domingo, 22 de novembro de 2009

O sorriso de Monalisa


É o contraponto ao riso estéril, aquele pior do que um aborto como solução premeditada para redimir as aparências e ou somar dotes que mantém as tradições da boa convivência e costumes absolutos.
Ontem assisti pela enésima vez, na TV, e tenho DVD do filme.
Então, triste pela ausência de uma mulher que simboliza uma deusa, que me conquistou também - só com o sorriso, que se contrapõem ao riso histérico - da qual sinto grande saudade, real e verdadeira, do meu 3º estágio, segundo os padrões de Genebra, definitivamente refletidos por Jean Piaget.

Aparelhos de massificação da cultura já foram considerados bodes expiatórios da desordem e regresso, quando o gestor da futilidade era a Indústria Cultural, e esta, por sua vez, se tornou também bode expiatório, quando, além de desordem e regresso, a intimidade de todo mundo virou objeto de desejo; esta é a era da internet.

Conforto além do necessário, sob o álibi de suficiência, gera insegurança real, e há quem pensa que gera apenas mais e mais conforto.
Cultura além da necessária, sob o álibi de eficiência, gera ignorância real, e há quem pensa que gera mais e mais cultura.
Curiosidade além da necessária, sob o álibi de desejo, gera doença real, e há quem pensa que gera mais e mais curiosidade.
Capacidade além da necessária, sob o álibi da competência, gera imagem irreal, e há quem pensa que gera mais e mais capacidade.

E eu poderia amanhecer acrescentando mais e mais proposições universais da dialética, mas por último, acrescentaria esta: gentileza além da necessária, sob o álibi da convivência, gera relação irreal, e há quem pensa que gera mais e mais gentileza.

O computador é outro avanço sem medida para a civilização, mas logo vão culpa-lo pela ordem e progresso da criminalidade.
Produzir bodes expiatórios também é cultura, Leonardo da Vinci sabia e não gostava disso, pintou a Monalisa para ensinar quem não sabe por que é artista. E se sou capaz de dizer que Deus não mostra, então também não explica aos desinteressados, imaginem a História, que afirmei ser maior que Ele.

Piração por piração, comportamento inferido aos jovens daquele 3º estágio, aqui no Brasil e por todas pessoas insensatas de qualquer lugar, é algo tão radical que o encontramos na radicalidade dos "diga sim às drogas", quanto nos "diga não às drogas".
Extremos que se encontram em instantes etéreos e raros, formando um círculo, onde o ser humano pode aproveitar para fazer uma "feliz" volta por toda a sua vida e repensa-la; algo simbolizado por Um Intransferível Chamado.

Um chamado apenas, sem mostrar o caminho e nem explicar por quê. Provavelmente isso, em realidade, aconteça, ainda lembrando os padrões de Genebra, somente no 4º estágio.
Estágio que aqueles padrões, tal porque são o que são, não escondem: a imensa maioria dos jovens jamais chegarão.
Jean Piaget apontou várias causas dessa desordem e regresso; inclusive foi mais um estrangeiro que se apaixonou pelo Brasil, é muito interessante, confiram!, para não haver reclamações ulteriores.

12 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir,grande lembrança, adoro esse filme, trás a tona boas recordações,tão enigmáticas quanto o sorriso da outra. Se não estou enganado aparece telas de Pollock.Grande abraço.

Devir disse...

Sim, em uma cena onde ela transcende, de fato, a "categoria"(tomando os parâmetros daquela erscola).

Tudo bem, assim seja, amém.

Neste instante, no café filosófico, na TV Cultura
um "discurso" fundamental
para a sobrevivência do devir.

É muita coincidência...

A outra sempre
já nem é mais obrigada
com sua voz
furtiva

Como quem longe
conversa no ouvido
do andante
e o acompanha
para ver pelos olhos
do outro

Quem se ama
o eu ou o outro?

Quem, o corpo, é sua propriedade?

É possível outro corpo?

Acredito que não, mas importa sua resposta subordinada ao acaso ou determinada por sutil doutrina. Vou precisar persegui-la?

Espero que não, não tenho óculos escuros nem torcida à favor.

Dejavu?

