domingo, 3 de janeiro de 2010

Da substância de nossos sonhos


Ou voce é incrível ou é crível. Uma terceira pessoa em si mesma.
Quanto mais estreita este vínculo, mais o vento brinca com a janela.
Nessa terceira pessoa, voce entende das mensagem das coisas
Quase sempre, quando a luz se apaga, voce apaga e expira. E

Fica alguém incomunicável, apesar do imenso ruído do mundo.
Alguém incrível. E se olha no espelho, está nesse apartamento justo
Porque é linda, seus olhos azuis diz tudo embora não vê, ou vê
Sua permanência assim, uma beleza, invocada num segundo plano.

O salto sim, sobre o nada, arremessada contra uma vitrina, levantar,
Cair, rolar, olhar para o teto, para os lados, mais um passeio de Alice
No país das maravilhas, talvez, uma certa primeira pessoa, o eu?
Grita, meus Deus, então levanta uma perna, as mãos acordam, sorri ...

Saga Lusa - O relato de uma viagem

Como é crível e faz bem amar incondicional, sem fanatismo ou sublimação catártica.
Estava à toa nesta tarde do primeiro dia de 2010.
Minha janela incrível ventou sua vida sobre mim.
Logo aquele também incrível suor inalienável me tomou a direção do sentido da solidão. Voluntária?
Digitei seu nome para pesquisa/
apenas para estar com voce, ou seja você ou a Adriana Calcanhoto cantando as pessoas. Murmurei como se fosse ao seu ouvido, um sim, um sopro, apesar das portas e janelas veladas e tudo bem: "Que viagem".
Não observei, excitado, nem as datas, o tempo registrado, instituído, lógico, crível.
Entrei no parque de diversão, rodei rodei o carrossel de textos e comentários, ao som e verdade da Bailarina.
Li: "em breve, o lançamento de seu livro, Saga Lusa".
Meu coração disparou: preciso preciso preciso preciso preciso
Precisei escrever, neste ano também, preciso, estar com voce, você ou a Adriana Calcanhoto.
Ler sua Saga Lusa, escrever, sem incomodar os móveis, os ventos, como miragens, multidões, nações e noções, para que assimilem e façam este amor possível.

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga tem ameba,
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Nem frieira nem berruga
Nem falta de maneira ela não tem
Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem
Um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida ela não tem
Ninguém não livra
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo que termina assim uma missa
Todo mundo tem
Um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem
Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem
O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem, todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem
Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem
Procurando bem
Todo mundo tem ...



4 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir,e de paisagens e ventos na janela seguimos em/com nossa solidão, que nunca diz nada, apenas canta em silêncio dentro de cada um de nós,quem não tem? Será que a bailarina tem?Vou atrás desse aí também, abraço.
PS-postei no anterior.

Devir disse...

Luciano, o espaço é tênue, e jamais vamos mudar isso
mudamos sim os anos, meses, dias, horas, e até o nome próprio das coisas do mundo
e o mundo continua o mesmo
uma História
que só muda por seleção natural

Rss, com certeza, também tem
e a como, por Deus
seja assim, antropofagicamente
ou

Forte abraço

Devir disse...

Ops, vozes impertinentes soam em meus ouvidos, exigindo explicações.
Seleção natural
da História = "seleção natural das espécies", quê?
Rss, Darwin falou da matéria que se casa tão bem com o espírito. Talvez por respeito, ou por tesão de viver, falo do espiríto que anima a matéria.

Tal Voz, sempre podemos amar, rss, lutar num ringue irrealmente nú.

Devir disse...

"Ou nús" - a Voz é inexorável, só pode ser de mulher. Não admite que o homem seja fraco. Que apareça nú se não for por ela.