domingo, 8 de novembro de 2009

Adeus Withe Rabbit

FELIZ ANIVERSÁRIO

"Então, como se todos tivessem tido a prova final de que não adiantava se esforçarem, com um levantar de ombros de quem estivesse junto de uma surda [vida?], continuaram a fazer a festa sozinhos, comendo os primeiros sanduíches de presunto mais como prova de animação que por apetite, brincando de que todos estavam morrendo de fome." Clarice Lispector

Vinte e um anos, ou século 21, e ainda não podemos trocar o espelho pela
interface.
Rss, então do que adianta atingir a maioridade se a maior parte do mundo ainda vive dentro das casas e ainda não fêz contato com o entorno.
Ao crescer, e ainda dentro de casa, somos obrigado a jogos virtuais, a plugs e nomes.
Às vezes até penso que Charles Darwin fêz tudo errado, e o humano está ao contrario do top da evolução.
Todo seu aparato tecnológico ou trascendência sobre a matéria não passa de tentativas fracassadas para conseguir a comunicação absoluta com o entorno de si mesmo.
Por exemplo, não é possível pensar, sequer imaginar, a forma como os animais irracionais interagem, sem as ferramentas da razão.
Então preferimos conservá-los em ambientes estanques, nomeando-os irracionais.
Eles, os animais, é que são irracionais, e ponto.
Talvez isto explica porque tanto pavor aos extraterrestres e tanto désdem aos intraterrestres.
A Terra dominada, ou a casa entediada, o entorno, apesar de desejado, inatingível, e assim a indústria material ou cultural vive, de espelhos e sombras, feliz até que na morte se separe.
Ilusão de desespero ou superestimada esperança, seja material ou somente um gesto efeito de intenção, não creio que voce precisa apenas disso.
Não creio, rss, que para eu me transcender por voce, preciso ter sempre um "gelól" à mão.
Mas se estou errado, meu anestesiante de suas dores do mundo, portanto, agora, seria ter baixado o filme Existenz, feito uma cópia, encontrar seu paradeiro e lhe presentear, na mais sutil e irracional esperança de que é possível viver sem respostas porque não adianta haver questões, enfiando o desespero no saco e devolver para Deus.
Nem morto!!!
Não se trata de preferência de apego, mas então, aí, é a Terra, ou a natureza, envez de nós, tão somente, que preciso conservar, porque sem Ela, não poderíamos... o que agora, para fazer sentido, podemos.
E voce, mais inclusive do que eu, precisa saber, o que estou fazendo.

Não contemple o futuro como o tempo depois, se ele não é agora, não existe, assim também não desdenhe o passado como o tempo de antes, porque se não estiver presente, neste momento, nós sequer existimos. Existimos?
Espero que ninguém mais - como ocorreu, e ainda ocorre, infelizmente, exemplos extremos de racionalidade durante "guerras e pazes" do milênio passado - careça ou seja obrigado mais a experimentar os "microondas" da comunicação atraves do espelho.

One pill makes you larger
And one pill makes you small,
And the ones that mother gives you
Don't do anything at all.
Go ask AliceWhen she's ten feet tall.
And if you go chasing rabbits,
And you know you're going to fall,
Tell 'em a hookah-smoking caterpillar
Has given you the call.
Call Alice
When she was just small.
When the men on the chessboard
Get up and tell you where to go,
And you've just had some kind of mushroom
And your mind is moving low,
Go ask Alice;
I think she'll know.
When logic and proportion
Have fallen sloppy dead,
And the White Knight is talking backwards
And the Red Queen's "off with her head!
"Remember what the dormouse said:
"Feed your head. Feed your head. "

9 comentários:

432 disse...

Obrigado. Mesmo!
gostei do texto e da música muito mais.

obrigado por tudo.

pianistaboxeador21 disse...

Volto com tempo para comentar.
Abração

Adriana Godoy disse...

Devir, sempre passo por aqui, mas sem deixar comentários, pois não sei muito bem o que dizer. Esse post deixa a pergunta sem resposta,embora indique um caminho. Penso que o futuro é sempre agora, o passado é o que eu sou hoje. Então, vamos caminhando, às vezes com os olhos voltados para o céu e outras, para o inferno. beijo.

Devir disse...

AGod, é um enorme prazer tê-la
aqui, neste mundo virtual.
Nesta foto, voce me lembra
minha própria selvageria, rss.

Ah, sabia que já derrubaram
O Muro de Berlin?

Beijo

Luciano Fraga disse...

Caroa amigo Devir, esta é uma questão que ainda me deixa inquieto:como somos os humanos, os racionais e modernos, os seres mais evoluídos quando superamos a cada dia os metódos e as práticas mais terríveis de selvageria que os homens pré históricos ou mesmo da Idade Média utilizaram? Homens contra homens, sem direito ao duelo em pé de igualdade é covardia.Forte abraço.

pianistaboxeador21 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
pianistaboxeador21 disse...

Bom cara, muito o que dizer. Em primeiro lugar, a linguagem. Muito boa. Ritmada, suingada, brasileira e, além disso, vc toca em feridas importantes, mas sem a empáfia e a caretice do erudito. Tb não se rebaixa ao ponto de dar tudo mastigado e explicadinho para o leitor. Feito um pescador vc joga o anzol e as idéias na água, quem souber captar que capte. é bom não subestimar o leitor. Quanto ao som, é mesmo muito bom jefferson airplane, a capa do meu primeiro livçro foi tirada de um disco deles.
Adeus white habbit, and white habit
Abraço

Devir disse...

Luciano, muito bom seu comment!

Respondendo direto, diria que 'não é uma fatalidade'!!!
Deve ser 'falha no vestibular' ou o ignominioso que o ser humano quer se ver ou é ontensivamente visto, rss, traduz uma 'ontologia de Deus', e se assim for, de fato, a religião é o ópio do povo, quando quem quer se ver irracional, nela obtém esperança, e para quem transforma o outro em perene irracional, uma anestesia.

"Homens contra homens, sem direito ao duelo em pé de igualdade é covardia." Talvez a inextensão desse conceito de igualdade entre os humanos, seja o fundamento dessa inexpugnável covardia.

Vou postar hoje uma idéia que possa iluminar um pouco estas trevas da covardia, que eu! não admito pensar seja escolha livre.

Será que existem escolhas livres, do corpo, do Outro, da sociedade, das interpéries do Tempo, etc.?

Grande abraço

Devir disse...

"Feito um pescador vc joga o anzol e as idéias na água, quem souber captar que capte."
Gostei disso, Pianista.
E se trocasse o infinitivo Saber, por, por exemplo, Poder, penso que ficaria literalmente irracional; e cancelaria qualquer hipótese sã.
Às vezes, ser pescado é uma dádiva
da metáfora.

"é bom não subestimar o leitor."
Claro, agradeço muito a lembrança oportuna, porque quem subestima, voce é um escritor e sabe bem disso, ao pensar que cativa, está inteiramente cativo e descontente.
Não é incomum confundir o gênio literário com vício ou patologia.
E, mormente, esta intensa confusão, faz com que o "miserável de visão apurada" se entorne nestas catarses pessoais.

White Rabbit, a música, na tradução mais honesta, aponta para estes tipos de 'atenção', porque o caminho com ou sem drugs, tem sempre o mesmo tamanho da 'escolha própria', é cheio de atalhos vantajosos ou naves prontas a servir ao preço da alma.

O caminho? Ninguém sabe, rss, posso dizer que começa quando nascemos e termina Nela.

Não há razão para pré/sentimentos, este é quase uma covardia, principalmente quando se transveste de preconceito.

Grande abraço