segunda-feira, 13 de julho de 2009

Duelo de Gigantes; indivíduo x sociedade


Preciso Me Encontrar
Cartola

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.

Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer quero viver...

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra não chorar.

Se alguem por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar,
Depois que eu me encontrar...

Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer quero viver...

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.

§

SÉTIMA ARTE
A Vida Dos Outros - Quando voce descobre a vida de alguém, se não quiser ser visto tambem, se permita o preço à pagar, tenha paciência para esperar, a alegria pode demorar.

Analise esta frase: se lhe chamou a atenção as rimas, o filme de hoje, tanto quanto se se fizesse um filme de sua vida, voce vai assistir neutro, como se faz a maior parte do tempo, qualquer pessoa. Voce pode contar que assistiu apenas para todos saberem que tem assunto, no momento. Claro, apesar da neutralidade, voce pode incursonar por vários tipos de Arte, inclusive a própria sétima arte como oitava maravílha, e tornar seu ato de contar o que assistiu uma simpatia inquestionável e um prazer com estilo original. Tudo isso pela melhor hipótese do que qualquer ser humano é capaz; não ter ônus algum por viver sem suas próprias escolhas. Mas, voce pode também ser contra ou à favor, reler a minha frase, entendê-la um pouco mais, pagar imediatamente o preço de sua escolha, com a sensação que vier. Fazer nossas próprias escolhas ainda não merece o sentido de Liberdade. Como jamais seja Amor, escolhendo, esperando, determinado resultado.


§


SEMPRE É BOM LEMBRAR:
Cegueira (punctum caecum) da "consciência"
Notas - Maio de 1960 - O visível e o invisível - Maurice Merleau-Ponty
Editora Perspectiva

"Aquilo que ela não vê, é por razões de princípio que ela não o vê, é por ser consciência que ela não o vê.
Aquilo que ela não vê, é aquilo que nela prepara a visão do resto (como a retina é cega no ponto de onde se irradiam as fibras que permitirão a visão).
Aquilo que ela não vê, é aquilo que faz com que ela veja, adesão ao Ser, sua corporeidade, são os existenciais pelos quais o mundo se torna visível, é a carne onde nasce o objeto.
É inevitável que a consciência seja mistificada, invertida, indireta; por princípio; ela vê as coisas pelo outro lado, por princípio ignora o Ser e prefere o objeto, isto é, um Ser com o qual rompeu, e que coloca para além dessa negação, negando essa negação - Ignora nela a não-dissimulação do ser, a Unverborgenheit, a presença não mediatizada que não é positivo, que é ser dos confins "


§

Ao Devir
A oposição original aconteceu entre Matéria e Radiação, antes dos nomes.
Evolução é partida ao infinito, que alguns crêem, outros não. Voce acredita.
Voce e Outros sequer se revesam, quando identificados, e sequer se confundem,
quando compõem uma força. Ainda assim, ressentimos a verdade:
Ninguém criou o mundo. O porvir é outro devir. A compreensão da estética
parte do estado nervoso de cada pessoa. Isto é música, poesia, cultura, moral, descobertas, etc.


À Camila
No céu não existe corpo. No inferno não existe virtual.
Viemos do céu e depois voltaremos, quando o corpo se desfazer.
Aqui estamos, o céu e o inferno, em acordo, mediadores
de rivais, em um jogo eterno. No final, só saberemos
que o céu é vencedor e perdedor, porque a experência
do corpo, marcou, para o bem e para o mal, o virtual.


À Anita
Troque os sentidos Céu e Inferno por Sanidade e Patologia.
O jogo toma formas obscuras. Às vezes de forma violenta
na origem das guerras, onde um cancer produz a aflição do soldado
que se viu sem armas, todo seu pelotão dizimado e o inimigo
às gargalhadas ao olhar de preocupação, aos suspiros abafados,
às expressôes sempre com um fundo de frustrações das marionetes.


À Mirse
Olhamos demais para dentro. Sobra pouca coragem de olhar para fora.
Não podemos comparar. Troque novamente, por Homem e Mulher.
Ele até suporta, sempre a princípio. Ela promete morrer primeiro.
Mas só depende do tempo do jogo. Ele sabe, ressente sua virtualidade.
Ela precisa do amor dele para existir mas se lixa para a sabedoria.
Ambos se cospem, invisíveis para o mundo, quando estão distantes.


À Adriana Godoy
Agora é Paz e Guerra em tres períodos da vida. Primeiro,
o flerte interminável entre conforto e desconforto, mesmo depois, segundo,
que seja decretada a supremacia do primeiro, a se preparar, terceiro,
para suportar a supremacia do outro. O outro não tem o corpo. O eu
exprime o melhor para o conforto, desfaz expectativas, não se movimenta.
O jogo jamais se interrompe, mas aparece nossa sensação de vasio.


À Cristiane
Vida e Morte em comunhão de bons e maus a formar uma unidade:
a Humanidade. A vida deixa de ser bela. Ela se enaltece na poesia.
Esta não pode existir sem alusões à tristeza de uma suspeita:
O mundo não nos pertence. Virtualidade e invisibilidade se confundem.
Pensamentos são tão somente virtuais ecos de vida inexistente.
Só sensações determinam a inexistência da morte. Enganos refletidos.


À Zana
A Teoria e a Prática de mão dadas em sentidos opostos, prontas,
sempre a um passo de solucionar o jogo. Cada peça, cada ser humano,
cada atitude convoca seus adversários à altura. Não vale trapaciar.
O erro não é humano, é soberba, luta contra si, se preciso. O certo
não se mete em confusão, não se discute sequer o ser e o nada.
Ser atolado no nada é o mesmo que o nada atolado no ser.


