sábado, 25 de julho de 2009

Orelhas de burro


No post anterior encontrei nomes melhores, com aparências de difinitivos para tentar entender, sensações semelhantes e divergentes, e absolutas, como Bem e Mal, Força e Fraqueza, Belo e Feio, Amor e Ódio, Claro e Escuro, Objeto e Sombra, etc., etc., etc., em um Descer e Subir AD FINITUM; talvez tudo leve a crer que descobri a América. E tenho consciência desta tolice, ao contrário da Maioria e da Minoria, que descobrem quase todo dia, a mesma ad finitum.

Neste post, queria encontrar nomes melhores para Simetria e Dissemetria, queria nomes, já que não se pode mais, as cavernas ficaram para o passado, nomes mais livres e em expansão permanente, nomes apropriados para simultaneamente agradar rios, esta tão cara imagem emprestada aos filósofos antigos, águas que ignoram qualidade, águas inocentes, e morrendo.

Queria, porque estou ficando repetitivo; não existe um meio humano em que se possa viver sem às vezes pensar que os dias se repetem, que o sol 'ainda' é o mesmo, que nasce(!) no leste...

Outra; é óbvio que é muito chato, saber de correlações entre nomes, entre nomes e números, entre nomes e sensações, nomes e imaginação, nomes e existências, etc., etc., etc.

Mais outra; a quem mais interessa o saber se não ao utilitarismo? Por exemplo, este nome horrível, se correlaciona com Militarismo, mas não apenas no som de terror; incapaz de divertir uma criança.

Por essas, e por outras, que afirmo meu propósito, repetido à exaustão, até que me entendam:

Nessa porra, pelo menos, podemos escolher as palavras, podemos deixar de ser tão submisso aos costumes e intintos dissimulados, que se fazem passar por naturais!!!

SÉTIMA ARTE
A Sociedade dos Poetas Mortos - Pude vislumbrar o 2 a questionar a linguagem digital.

LITERATURA
Como surgiu o livro O homem e sua sombra?
Um dia, de repente, veio uma frase estranha na cabeça: "era um homem com sombra de cachorro, que sonhava ter sombra de cavalo". Fui anotando aquilo com curiosidade, sem saber no que ia dar. Quando fechei o processo, me dei conta de que esse é um tema que existe no folclore do mundo inteiro, e que nem a psicanálise esgota. Pois trata da duplicidade, da ambiguidade que circula na cabeça das pessoas, sobretudo na sociedade esquizofrênica em que vivemos.

Esteticamente, o senhor se considera vinculado a alguma tendência ou escola?
Ao longo da vida, participei de vários movimentos sem ter assinado nenhum manifesto ou cartilha, mas sim, dialogando e criticando, pois essas organizações acabam tendo um cunho religioso. Seria muito fácil se eu entrasse em um partido político, em um grupinho literário, se pertencesse a uma tribo. Isso tem um preço muito caro. Você entra para um partido e acaba virando sacerdote. Entra para um movimento estético e termina messiânico. Sempre fuimuito vacinado contra isso. E hoje continuo nessa batalha, fazendo a crítica de uma certa arte que se chama contemporânea. Sou contemporâneo, por isso critico o meu tempo.

A arte que o senhor critica seria uma fuga do aqui-agora?
A coisa é complexa. Contemporâneo é uma palavra ardilosa, imprópria, que é utilizada de forma equivocada e maquiavélica. Como quem diz: "eu estou salvo e você está condenado. Eu estou do lado do futuro e você, do passado. Eu sei fazer arte e você não sabe". Um dos equivocos está no adjetivo: a arte contemporânea está tão preocupada em ser contemporânea que esquece de ser arte.
http://quadro-magico.blogspot.com/2009/05/entrevista-affonso-romano-de-santanna.html

FRASE DOS OUTROS
"Talvez tenha sido esse o momento mais difícil da humanidade frente aos seus excrementos, o clímax entre o Homem e sua sombra animal.
Tivemos que trazer a bosta para dentro de nosso próprio lar.

Para que isso fosse possível, bastava que jamais assumíssemos o verdadeiro fim do aposento que covardemente, eufemisticamente, chamamos de banheiro.

Sim, meus caros, para não dar nas vistas, inventamos o chuveiro, a banheira, a higiene bucal, o secador de cabelo, o rímel, o blush e o batom, a acne e os tratamentos antiacne e todas as outras coisas para se fazer ali.

