domingo, 23 de agosto de 2009

Das Mágoas Mágicas



Muitas vezes precisamos encontrar um nome novo para determinada coisa, ou formas novas para lidar com as coisas.
Por exemplo, excelente como sinal de pluralidade ilimitada, o nome Coisa.
Tanto é supervalorizado quanto subvalorizado.

Vou tentar desenvolver um texto, com no mínimo 20 linhas e 2 palavras em cada, usando o nome coisa e que seja impossível dectar ou descobrir outro nome, e nem o próprio nome coisa; ou, talvez, contigentemente, a coisa nome.

Não estou conversando apenas com soldados da língua.
É capaz que não haja qualquer interesse além.
E é exatamente neste vácuo que origina os nomes.
Sem interesse algum o homem não pode sequer ser pensado.
Neste fato podemos encontrar a questão apresentada.
Os nomes estão para a identidade como o interesse está para o ser.
Assim, ser e ter não se separam. E este não deve passar na frente daquele.

Sabe-se que desde Voltaire não há possibilidade de mundo sem sentido.
Estar ganha estatuto e vai se somar ao Ser e Ter.
Estar, com tal sentido absoluto, acelerou a evolução humana na sua faculdade de conhecimento.
Muitos dos conhecimentos virtuais que tínhamos sobre questões práticas da vida se tornaram reais. A maçã colide com a cabeça de Newton.
A inércia deixa a natureza, é revelada e vai iluminar filósofos ingleses.
Causa e efeito também se revelam simultâneos e então continuação infinita.
Formam-se teorias novas para a inércia, para o infinito e o imediato, que vão vestir aquela trindade absoluta.

Ser ganha o sentido de inécia, Ter se encontra no infinito e Estar se representa no imediato.
Talvez os pensadores do início do século 19 foram os primeiros a aceitar que em tudo existe um óbvio oculto, ou indeterminado, porque ainda não possue nome ou não se faz representar plenamente aos nomes já existentes.
Seis décadas daquele século os pensadores ficaram trancados por dentro a sete chaves, eles detinham todo o restante do mundo virtual em que vivia a maior parcela da humanidade. E esta, sem orientação de pensamentos perseverantes, viveu sob uma saldosa instagnação da praticidade, paradoxalmente sem freios. Insinuava-se a revolução dos bichos.

As pessoas incomodadas ou disconfiadas procuravam os culpados.
Todas as atividades de ponta sentiram o efeito e se sentiram consequentemente a causa.
A inércia do repouso se fez aceleração, nova evolução perceptível ocorreu, a tecnologia foi gerada e nasceu.
Os pensadores sairam de suas tocas para estudar o fenômeno.
Avaliaram o sentido e tremeram.

Existem 100 milhões de galaxias prováveis, nelas um número improvável de estrelas e planetas.
Atenção: este número ainda infinito de estrelas, que perfazem a prova do número de galaxias, são apenas as luzes do que já não existe e do que se extingui com o passar do Tempo.
Sabe-se que o mesmo número de estrelas se formam, ao mesmo Tempo.
E ainda precisamos pensar sob a influência de Hegel.

Minha intuição e, concomitante inquietação, aponta para o quarto parceiro daquela tríade absoluta, o Ser, o Ter e o Estar.
E acredito que não devemos mais esperar pelos pensadores clássicos, nem tampouco se entregar ao absoluto virtual natural.
Virtual, desde que apareceu esse nome, sempre foi aceito como antônimo de natural, e com certeza é um enorme engano da civilização.
Tais enganos que mantém a inécia, a primeira categoria do Ser, que também corrompe o infinito e põe a carroça do ter na frete dos bois, e por sua vez, desterra o imediato e Estar deixa de existir, novamente; a volta, ou separação definitiva, inquestionável, do indivíduo ao estado "irracional".

A vaca continua no brejo das almas, se não são devoradas por jacarés e piranhas vistosas, coaxam feito príncipes presos em seus castelos da imagem dos outros.

Basta adicionar outro absoluto à vida, que já existe porque é óbvio, e não estamos enxergando.

Ficou fácil resolver o trabalho que me propus no início deste post.
Tão fácil, porém não consigo comunicar, em outro nome, ou de qualquer outra forma, e acelerar um mínimo a mais de linhas ou só mais uma única palavra além de mágoas: Magia.
Por que?