À Márcia
Só é possível conviver com Verdade e Mentira na neutralidade. Sonhar
acordado desde que não importe fechar ou abrir os olhos. Diferenças
são impactos físicos como a luz é a razão das cores na superfície.
A luz do Sol portanto é a mesma da luz Artificial. Nada para discutir.
Tudo se soma, se subtrai. Dividir ou multiplicar são subordinações
de circuntâncias que dependem dos paradgmas sonhados de sempre.


Ao Luciano
Um gigante não cai. Relaxa
porque seu adversário não sabe.
Relaxados ambos se olham. Sabem
que o apocalipse é papo de fresco.

O adversário permanece no jogo, joga
e boceja, enquanto gigante divaga.


Aos outros(as)
Coragem.
Felicidade.
São possíveis e
não são a morte.

12 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo, meu coment desta vez foi lá no meu blog, confere por favor, grande abraço.

Devir disse...

Luciano
Quero ficar com a primeira impressão, a que diz que voce quer, copiando meus textos no seu blog, quer talvez todos venham a ler.
Muito agradecido.

Lembro daquele grande muro no filme The Wall. Só depois que eu enlouquecer, meu espirito em sobrevôo, verá o muro explodir.

E a última impressão, é a esperança que voce não esteja fazendo o papel de caaronte.

Grande Abraço

Anita Mendes disse...

devir, me senti envaidecida de certa forma. gostei disso aqui!
beijos par ti.
ps: vou vir te visitar mais vezes.

Luciano Fraga disse...

Caro amigo, dei muita risada sozinho, você é demais viu camarada, quase um infernal(rs), abraço.

Anita Mendes disse...

"onde um cancer produz a aflição do soldado
que se viu sem armas, todo seu pelotão dizimado e o inimigo
às gargalhadas ao olhar de preocupação, aos suspiros abafados,
às expressôes sempre com um fundo de frustrações das marionetes."


tava aqui dando gargalhadas sozinha com as suas interpretações (a meu respeito)...
e o pior que é verdade!
;)

Anita Mendes disse...

a respeito da minha poesia quer dizer....

Devir disse...

Como foi difícil encontrar voce aqui, Anita.

Não sei
talvez voce seja mais do que isso

Sou brincalhão, reconheço
em acampamentos, e como lembro, rss
costumava acordar no 1º dia
com a cara fechada
mal dizia Bom Dia
com um facão na mão
uma garrafa de água
sumia...

Talvez voce seja a única
que eu devo explicar o que disse
sobre atacar uma representação
e jamais o Ser em si de cada um

Mas vai ficar para a eternidade
o nosso devir
que pode ser ainda hoje

Voltando do trabalho
ouvi um história de vida divertida
a minha forma de estudar a vida
o cobrador dizia ao motorista
"lembra o tal? o médico lhe deu só mais 3 meses, doença de chagas"
o motorista respondeu
"e ele morreu?"
"comprou um astra para ficar para seu filho, e não morreu"
"e daí?"
"devolveu o astra"
Aí, óbvio, eu intervi
"o tal pisou no tomate"
o cobrador me olhou e disse
"mas ele já tem carro"
"eu compraria um avião e deixaria para o meu filho"
Silêncio geral, cobrador, motorista e passageiros, atentos
"o tal agora vai morrer, não devia devolver o astra"
silêncio mais pesado, minhas têmporas acionam o mecanismo de defesa para não suar, os dedos dos pés se enrigessem dentro da bota, respiração bem lenta, meus olhos procuram sintonias mais finas, uma moça de chapéu trançado, sorri
"a morte é um convite que aceitamos mas jamais devemos comparecer, faça-se bom uso da soberba natural..."
O ônibus quase atropela o da frente

Devir disse...

Grande, Luciano

Nada melhor que seu comentário
para assistir o Flamengo e Palmeiras na Band, hoje

Amizade é coisa rara
se voce achar, eu compro
pago preço de amigo

Oh mas amigo di verdade
daquele que a gente se encontra
até no inferno

Ah sou santista desde 1969, antes
torcia pro Botafogo, uma marvada estrêla na cabeça de criança

Demorei, só o Santos ganhava
fui ver Marília e Santos
à noite, um monte a zero p Santos

Na copa de 70, pronto, aprendi
virar a casaca, nem fodendo
parto agora se preciso ao inferno

Anita Mendes disse...

" e vai ficar pra eternidade o nosso devir..."
beijos pra ti,
Anita

Devir disse...

"A razão é a mesma. A verdade é a mesma. É o que nos salva, ou que pode nos salvar, pelo menos relativamente, pelo menos parcialmente."

Preciso continuar, Anita?

"É o que nos liberta de nós mesmos. É o que nos abre aos outros e a tudo. É o que nos permite juntar o relativismo ao universalismo, a pruralidade das culturas e a unidade do espirito, enfim a multiplicidade dos povos e a unicidade da humanidade. Fidelidade ao verdadeiro primeiramente: fidelidade à razão, ao universal, às Luzes."
André Comte-Sponville
do livro Sabedoria dos Modernos

Este é o Devir!!!

Beijos

Mara faturi disse...

MUITO PRAZER DEVIR...
ADORANDO FLANAR POR AQUI;)
OBRIGADA PELA VISITA, VOLTE SEMPRE...
BJO

Devir disse...

Uuuuh! que bom
mas estou de saida
entrei só para verificar
se o mamute vai estar lá aonde
me passaram uma dica; ossos da sobrevivência.
Volto algumas horas...

Beijo