Além disso, criou-se um arsenal para se disfarçar o cocô: sprays com odor de rosas, sachês que deixam a água da privada azul, verde ou rosa, exaustores, bidês e papeis higiênicos perfumados.

Ali, naquele ambiente cientificamente controlado, podemos aliviar as nossas necessidades com o máximo distanciamento possível.

Após dar a descarga, nosso cocô é mandado para esgotos submersos, que desembocam em rios que vão dar lá longe no oceano.

Sanamos o problema por enquanto, mas é só uma questão de tempo.

Todo esse cocô está se unindo, formando o maior movimento underground do mundo.

Nossas cidades, nossos países estão boiando sobre rios de merda.

Fala-se muito no fim do petróleo e no fim da água, mas não será assim que nós morreremos. Numa incerta manhã um cidadão dará a descarga e, como na piada, ouvirá o estrondo: o subsolo, entupido, explodirá.

A verdade, reprimida por séculos e séculos, emergirá.

Só nesse dia todos perceberão o tamanho da cagada em que nos metemos desde o dia em que resolvemos sair da floresta.

E não haverá sachê nem bom ar que dê jeito.
Como se sabe, só as baratas sobreviverão.
Leia mais: http://www.releituras.com/antonioprata_privada.asp

§

Inseparabilidade radical de teoria e prática
"Trago os exemplos acima para mostrar o entrelaçamento dos três elementos inseparáveis da proposta de investigação - o discurso da mídia, o depoimento de um grupo em situação de recepção e o tratamento de questões relativas aos "murmúrios" e perigos de nosso tempo.
Como escrevi em outro texto, trata-se de assumir, sempre, a radical inseparabilidade entre teoria e prática, entre o conceitual e o empírico.
Penso, a partir de Foucault, que os discursos e todas as normas e regras institucionais - nos mais diferentes campos de poder e saber - são sempre e por definição "práticos"; sendo assim, o trabalho investigativo, a própria tarefa da filosofia, a responsabilidade do pensamento crítico é justamente "analisar as práticas em que aquelas normas realmente figuram e que determinam espécies particulares de experiência".
Dessa forma, assumir a posição de quem apenas descreve, mostra ou aponta um modo de existência "x", um acontecimento "y" - como muitas vezes fazemos questão de afirmar, com tanta cautela, em nossos projetos -, a meu ver, não nos exime per se do compromisso nem da crítica.
Obviamente, o modo pelo qual entendemos tanto o compromisso como a crítica precisa ser bem explicitado.
Se não estamos usando o ponto de partida da hipótese repressiva
6 - de que as coisas sucedem do jeito que sucedem porque alguém ou algo não nos permite fazer determinado gesto ou ato, porque algo nos tolhe e reprime, e assim o único modo de enfrentar a ordem repressiva é negá-la, destruí-la, tomar posse dela -, então é preciso tornar claro para nós mesmos que não se trata de denunciar a alienação e a mistificação, nem de, como nos ensina em grande parte a teoria crítica, teorizar apontando sempre para uma intencionalidade prática.
Mas, então, de que se trata quando defendemos que a teoria não se desvincula da prática?"

2 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo, tenho tentado exaustivamente desdobrar minhas orelhas de burro causadas por puro desleixo, sou apenas um razoável zelador, não sou mensageiro.Nosso drama reside na inquietude provocada pelas identidades que criamos e assumimos nos diferentes momentos e ambientes, e na convivência com esta dualidade ou trivialidade ou multiplicidade não aceitamos nós mesmos,nem nossas sombras e nos perdemos num emanranhado de idéias, muitas delas do que não somos, mas como disse o Morfeu: "o que é real?"Pensamos e não praticamos,praticamos o que não somos,não sabemos o que somos, nem o que pensamos que somos, esta é a confusão, onde estamos mesmo? Isso aqui é muito bom, que exercício de prazer mestre, grande abraço.

Devir disse...

Com certeza, é um prazer.
Mais prazer ainda são tais questionamentos. Existe um comercial atual da operadora Tim, que ilustra bem o valor destas perguntas. Então complementei a idéia, dizendo que, quanto mais perguntas temos a fazer, melhor ficará para as respostas nos encontrar.

Grande abraço