terça-feira, 15 de setembro de 2009

Depois da Tempestade



ESCREVER TORTO POR LINHAS CERTAS

Por mais distantes que estejamos, não importando qual seja o motivo do alheamento do mundo - Internet, escolha própria, doença, ignorância, droga, presunção intelectual e mais todas as variações possíveis aos sete pecados capitais - creio eu, ainda assim temos que nos sustentar sobre universais estruturas de intersubjetividade: Verdade e Bondade para o que chamamos de sentido da espiritualidade, e Beleza e Amor para o que chamamos de sentido corporal.
De uma maneira ou outra, respeitando o tempo e lugar que vivemos, de acordo com o grau e talento que desenvolvemos, aquelas estruturas jamais podem ser omitidas.
Quando eu grito alucinado/desesperado contra Deus e o Ensino, é porque antevejo o resultado desastroso quando ocorrem tais omissões. E a única razão da minha desesperada alucinação é exatamente por saber que todo alheamento, fundamentalmente, é real; é produto da minha relação, física/espiritual, com os outros. Portanto, para dizer de maneira vulgar, não adianta nem morrer nem matar, porque qualquer gesto unilateral contra tal alienação será assimilado como mais distanciamento do mundo.
Neste instante do texto, todos, sem excessão, devem estar concluindo que a alucinação e o desespero atingiu estágio terminal, e que talvez nem mesmo um absurdo tratamento de choque elétrico ou químico possa recuperar-me para o bom convívio. A mesma conclusão de Pilatos!!!
A mesma decisão de Pilatos: um desespero sereno, racional, porém extremamente covarde.
E é tão evidente que estou também atolado até o pescoço(!!!) nesta alienação implacável, que minha vontade, no instante anterior do texto, dois parágrafos atrás, foi esmurrar tão forte a ponto de estourar este monitor, ou, graças a Deus foi o que fiz, ir até a cozinha xeretar o que cheirava tão bem na cozinha.
O mais agradável da Vida, sem dúvidas, é saber, dentre tantos motivos contrários à própria, que voce, neste instante total(tempo/espaço), pensa em mim, da mesma forma como sempre estou pensando em voce, não importando qual seja o motivo(!) com nossa intersubjetividade plena.
Em outras palavras, poeticamente: dentro ou fora, da gente ou do mundo, estamos juntos.
Assim, perdoem-me se acaso vêem presunção em nosso devir, Deus e o Ensino não estão a pecar, quando aprendemos que um "beijo" pode superar qualquer suposto benefício dos choques.


11 comentários:

Anônimo disse...

Te mandei o retorno por e-mail. Se não receber me avise.

Devir disse...

Neste instante ainda não chegou
minha expectativa é sobre a cozinha
exatamente onde fica toda área de trabalho virtual
Assim como considero os blogs a sala
e os orkuts(formas de) o portão ou a comunidade
e o quarto as salas de bate papo
etc e tal
ok, mãos a obra, querida, Roberta

Anônimo disse...

Esranho não ter chegado. Enfim, aquela na cozinha não sou eu. Dificilmente vai me ver um dia na cozinha. Nenhum talento culinário! rsss
É minha sobrinha. Gentilmente foi minha modelo naquele ensaio, que culminou em projeto de pesquisa.
Queria mesmo ruminar sobre esta estética viciada e hiper-fantasiosa da moda. Já viu algum AD de revista do Roberto Cavalli? Pra mim é o top das irrealidades! Por isso mesmo amo David La Chapelle!

Devir disse...

a nudez, sendo amiúde explícita, tem sempre um sentido estético extremamente apurado e uma razão de ser muito forte

tão quanto, muito ao contrário, apesar de que não em sentidos opostos, as fotos de anjos fatasticamente excitantes, quando o sexo, tambem amiúde, nesse caso, não assumido, rss, nem para o próprio Deus se aparecer em pessoa.

Anônimo disse...

Ai, arrasou! Teve um período que a igreja católica se rendeu a Santo Agostinho e suas re-aplicações teóricas embasadas no pensamento da mímese de Platão.

Nesse período a estética era outra, os corpos eram cobertos e não havia volume nos corpos da imagens, que pudesse salientar a carne, para que os santos e anjos pertencencem mesmo a um outro plano: o da verdade e da beleza.

