quinta-feira, 24 de setembro de 2009

PxR cheque mate = Xadrez avançado

Torres gêmeas durante o ataque de torpor U$americano

Não só assisto as Deusas

Dizem dos conflitos oriundos das profissões,
dos conflitos que se misturam
ao problema existencial geral do ser.

O mundo
pode se tornar uma esfera muito pequena,
e toda a grandiosidade do universo a vastidão opressora.

Minha atenção, por exemplo,
se volta ao profissional do ensino,
mais atentamente
ao alcance após o método obrigatório.

A partir do momento quando arregaça as mangas,
olha nos olhos de cada ser,
antes de pontualmente alunos,
percebe a verossilhança inquestionável.

O instantâneo do espelho
subjetivo e, mais que intuir,
se esforçar a entender o próprio ser
na imagem refletida em outros olhos.

Nosso desejo seria plenamente satisfeito
se pudéssemos atuar, desenhar a própria imagem vista,
diferente da transferência infantil,
ou mensurá-la de uma tal maneira
que o desejo não encontrasse outra direção.

Experimentamos em inúmeros momentos
com ternura lúdica
a "certeza" de que o ser é maior que o universo.

Esta é a razão da opressão;
conter o universo dentro do mundo,
em todos casos, exemplarmente,
este mundo ainda é tão somente um quadro dado;
como viver uma aula de cada vez, somente
e toda a matéria estivesse escrita apenas no blackboard.

É como se o tempo imediato,
outras pessoas, livros, 'em si', passado, presente e futuro,
os nomes,
tudo além do determinado para a aula,
fosse inapreciável.

Cada aluno, uma criança 'em si' ou
introjeção de um personagem literário (mediatizado),
cada compôser somente da família
e amigos escolhidos por critérios de ordem ou perversão da ordem,
cada ser animal biológico, uma síntese intrusubjetiva eficiente e operante,
sem descanso nem compaixão,
fossem coniventes para o 'ideal' de vida.

Porém, ser idealizado não é ser,
é apenas a virtual satisfação,
com ou sem adjetivos,
do desejo de ser.

Toda esta nostalgia da infância, marcada ou não por 'tragédias'
não tem nem deve haver motivos de ressentimentos.

Também não é preciso sublimação,
quando o desejo, diretamente da saudade
- ainda afetada -
irromper por momento.

Basta manter o objetivo de ensinar,
neste caso, claro, sem o método determinado

Neste momento 12:39hs
nesse exato instante acontece uma explosão
em algum lugar
ligo a televisão
foi no ABC, uma fábrica de fogos
um universo paralelo


lembro quando cheguei no departamento
todas as pessoas falando de um avião que bateu em um prédio
corri para minha sala
lá estavam meus companheiros, minha equipe
a Gláucia disse "voce ainda não viu?" e apontou para a TV
outro universo paralelo


quando o segundo avião bateu no segundo prédio
eu cai para o lado
sentei em minha cadeira
como se tivesse levado um tiro no peito
e não me restasse mais nada da vida
além de assistir a morte


e olhava as imagens
em certo momento um ser humano voava no vento...


Qual é a minha vontade de permanecer vivo?

Coloco o fone ao ouvido para ouvir for you, Triumvirat,
e choro,
e penso
como podemos ser o que somos,
como podemos chegar a este ponto,

e retiro o fone, aumento o som da TV
e queria ouvir o relato mais simples do acidente,
queria ouvir sem me sentir impossível,
não queria me sentir impossível
e assim o conhecimento de acidentes
quando há mortes
não me incomodasse,
queria mais que tudo ser exatamente à minha imagem,
não consigo,

a dor, sem poesia,
no peito, as pessoas em mim.

Então não sei mais qual é a minha vontade de viver,
já não posso mais querer saber
sem ser capaz de esquecer as pessoas.

Como poderei esquecer o sofrimento?
Como pode ser humano e esquecer o sofrimento?
Como posso ter vontade de viver
para esquecer?

Lembrar somente quando outro acidente
chamar minha atenção, beyond the pale
nenhuma diferença faz a consciência nos fatos?

Qual profissional é responsável dessa matéria?

O fantasma da ópera não quer se vingar
não vai cobrar seu profissionalismo
e responsabilidade
que foram roubados aos tempos em média:

Tempo de ser comprimido
dentro da imagem suficiente
Tempo de ser deprimido...

Ou agir, vestir a camisa, assumir o Saco Santo
o mesmo ponto de vista de Deus
sem urras espirituais nem merchandaizin's do corpo

Ser professor, ser político
ser artista e reservar o tempo possível
para redesenhar um outro mundo mais real

Se engajar porque
não podemos nos deter
e precisamos portanto
talvez para valer a pena morrer
ou matar
pela matéria vida
trabalhar
pela coisa viva

pela coisa mais caótica
e imprescindível
do que o espelho

o caótico que vê
o outro
caótico e quebra
os espelhos

demasiadamente assumido portanto
em não abandonar este mundo
sem ter feito o melhor

estudar, aprender
porque tudo é apreensível
porque (entre aspas)
nada é qualquer coisa!