§

Minha amiga real e amada Danyelle
fez uma imagem maravilhosa das sequências básicas
para pensar o fiat lux

Ser - desejo - intenção - percepção - nomes das coisas - conhecimento - ação

Sua beleza me faz pensar que é uma irônia
um ser estar ter amar ao outro

O amor, sem palavras

§

Ah, se eu fizesse tudo que eu sonho.
Se eu não fosse assim tão tristonho
Não seria assim tão normal
Ah, se eu fizesse o que eu sempre quis,
Fosse um pouco mais feliz
Levantasse o meu astral
7 dias vão e eu nem fui ver
7 dias tão fáceis de se envolver
Ah, se eu tivesse fotografado
Se eu tivesse integrado
Ao mundo sobrenatural
Ah, eu seguiria o realejo
Desenharia o que eu vejo
No meu cereal
30 dias do mês que ficou pra trás
E eu sou só mais um desses meros tão mortais
Ah ah ah, se eu fizesse alguma diferença
Se eu curasse alguma doença
Com uma força genial
Ah, eu cantaria pra fazer sorriso
Eu perderia o meu juízo
Só pra ser especial
7 dias vão e eu não fui ver
São 7 dias tão fáceis de se envolver
30 dias do mês que ficou pra trás
Mas eu sou só mais um desses meros tão mortais
Mas ah, se eu fizesse tudo que eu sonho.
Se eu não fosse assim tão tristonho
Não seria assim tão normal
Ah, se eu fizesse o que eu sempre quis,
Fosse um pouco mais feliz
Se eu levantasse o meu astral

§

Marcia, gosto deste seu espaço
e o respeito como se eu fosse "dele".
Mas sinto o terror de Prometeu,
quando o assunto "não é" filosofia.
Porque, se aquele antigo Titan se salvou,
eu que só inspiro a imortalidade, ‘tô frito’.
Tenho dificuldades em ser popular.
Confundo a águia com o corvo, suas
melhores qualidades - visão e ponto
de vista, inteligência e vida em bando,
não me são estranhas, muito pelo contrário,
trato-as como aves que voam, apenas
por obrigação e jamais pelos tais símbolos.
Superei o terror de Adão, mas o atual ou
a versão grega, confesso que não consigo.
Eu sei que os Deuses não são perfeitos,
tanto quanto "as suas imagens e semelhanças",
que não podem confiar em toda as suas criações,
mas eu não acredito em meritocracia;
mormente os parâmetros, para julgar
ou criar os métodos, são só pessoais

http://colunas.gnt.globo.com/pinkpunk/

4 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir,instigante, "cuidado com as coisas"(Rs). Ser,ter,estar,três espécies de "mercadorias" (ou como você chamou-coisas) que são buscadas e rebuscadas mas que não são absolutamente palpáveis, por outro lado não vamos incorrer na visão Hedonista de que pelo simples fato de uma coisa não ser vista não prova a sua não existência e assim quebraria a sua linha de pensamento sobre a imortalidade,mas encarando da forma que expôs a nossa vida ganha a perspectiva da impermanência, o que reduz consideravelmente e de forma benéfica nosssos malditos apegos.Ao ler esse texto foi isso que aflorou, não sei de onde, talvez do vazio de todas as coisas, excelente, forte abraço.

Adriana Godoy disse...

Devir, esse texto pirou minha cabeça. Quando penso que estou alcançando alguma ideia, ela me foge na frase seguinte e vou correndo, correndo e volto e entro em parafuso. Vou então roubar o comentário de Luciano, acho que ele conseguiu captar bem o texto, ou não? Beijo.

Devir disse...

Luciano, no engedramento do contexto histórico, nesta minúscula parte também, existe uma charadinha, que não foi oculta por mim, mas que deve ficar oculta, porque faz parte do campo da exteriência, e esta não pode ser passada de uma pessoa para outra; este é o ovo da alienação. E quem o botou não foi a galinha.

Se há qualquer maldade neste comentário seu, por favor, hoje vou tomar dóse cavalar de cianureto

Espero que suicídio baste pra curar
o mau que me faz não enxergar o mal
em nenhuma forma quando só vejo Bem

Benditos os malditos apegos!!!

Grande impermanente e inquieto, Luciano.

Devir disse...

Se eu lhe contar
qual a charadinha deste post
voce promete entender?

Não posso ficar explicando
os agentes da matrix
pode ser qualquer um

Tem novo post na agulha para hoje
daqui a pouco estará em movimento
siga o coelho branco na sua frase

Beijo