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir,seus questionamentos são sempre intrigantes, considero uma confusão(em mim) a existência de eu e outro, acho que o outro é o tal do ego que falei em outro post a nos importunar, sem egocentrismo prefiro buscar a unicidade, meu corpo é apenas uma embarcação emprestada provisoriamente para tentar caminhar com minhas aflições e tentar chegar à outra margem, calma ou marginal mesmo, creio em uma continuidade,o que nos faria diferentes?a decisão de um Deus parcial, ou o resultados de nossos acúmulos e méritos? Não usei sequer uma gota de colírio, mas estão vermelhos...Seguiremos irmão! Aqui agora na Bahia tem TTJAVU(rs).Forte abraço.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Devir disse...

Luxiano, meu caro?
Nem trocentos dinheiros enquanto se contempla a foto de Salgado, nem um deus da cintura para baixo ou para cima, mas claro, para trair o Brad, de repente, sem dinheiro e com Deus inteiro vou.

O outro para soprar em meu ouvido, ainda outros a apontar o dedo e um outro chato, expiando todas minhas cagadas, nem pensar.

Perseverar em não perseverar no sentido jamais esperado e aberto.

Nunca usei colírios também, o problema dos óculos é maior que claro/escuro.

Não faço a mínima, no google nada encontrei e espero que não seja porque não procurei, e jamais vou perguntar para os universitários, o que é ttjavu. Voce sabe explicar?

Voce é poeta, mas não sinto a poesia, na prática, já que acredito que todo poema escrito sonoro imagético e instalado é a tão somente teoria.
Assim como se Bauderlaire depois de escrever As Flores do Mal, e ao final escrevesse: Isso não é poesia!.

Em qualquer momento que voce perceber que a civilização caminha na contra mão, lembre-se, a História ignora placas de sinalização, e até luz vermelha.

O ego é lindo, o superego é útil e o id é muito louco, mas também posso viver sem teorias; estas são para a festa da vida, que "em certas horas é só o que nos resta."

Vamos?

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir,também não faço a mínima idéia do que seja Tjavu, como ambas as Bandas(?)(Dejavu E Tejavu) tocam músicas de alta qualidade(rs), creio que o T deve ser algo ligado a Tesão(rs) e se ele estiver em ordem não é nada mal(rs)não é mesmo, principalmente se for natural.Na realidade meus escritos são apenas pequenos regurgitos de um charlatão,soluços de criança com vontade de balbuciar(rs), passando muito longe e pretensiosa e envergonhadamente tão perto do Sr Charles e seus perversos jardins, e em certas horas, " é só o que (ME) nos resta.Vamos sim senhor, não há como engatar uma marcha a ré com tudo em pleno movimento, como ficariam as engrenagens? Vamos, "caminhando e cantando" e aprendendo, na prática ou na teoria? Forte abraço irmão!

Devir disse...

"Vamos sim senhor, não há como engatar uma marcha a ré com tudo em pleno movimento, como ficariam as engrenagens? Vamos, "caminhando e cantando" e aprendendo, na prática ou na teoria?"

Como gosto de lembrar aquele filme Instinto; Hopkins atuando como Ele precisa. Sua liberdade do devir antes dos nomes sobrepujando e não excluindo sua necessidade do devir dos nomes. O início é todo preparatório de um contexto, e uma apresentação dos oponentes desta dialética "natural". Hopkins obviamente pode deixar de lado a gentileza e participar da vida dos gorilas, sem tal participação qualquer relação em experiência de vida é uma utopia. Cuba, que vive tão somente o devir dos nomes, é o próprio espectro da necessidade absoluta. Significativo é o momento quando ele afasta a "ilusão" de uma paciente "psicótica". E os óbvios deste filme eu não vou dizer, na web está cheio.
Luciano, as engrenagens são resultados de muitas teorias, e estas se não acompanhar a prática, se tornam meras coisas sem vida, passíveis de serem trocadas por outras iguais. Então lembro de outro filme, onde um médico de humanos, recebe uma visita inesperada de um cão transcendental que lhe ensina a ouvir os animais. Neste filme, relegado às "sessões da tarde", a dilética "natural" é fabulosa.
Hoje, pela manhã, tive dois oponentes, literalmente, para 4 partidas de xadrez. Meu filho e sua namorada. Seria tão fácil contar, tanto realística como metaforicamente, como transcorreu tal experiência. Apenas sobrevoando a memória, a segunda partida foi com o Enzo, e ganhei; honestamente como um pai. A primeira partida foi com a Ísis, ganhei, por gentileza. A terceira, com a Ísis, resolvi não ser gentil - que na maioria dos casos é a figura da falsidade -, ganhei sem dar cheque mate, ela perdeu por falta de opção de jogo para 7 peças que sobrou em seu jogo. A quarta partida perdi, mas construi um grande cheque mate; honestamente como um "mestre" precisa fazer com alunos esforçados.
Voce já deve ter notado minha estonteante preferência pelas meninas, em todas as instâncias, inclusive no sentido sexual. Mas sexo COM teoria é uma situação muito vaga para a maioria das meninas atuais, de qualquer classe social, então geralmente nem conto com esta perspectiva, o que me faz, muitas vezes, não selecionar nenhuma por motivos de preconceito ou proibições em geral. Ratificando, portanto, antes do ato sexual, todas as formas de afeto, para mim, são válidas. Durante o ato sexual, o afeto precisa ser um, desde que seja a união possível de todas formas afetuosas de querer, e também, sem excessão, nenhuma forma de desafeto. Depois do ato sexual, o afeto é a certeza do próximo ato.
Espero que minha resposta "complexa" satisfez suas perguntas.
Beijo (rss, para municiar meus oponentes).

