quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sobre humanos e outros

O pequeno e o grande no cotidiano

Viver é um grande trabalho para o prazer

"Chover no molhado" é uma expressão poderosa, tão quanto "falar a verdade".
Ambas possuem no imediato razões particulares, este território minado, como afirma as palavras de Bachelard ao final do post anterior, e o risco de morrer ou ficar aleijado é muito real, portanto prefiro, nesta outra vida do "meu" devir, rss, usar somente o calor de minhas ideias.
Prestem atenção, quando digo 'meu, minhas', não estou aderindo ao comportamento quase frugal do mercado editorial.
Então, vamos ao ponto, a continuação no sentido de nosso trabalho; a verdade ao devir.
Para mim, particularmente, não existe sofrimento maior do que as separações; claro, depois que se redescobriu a união de tudo.
Mas, como sempre fiz, partir de um tópico universal para chegar ao particular, hoje seguirei um caminho contrário.
É quase como o "verdadeiro" conceito de Arte: de preferência pessoal, a estética não deve dizer nada além da verdade dentro do expectador.
Eu sei o quanto é difícil para o animal racional aceitar que a verdade, em última instância é particular. Sofrimento e prazer nos outros sempre será inexcrutável.
Se esta afirmação está subservilmente relacionada ao poder de Darwin, que ótimo.
Assim, na minha maneira afagante das utopias de cada um, não exclusivamente a minha, quero reexclamar que a Vida é bela, e que o verdadeiro risco é o Poder.
Então, para elucidar isto, busco na vida, agora, onde o poder tem sua melhor expressão, no trabalho, onde o assédio moral é sua máscara mais perversa. Espero que todos os leitores sintam a particularidade se arvorando em universal.
Encontrei uma página na web - dela colei um trechinho ótimo - muito pertinente e bela para contratontear os menos favorecidos pelo poder de si mesmo - assediantes ou assédiados? - ao trabalho de viver amplamente seu tempo, com muito ou pouco território para defender.

Onde estão os espíritos livres?
Análise do assédio moral no trabalho com o texto Verdade e Poder de Michel Foucault
Vanessa Trópico e Silva
2009

O fenômeno do assédio moral no trabalho até hoje é delineado unicamente por abuso de poder e autoridade por conta do clima econômico instável com conseqüências somáticas, mas não foi tratado em suas minúcias, não se preocupou em saber como ele consegue se fazer aceito, como consegue exercer seu poder.
A verdade esta ligada ao sistema de poder, então não se pretende aqui quebrar grilhões e libertar a verdade, mas buscar construir uma nova verdade que mude o regime político econômico que mude o curso da história de forma inteligível, mudar a forma como o poder e o saber produz verdades da hegemonia na qual ele se movimenta.
O assédio moral existe e suas conseqüências são reais, mas enquanto o cientificismo estiver sob o controle do poder ou orquestrando o interesse de classe, de partidos políticos e sindicatos sem realmente buscar analisar o problema com profundidade em suas relações de poder, a literatura será um livro de dramas reais e a legislação repressiva sem nunca ter reais chances de mudar a realidade dos trabalhadores.

4 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir,estou retornando aos poucos, agradeço sua força,estava verdadeiramente com saudades deste espaço.Trago dois convites para você:
Escrever o próximo edital da Voz da Pedra(Livre) e mais ou menos no tamanho do anterior e preperar a coluna(idem) para o próximo número, para nossa alegria, grande abraço.Cutuquei? ou desafiei?(rs).Vamos em frente.Grande abraço.

Devir disse...

Porra, amigos não cutucam, voce chega nos momentos certos, quando já ia pensando em diminuir a área de meus favoristos, então, logo este blog entrou na mira. Mormente o que faz menos sentido para novas plataformas sofre o que me faz mais sofrer: adeus em amor.
E mais porras, porque para isso que servem os amigos, desafiar aos outros o perdão para esperar aos mais momentaneamente lentos, sem querer saber os motivos, e desafiar aos mesmos para segui-lo lado a lado, sem dizer ou mesmo saber aonde vão chegar.
O edital? Rss, vou tentar, e se ficar bom, é nosso.
Uma coluna? Permanente? Grande, vamos quebrar tudo!!!
Acredito e ponho minha cabeça a prêmio nisso, porque quem viveu, quem vive, e quem viver, já sabe e saberá que criar bodes expiatórios para empurrar sabe-se lá que covardia para criar o mundo real, é simplesmente um eterno luto de si mesmo.
Rss, eu não quero ser melhor que ninguém, mas jamais confundo luto com luta, nem em mim nem nos outros.

Qualquer dia voce me fala de sua saúde, tenho algumas "trucagens" na manga...

Antes de findar a semana, apresento os dois textos.
Grande abraço

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir, tá vendo aí? Aquela frase desdita no Vaga Lumes tá mais que correta.Sustento.Forte abraço.

Devir disse...

Valente rapaz!!!