domingo, 1 de novembro de 2009

Dexisto porque Voce é preciso

À inesquecível Camila

"Se eu quiser falar com Deus..." preciso furar
os próprios olhos e seguir engatinhando,
apagar toda memória, não questioná-Lo e
não desenvolver esperança própria...

Se eu quiser falar com Deus Tenho que ficar a sós Tenho que apagar a luz Tenho que calar a voz Tenho que encontrar a paz Tenho que folgar os nós Dos sapatos, da gravata Dos desejos, dos receios Tenho que esquecer a data Tenho que perder a conta Tenho que ter mãos vazias Ter a alma e o corpo nus
Se eu quiser falar com Deus Tenho que aceitar a dor Tenho que comer o pão Que o diabo amassou Tenho que virar um cão Tenho que lamber o chão Dos palácios, dos castelos Suntuosos do meu sonho Tenho que me ver tristonho Tenho que me achar medonho E apesar de um mal tamanho Alegrar meu coração
Se eu quiser falar com Deus Tenho que me aventurar Tenho que subir aos céus Sem cordas pra segurar Tenho que dizer adeus Dar as costas, caminhar Decidido, pela estrada Que ao findar vai dar em nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Nada, nada, nada, nada Do que eu pensava encontrar

"Perdoe-me..." Pai e Filho, a razão dos nomes, juro
que eu sabia tão pouco quanto voce, quando
acertava tateando os móveis e imóveis da casa
para me equilibrar e crescer também...

Perdoem a cara amarrada, perdoem a falta de abraço Perdoem a falta de espaço, os dias eram assim
Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo perdoem a falta de amigos, os dias eram assim
Perdoem a falta de folhas, perdoem a falta de ar perdoem a falta de escolha, os dias eram assim
E quando passarem à limpo, e quando cortarem os laços E quando soltarem os cintos, façam a festa por mim
Quando lavarem a mágoa, quando lavarem a alma Quando lavarem a água, lavem os olhos por mim
Quando brotarem as flores, quando crescerem as matas Quando colherem os frutos digam o gosto prá mim

"E sei a vez de me lançar..." na sua vez, enfim
meu eterno filho e pai.

Para quem quer se soltar invento o cais Invento mais que a solidão me dá Invento lua nova a clarear Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz Invento o mar Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais E sei a vez de me lançar

2 comentários:

432 disse...

putaquepariu
gostei pra caralho.!
putaquepariu
mando bem.!

abraço

*sabe aquelas palavras que temos que escrever antes de publicar o comentário? ta escrito requiem. te lembra alguma coisa??

Devir disse...

Grande, Enzo.
Até que acordem, rss
antes do fim do mundo
gregos e espartanos não merecem
que ficamos bem
confortável, como
canôa solitária história antiga
rumando pela 'terra' da garoa.

Lembra-me natureza, demorô

Será que, agora sou eu
que pergunto, voce
lembra quando a fenomenologia
ocupava grande parte
de nossas baladas e
queríamos conhecer a origem da
intenção que provoca a percepção?
Que jamais conguíamos
saber o que provoca a intenção?
Ou conseguiremos
porque é um segredo do poder
que guarda o conhecimento
vulgo filosofia
a 7 chaves?
Então, consegui colocar a mesma ideia
com outra metáfora:
como portas que a galera
e a mãe do protagonista do filme
escolhem, e pagam bem caro,
porque tais portas são só pintadas
e cada um fica alí
pagando caro o mico
e confortando a "sociedade".

Grande abraço