – na disciplina ministrada pelo Professor José Américo Motta Pessanha. Rio de Janeiro, 2º Semestre de 1990.

Tentem imaginar qualquer jogador bom, destes que foram comprados por times da Europa, em férias em sua pequena cidade natal, jogar uma pelada no sempre saudoso campinho da infância, jogar por simples devaneio, no melhor sentido do conceito de arte sem dogmatrix (referência à Revolução dos Bichos) e, claro, sem sofrer nenhum prejuizo profissional, então este jogador estará experimentando o paradoxo mais óbvio da vida: a dialética lógica e a dialética temporal ao mesmo tempo. Este lugar como fronteira de tudo, onde pode muito bem ser o lugar do devir de cada um. Um ponto insuficiente porém pleno para todas as experiências. Atemporal porque eterno a cada instante, todavia sempre localizável em todo lugar.

Também deveras irreal e exaustivamente real porque não é uma meta-fora de vida. Considerando com otimismo a hipótese de que alguém já leu este post, foi até o texto que indiquei, então quero finalizar com frases de Bachelard, escolhidas com o coração de Sonia Freitas:

"Para Bachelard, por todo lado há antinomias materiais a explorar: "como ativaríamos a imaginação se procurássemos sistematicamente os objetos que se contradizem!", adverte Bachelard ao lembrar que o ferreiro tempera o ferro quente na água fria, que a chama da vela luta contra as trevas, que a "luz brinca e ri na superfície das coisas, mas só o calor penetra...
Onde o olho não chega, onde a mão não entra, insinua-se o calor"

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