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir, em nome do Pai do Filho e de todas as garotas, todo afeto do universo, indispensávelmente e que não fechem as cortinas,abraço.

Devir disse...

As cortinas, portas e sorrisos, ok?
Impensávelmente, e que sejam elas também Bem canalhas, rss, porque a briga não é entre nós, que podemos ainda brigar por direitos e deveres!, e todas elas são fundamentais para dosar afeto, o pé no chão, a contundência para não haver vítimas chegadas desavisadas no NOSSO devir, onde nunca é muito entender como mentiras tomam o lugar de mentiras.
Claro que precisamos da juventude, e, se possível, muitas crianças com capacidade ainda de pensar.
Sem pensar age-se por diversão, e creio que devir é assunto sério, rss, vamos abraçar

Devir disse...

E a diversão é reação de matilha, toda coletividade circunstâncial, e às vezes a mais preocupante, a coletividade espontânea, por exemplo, aquelas reações em cadeia logo após um gol "roubado" ou um "frango fora de hora" ...
São inúmeros exemplos.
Enquanto haver euforia, de "balada", ninguém "pensa".

Pensar, principalmente em meio ao furacão, a sensação de terror é preciso ser evitada. Tome outro exemplo, porque é onde a reação de matilha toma aspectos realmente aterrorizantes, no ensino e na política.

No ensino, assim como pensam que o sucesso(?) do Brasil no futebol é devido a quantidade de campinhos de futebol, tentem pensar como almentar, mais que a medida do máximo esporte brasileiro, a quantidade de escolas e com a educação livre, e competente porque livre, como ocorre o fenômeno dos craques da bola.

Na política é ainda mais simples e, ao mesmo tempo, pavoroso, pensar em planificar todo político pela ética, rss, começando pelos salários, é claro.

Exemplos de soluções que vão bater de frente com a ideologia das reações de matilha.

Nosso devir, também, antes de tudo, precisa evitar essa tal coletividade; mesmo que exista também variados exemplos positivos, etc. Então, óbvio, nosso devir não pode se restringir tão somente ao meu blog.

Grande abraço, Luciano

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir,as pessoas precisam ter muita arenção e cuidado com o emprego das palavras afeto e afetar, para que com determinados "tipos de afeto", não venham contaminar, outros, sobretudo aqueles que ainda não atingiram a maturidade e tem na pressa de viver a plataforma para seguir, sabe-se lá se em frente. Então quando lançamos as sementes aleatóriamente, alguns frutos podres pode chegar à nossa mesa, pessoalmente busco ficar atento a interdependência entre todas as coisas,homens/animais/plantas e os blogs, tudo repercute, reverbera e se encontrar uma rocha, retorna, seguimos cuidadosa-mente, respeitosa-mente, grande abraço.

Devir disse...

Claro como no ser tão da minha Terra!!!
Lembra o brinquedinho cégo:
dá-se corda, e se encontra resistência, bate e volta, até acabar a força.
Obvia/mente tal serzinho(a)
jamais vai ser Deus, compará-lo, "sua vida", aos recalcitrantes do Blade Runner, é muita gentileza.