(a tempo: cansado de supostos "banho de chuva")

§

Extra
Acabei de assistir à propaganda politica do PPS
e não vi/ouvi nenhuma novidade, o mesmo discurso
a mesma crítica deslavada, igual à "burguesia&crime"
oportunamente apoiada/centrada no partido de posição
isso quer dizer, que vai ser pior que a Dilma
e só a Marina ainda me faz pensar pensar pensar
mas como É política partidária, jamais história de um
vou por enquanto de PT, até que outras mostrem a cara
se acaso tenha uma, para além de suficiente; eficiente!!!
porque o resto tem a mesma fisiologia dos jogos sujos

8 comentários:

Luciano Fraga disse...

Caro amigo Devir, dentre outros, mas o ponto alto do texto:" a partir do momento que arregaça as mangas, olha nos olhos de cada ser, percebemos a verossimelhança...", também a finitude, a fragilidade e a tristeza.Muitas vezes evito tal exercício, até com aqueles mais poderosos que eu, de alguma maneira, costumo ser arrebatado por um sentimento melancólico e uma inequívoca certeza de estar repousando sobre minha própria ossada.Será que pensamos que somos o mundo para sentir o peso de fardo tão pesado? Forte abraço mestre.

Devir disse...

É, talvez, além de querer conter o universo dentro de nosso mundo, queremos sê-lo, ou, por modéstia, rss, então, ser somente dono dele.

Isso deve causar muita melancolia!

Que provavelmente, no dia a dia,
vai se somando a outras mais, por
exemplo, ao dissimular a original,
para não sentir o ridículo óbvio.

Esta soma atingindo um montante tão
pesado ou complexo, que perde o sentido
e então, pobre ser dos ármarios,
até palavras e nomes, nada significam
se não trouxerem a chave. A chave!

Em busca de chaves, qualquer Ser
se torna indefeso contra o Nada,
quando nada jamais é oposição ou
conspiração, sendo, por natureza,
somente complemento útil ao ser.

Lembro um verso de canção antiga:
" A platéia ainda aplaude, ainda
pede bís, a platéia só deseja
ser feliz". Um palhaço sem graça?

Imagine um palhaço sem platéia, que
desespero de causa!!! A televisão
vai se aproximando desse 'desideal'
e fugindo gravemente da liberdade.

Valeu, apesar dos "mais poderosos"

Forte abraço, Luciano.

Anita Mendes disse...

Tmb digo não a segunda ordem mundial,devir. Digo não a educação manipulada das castas que querem aumentar suas fortunas em custa da fome e miséria de outros.
Estou cansada dessa falsidade arrogante das pessoas botarem a culpa no governo ,pq eu sou a minha própria arma no mundo ,eu sou a diferença essencial da transformação do meu ser.
e que lindo isso aqui :
"Experimentamos em inúmeros momentos
com ternura lúdica
a "certeza" de que o ser é maior que o universo."
devir querido, somos utopistas sonhadores pq depositamos nossa esperança nas pessoas ,nas mudancas delas .Não vamos perder mais tempo... lutemos desde de dentro do dragão.
gostei disso aqui!
Ps: andei meia sumida pq meu blog não estava abrindo e tive que mudar de provedor da internet... vc tem orkut? se tiver o meu é Anita Mendes ...estou no orkut do lu,ok!
beijos e mais beijos com pontinhas de esperança e saudade, Anita.

Devir disse...

Grande Anita

E tão grande consideração, e agradeço muito, porque todo o "avanço" da civilização é, na verdade inexpugnável do ser, uma vestimenta de Dragões.

Gostei da colocação, são lembranças dos nomes oceânicos, majoritários, tão invisivelmente necessários quanto a visibilidade das lágrimas, todas! as verdadeiras.

Lembranças muito agradáveis do filósofo Itamar Assunção:
"É preciso derramar mil gotas de lágrimas para se ter direito a um milagre"

O que trás memória
nas lágrimas
ainda dói
para a salvação

Acordei agora, porque ontem
não dormi, mas o absurdo
é somente sonhar
matando meus dragões

Estou, neste instante, precisando muito, rss, de:

Liberar todo o sal
da cevada passada
acumulada
na engrenagem
central
de meu armamento

Da mesma forma que seria erro grave, diria até uma razão de patologias, deixar a cabeça engolir o corpo, é deixar o corpo
jogar peteca com a cabeça

Salve as armas de Jorge!!!

Já volto, aproveita e faz uma média

NDORETTO disse...

Esse você não tem! rsrsr

http://poesiarapída.blogspot.com

Neusa Doretto

Devir disse...

Uhm, barraco?

Devir disse...

Sua pesquisa - poesiarapída.blogspot.com - não encontrou nenhum documento correspondente

Devir disse...

Neusa Doretto

Aonde quase sempre se vê um quadro e no máximo se sabe que existe uma parede atrás...
Aonde quase sempre se vê uma fotografia eu vejo uma história.

Real?

Rss, importa?