sexta-feira, 10 de julho de 2009

Milagres dos artistas



À comunidade:
Cartola, milagres não precisavam receber nomes... Porque sua História não carecia do esquecimento, e sua música não seria menos tocada que qualquer uma excretada por debilóides funcinários público de privadas gravadoras.
"Queixo-me às rosas, mas que bobagem, as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam, o perfume que roubam de ti"

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E atenção, atenção: já está liberado o direito à comentar posts passados, basta possuir o requisito essencial de obedecer ao tempo; chuva da semana passada não mata mais a sede, mas foram indispensáveis para nossa economia de comoções.
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Para relembrar o post...., que surtil menos efeito do que o bater de asas de borboleta.

Para minha querida, Marcia

Ele, Deus, acreditou em si
jogado no próprio caos
jamais esperou sua salvação.

Quem precisar buscar em dicionários o significado de Moral, vai precisar, portanto, ler Genealogia da Moral, de Friedrich Nietzsche.
As chances são enormes de não precisar jamais prestar atenção simultânea para o mais ínfimo, nem o mais grandioso lance da vida.

Muita gente vende até a alma para conseguir esta "salvação"*.

Disconfio que o mercado, desde os tempos da simples troca para sobrevivência, até hoje, se baseia neste anseio pela desatenção total.
Por favor, não esperem que eu mastigue o significado de Moral, fazemos isso o tempo todo, conscientes ou não.

Igualmente temos o significado de Verdade.

E ambos, são vomitados a todo instante, pela espécie humana(sic)!, pouco tempo após nascer até o último suspiro.
Feito palavras funda-se o que conhecemos, inclusive esse outro significado inexpugnável: Conhecimento.

Até aqui, portanto, é meu limite, para não aborrecer o leitor que, consome blogs como se fossem os mesmo veículos, encontrados como remédios e cachaça, de comunicação; riqueza, sexo e fama* para se obter qualquer poder extraordinário para a sobrevivência do Ser, diante da onipresença do Nada**.

Suponhamos que, para a sobrevivência do Ser, ao contrário do Nada, exige-se critérios.
Então a Moral é o que seleciona tais critérios.
Creio que nem preciso dizer, já dizendo: é impossível Ser sem o Outro.

E qualquer Outro há de possuir critérios semelhantes enquanto existente.

Posso dar um exemplo absurdo: uma pedra fumegante lançada por um vulcão, um de seus critérios é, que além do natural ser pedra, está muito muito quente.
Outro limite, uma escolha que me imponho: não se ensina filosofia, aprende-se.
O exemplo da pedra até então parecia absurdo, aprofunde-se mais um pouco, ao invéz da pedra, pense um indivíduo.

Pense, se isso já for possível neste século, todos os critérios que todos indivíduos possuem tão somente por "ser natural"**.

Não tenha pressa, pode levar um longo tempo, depois pense todos critérios relativos ao "aonde estar", e, muito depois, pense os critérios do "ser artificial"***.
Finalmente, repito, para justificar a impossibilidade de descrever o significado de Moral, todo significado toma como base inúmeros critérios, e a espécie humana(sic) não tem, disconfio que mesmo se tivesse, vida média para tanto: pensar, entender e operar atravez de tais critérios. Evite de pensar, agora, contudo imagine, quais são os critérios para erigir um sentido(?Moral) que funda o que seria o melhor sentido para tudo.

Não estou fazendo apologia da desatenção total, da ignorância, da violência, da droga, etc...
*Alusão ao filme de Win Wanders,
** visibilidade.
*** tanto material quanto imaterial.