Ideal que deveria ser perseguido pelos fiéis. Pra mim, "Santo Ago" foi o mais marketeiro de todos!

Anônimo disse...

Todas as verdades inventadas deixam pistas, como essa que você mesmo mencionou. Não é preciso muito apuro para encontrarmos dicotomias.

O foda mesmo, é quando essas verdades inventadas se fecham em si, bem linkadas, bem conceituadas.

O exemplo tá aí no passado e aqui, presente o tempo todo através da publicidade.

Eu me saboto o tempo todo! Deve ser por isso que perdi o emprego óntem! kkk

Devir disse...

Uhm, num passado remotíssimo(humor?)
eu tinha uma carterinha especial
PARANÓICO ATIVO(E ATUANTE)
mandara-me via telex, quando ainda
nem sequer o tinham criado, sério
havia o mesmo logo atual, aquele
saco azul com as costas negras...

Na história se aprende Sto Ago
Na banheira tantas 'mímeses'
Na internet que o santo é só barro

Bom, Roberta, realisticamente
cinema, literatura e revistas
se esfolam em facas de algodão
em troca; troca troca risível, ui

Então, agora, desapareceu distância
o paraíso se chama INTROSUBJETIVIDADE
mais dentro que dentro, algo assim
só para esconder discriminações e
o ancestral 'problema do desejo'

É quinta feira e já elegi
a minha frase maior da semana:
Se minha provocação é uma ilusão
graças a Deus tenho uma

Hoje o Jabor fechou o JG
sobre a censura na Argentina, lá!!!
deixa a entender que fará o mesmo
mas apenas àquelas raras pessoas

Ontem comprei dois ratinhos
um branquinho e outro moreninho
são de laboratório, garantido°
para alimentar a minha cobra

Será que voce conseguiria
fazer um ensaio fotográfico
sobre as emoções de uma cobra?

Ela é uma korn do milharal, linda
salmão com traçados vermelhos e
os olhos de transparência católica

Mas essa idéia me ocorreu agora
aquela outra é nossa, minha e sua

Sem véus nem grinaldas salientes
suas amigas de repente merecem
porque até as beleias são salvas

Anônimo disse...

Sobre o ensaio, tô dentro! Sigo o tema, mas não tenho nenhuma cobra por aqui. Aliás, cobra e cavalo, tô fora!

Mas, ela é tão pequena, vai conseguir comer os ratos ou você vai esquartejá-los e servir no jantar?

E a outra idéia? Vai matar minha curiosidade ou serví-la num jantar também?

Devir disse...

Rss, pequena ou não, sua fome
é cruel
o primeiro ratinho sequer
tocou as patinhas no chão
minha cobra parecia cachorro...

O segundo ratinho ainda passeou
seus passinhos pelo terrário
pareciam de pura ternura
minha cobra tranquila
dentro de uma barra de calça azul
sabe-se lá, já preparada a ponto
de repente, calculada crueldade

Se facas facões serra elétricas
no olhar na lata na embalagem
servem voluntariamente ou fast food
o que se vai fazer, lição de casa

Porem, ahrrram sempre tem um
olho no peixe, outro no gato
quer dizer, na cobra dos outros

cobra, cavalos, peixe, gatos...
animais irracionais também to fora

E para estragar prazeres, filosofia
da rinha dos homens vils racionais:
O tudo e o nada
ambos possuem dois lados também
é a metáfora do corredor de corte
últimos instantes da vida de gado
nada, do lado direito
nada, do lado esquerdo
tudo, pela frente
tudo, ficou para trás
e o gado infeliz
não pode escolher

mas, filosofia etílica
se o gado for feliz
empaca
a espera daquela saideira

Anônimo disse...

Cruzes! Que medo dessa cobra! Seu único sentimento é a fome! kkk

Prefiro os gatos! Aliás, amo! Esse aí da foto é seu???

Não quer trocar o tema do ensaio para os sentimentos de um gato???? An?

Tem algumas coisas "velhas-novas" lá no flickr...

Devir disse...

Muita fome
do que mantem vivo, de fato.

É meu filho!

E o ensaio
não ERA metáfora.