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METÁFORAS DA VIDA
À Dnyelle, na vida real
(E a voce, Pretinha, espero que esteja lendo)

Quando deixei de ser criança, transfomei-me em algo quase inominável - todo nome, logo se torna decisão precipitada, quando o objeto de conhecimento é o ser - e deixei também de se apaixonar por professoras lindas e gostosas. Eu precisava de algo mais, então percebi que as psicólogas lindas e gostosas seria uma boa evolução. Trai várias, principalmente com filósofas lindas e gostosas. Muito tempo depois, logo antes deste algo em que sou - pássaro em viveiros de aves domésticas que só agrada se for um pifel (irrecusável!!?) em pratinho de plástico servido à beira de estrada no meio da sua viagem - e prefiro, mesmo sem qualquer valor para pagar pela preferência, as mulheres incaracterisáveis, sublimes e gostosas. Devido à experiência, este adjetivo se tornou raro e caro. Se antes não refletia sobre tal qualidade, agora tenho todo o tempo do mundo, e todas as mulheres porque não existe nehuma igual à outra, quanto mais escapam de seu estado natural. Estas, maldita naturalidade trivial, deixar-me iam já no início, portanto, não existe preço, quando voce dispõe oferecer a própria vida por quem só me deixará no último instante de sua lucidêz. Só o que fode a minha felicidade é não arrumar alguem que patrocine, que não me lembre o tempo todo, em silêncio ou em gestos inexpugnáveis, que posso morrer, solitário, a qualquer momento. É pelo menos o mínimo que uma mulher gostosa precisa conter na cabeça para encerrar minha busca renitente.

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Passagem do meu livro em andamento.

Os primeiros quatro anos, lembro porque logo que me revelei, destaquei-me da condição natural, interroguei-me: o que fui até este tempo? Lógico que tomei como parametros meus irmãos e os meus companheiros ainda não se revelados. Lembro que fiquei com uma sensação estranha, como algo que vai se repetir ao longo de todos os tempos, como se aquele tempo em que estava, não era o primeiro, e o que eu fazia, farei sempre. Mas, felizmente, tive já consciência, que só tinha acabado de chegar ao mundo, tinha somente quatro anos, e pouco sabia ainda sobre isso tudo. Aquela foi talvez minha primeira sensação forte, diferente da dor, da fome e do abandono onde as aparências enganam, do preço que a vida vai cobrar a todo momento, para me recompensar, caso consiga pagar cada valor, decidido alhures, ou, caso não pague, para me recobrar, cada vez mais, para que os juros da causa possa sempre abalar a minha conciência, para jamais esquecê-la. Tomei consciência, de repente, lembro que foi a primeira, sem saber como ou o por quê e para quê; claro que tornou muito mais interessante viver, mas não foi uma escolha e nem necessitava, portanto não deveria haver ônus. Quem comanda isso? Na época, procurei debaixo até de coisas ínfimas; debaixo dos sapatos do meu pai, debaixo dos cestos de lixo, debaixo das coisas escondidas dos meus irmãos, debaixo do corpo nas raras vezes que minha mãe deitava.
Ainda neste ano, era 1964, lembro que descobri algo que produziu minha segunda forte sensação, bem maior que a anterior. Sem saber qual seria a celêuma que ocorria na minha família, fiquei olhando por horas a porta aberta, a luz de fora de repente se tornou sublime, coloquei-me a rir, rir à tôa, então, sem querer, soltei uma gargalhada; imagine uma criança de quatro anos soltar uma gargalhada do "nada" em plena guerra mundial, todos ficaram em silêncio, óbvio, eu me levantei e sentei na soleira da porta, juro que ouvi I've put a spell on you, era uma manhã de sol, o jardim, não havia reparado antes, se tornou maravilhoso, não lembro o que fiz à partir deste instante, creio que me joguei feito um avião e rodiei a casa, creio que houve outra espécie de tempo, outro tipo de tempo intercalado ao tempo maior que então ocorria, volto a lembrar com exatidão no momento que percebi a minha família inteira, menos meu pai e meu irmão caçula que dormia, obsevando-me como se eu fosse um cachorrinho; meus tres irmãos mais crescidos se divertiam exageradamente diante daquele quadro e que minha mãe logo me repreendia; eu estava comendo algumas pétalas de uma rosa cor de rosa que ela mais adorava. Ela me levou de volta para dentro de casa, meus irmão riam, o mais velho pegou o resto das pétalas, olhou e soltou ao chão como se fosse algo insignificante, o segundo quase se cagou de rir e o terceiro pisou minuciosamente cada pétala, conferindo e comparando os resultados de cada esmagamento. Inaugurou-se então nova sensação forte, repito, diferentes das comuns, foi a segunda, muito maior em relação à primeira, e esta desencadeou um inúmero tão grande de sensações menores, mais fracas, sem causas visíveis, e, que são como armadílhas, talvez porisso, ignorei-as, para refletir sobre a maior.
Como é impossivel refletir sem questionamentos, lembro, questionei-me severamente: o que foi aquele tempo lá fora? O que ocorreu para que tivesse um desfecho tão repugnante? O que pode ser pior que o tempo de guerra que ocorria?
Lembro que lentamente fui recordando o que ocorreu naquele tempo/intervalo, eu tentava entender uma frase que meu irmão mais velho dissera, antes da bagunça generalizada que a guerra provocou, ele conversava com o terceiro, dizia algo sobre uma borboleta quando bate asas em um lugar qualquer, não importando quão longe seja, causa um efeito em outro lugar, porque causa efeito em todos os lugares. Eu não sabia o sentido daquela frase.
Enquanto a guerra acontecia, antes pensava que indiferente a mim, eu procurava o sentido daquela frase com o olhar por toda a sala, procurava nas expressões dos rostos e nas palavras deles, procurava reunindo todos os meus pensamentos e não encontrava o sentido. De repente olhei a porta aberta, a luz invadindo o escuro da casa, deduzi que o sentido talvez esteja mais longe, talvez esteja após a porta, e ela estava aberta naquele instante

6 comentários:

Marcia Barbieri disse...

Você escreve muito, demais!!!! Queria ser mais assídua aqui,mas ultimamente ando sem tempo.

beijos e obrigada pelos comentários

Devir disse...

Acordei ao meio dia, com minha mãe dizendo que o almoço estava pronto.

Depois liguei o computador, juro, apenas para conferir se havia comment seu. Ainda não havia, mas sabia que não demoraria. Desliguei.

Assisti ao filme Vidas em Jogo. Não vou contar. E, como no filme, estava à parte do que acontece.

Termindado o filme, corri aqui e encontrei voce, nesta foto que me recorda tantos séculos que ainda sequer presenciei, e seu comment.

Obrigado pelo elogio, foi muito refrescante, rss. Volto a esperar que consiga encontrar seu tempo.

Beijos

Luciano Fraga disse...

Caro amigo,a pressa atrapalhou(leitura superficial),aguarde-me, abraço.

Luciano Fraga disse...

Caro amigo,penso no caráter de certas verdades,afinal o que é verdade?Será que seria a minha, a sua, a de outrem?Seria um delírio sussurrado nos ouvidos da namorada(rs), ou seria acreditar em frases de efeito dos livros da estante? São perguntas dispensáveis para ti que conhece e muito do riscado,mas o Sr. F.N. diz: " as submissões às leis da moral pode ser provocada pelos instintos de escravidão ou vaidade,egoismo ou resignação e outros, assim se agimos de uma forma moral, não é porque somos".Então parece-me que para mudarmos nossa forma de negar a moralidade, talvez seja modificando a forma como enxergamos a manifestação dos fenômenos,seria um caminho? Grande abraço.

Luciano Fraga disse...

Caro amigo, seu livro, estou acompanhando atentamente, incrível que tenha conseguido relembrar de episódios bem velhos(quando criança), com idade de quatro anos,venho imprimindo as páginas depois vou reler com mais calma para ir juntando, muito interessante a forma como vem conduzindo, sem ser autobiograficamente chato, abraço.

Devir disse...

O sr. FN, rss.
São tão "culturais" que até possamos pensar que não seja instintos. Veja o tigre; até parece que tem razão em ser vaidoso. E teria mesmo, se os instintos não precisassem ser recalcados para se ajustar à Moral.
Veja também o Homem, os racionais por consciência, conseguem até se sentir um tigre e ! não se parecer vaidoso. Tal mudança foi bem sacada, grande Luciano.
Quanto ao meu livro, voce também é incrível, soube muito bem resvalar naquele ditado do sábio que aponta a estrêla, e se sair bem. Mas cuidado, ontem mesmo comecei a lembrar o ano de 1969.